Acorda Cidade
Um levantamento concluído ontem, dia 27, pela Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção na Bahia (Acomac –BA) aponta que o segmento de material de construção, no estado, registrou queda de 13% nas transações econômicas no período compreendido entre os meses de junho de 2014 a junho deste ano. Assim como outros setores, o ramo dos materiais de construção foi afetado pelo conturbado cenário econômico e político vivido, em todo o país, atualmente.
Entretanto, especialistas do segmento vislumbram uma possível e significativa melhora para o setor, já no início do próximo ano. O motivo é o primeiro programa social da gestão de presidente interino do Brasil, Michel Temer, o Cheque Reforma. Com nome provisório, a medida prevê a liberação de créditos para famílias com renda de até três salários mínimos (R$2.640) e possibilita a realização de melhorias e pequenas reformas, a exemplo de construção de banheiro, troca de telhado e instalações elétricas.
Na Bahia, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 3,5 milhões de domicílios são ocupados por famílias que se enquadram no público-alvo do programa. O vice-presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção na Bahia (Acomac –BA), Alexandre Cohim, realça que “a ausência de boas condições de prazos e juros nas linhas de financiamento existentes para finalidade de reforma e melhoria habitacional sempre foi um gargalo para o setor, sobretudo levando em consideração as famílias de baixa renda”.
Com a nova medida, o setor deve ganhar fôlego, como aposta Cohim, que ainda acredita “em um enorme impacto social, não só pelo ganho em qualidade de vida dos beneficiados, mas também diante da movimentação de mão de obra e das vendas nas lojas em si, impactando em toda a cadeia produtiva”.
Metodologia
Cada família receberá entre R$ 3.000 e R$ 5.000 para compra de material de construção – valor que será 100% subsidiado, por meio de um crédito, vinculado ao Cadastro de Pessoa Física (CPF), para ser usado nas lojas de material de construção. Estes números podem alterar o cenário registrado de 2015 para 2016, que apresentou uma retração de 10%.
O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Claudio Conz, engrossou o coro ao afirmar que “medidas como essa são fundamentais, especialmente por facilitar o crédito e o acesso à reforma pelas famílias de baixa renda. Certamente o projeto vai gerar um impacto muito importante na nossa cadeia produtiva, especialmente porque a aprovação do crédito será feita pelo CPF do beneficiário, que poderá usá-lo apenas nas lojas do setor, movimentando a economia local”.