Música
Em Feira, Chambinho do Acordeon conta detalhes da sua trajetória e promete animar o São Pedro de Humildes
Acompanhado de Israel Veloso, no triângulo, e do zabumbeiro “Madruga”, Chambinho tocou muito forró, principalmente clássicos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, personalidade que ele interpretou e foi protagonista no filme “De Pai para Filho”.
01/07/2016 às 15h54, Por Rachel Pinto
Rachel Pinto
O forró de Chambinho do Acordeon tomou conta do Acorda Cidade e do estúdio da Rádio Sociedade, em Feira de Santana, na manhã desta sexta-feira (1º). O forrozeiro contou detalhes da sua história, falou sobre as dificuldades da profissão e também sobre a sua apresentação hoje à noite no São Pedro do distrito de Humildes.
Foto: Orisa Gomes/Acorda Cidade
Acompanhado de Israel Veloso, no triângulo, e do zabumbeiro “Madruga”, Chambinho tocou muito forró, principalmente clássicos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, personalidade que ele interpretou e foi protagonista no filme “De Pai para Filho”.
Trajetória
Nascido em São Paulo, Chambinho passou a infância na cidade de Jaicos no Piauí, onde mora boa parte de seus familiares. De família de músicos, ele começou a tocar sanfona com 12 anos, quando seu pai lhe presenteou com uma sanfona de 80 baixos. Ele recorda que o tipo de cachê mais frequente era uma tubaína.
“Certo dia meu pai chegou com uma sanfona vermelhinha de 80 baixos. Meu pai tocava pandeiro, mas ele queria tocar sanfona e por questões da vida mesmo ele não teve condições. Ele me obrigou a tocar sanfona e disse: Eu não toquei, mas você vai tocar. Eu não toquei, mas tu vai tocar moleque”, relembra Chambinho.
Foto: Orisa Gomes/Acorda Cidade
Com 36 anos de idade, Chambinho afirma que a primeira música que aprendeu a tocar foi a Dança de São Gonçalo. Ele começou a tocar profissionalmente aos 16 anos e este ano completa 20 anos de carreira. O forrozeiro começou a cantar há 10 anos, já passou por diversos segmentos e ele faz questão de dizer que o que mais gosta é mesmo o forró.
Primeiro Show
Da vida no Piauí, Chambinho fala do primeiro show que fez. “Comecei a minha carreira como cantador no Piauí e então eu devo muito ao estado do Piauí por conta dessa história. Um fato interessante foi o primeiro show que eu fiz, no povoado onde moram meus parentes. Lá era comum o casamento entre primos e o nascimento de pessoas surdas e mudas. É o lugar do Brasil que mais tem mudos e surdos e então o meu primeiro show foi lá e ninguém reclamou”, diz aos risos.
Brincadeiras à parte, o artista fala também sobre a sensibilidade dos parentes e da lembrança quando eles prestigiaram o seu primeiro show. “Eles têm muita sensibilidade e na hora de dançar dançam muito melhor. Eles ficam pertinho da vibração da zabumba e dançam conforme a vibração e então eu acho isso muito interessante”, completa.
Chambinho do Acordeon
O nome de batismo de Chambinho é Nivaldo Expedito de Carvalho e ele se apresentou durante muito tempo como Nivaldo de Carvalho, até ser apelidado de Chambussi e depois virar Chambinho. O apelido foi dado por amigos e ele conta que antes não gostava, mas foi se acostumando.
“Tinha em São Paulo um tecladista que tinha o apelido de Chambussi e me achavam parecido com ele. Aí um dia um amigo em casa me viu lá com o “chambinho” (danone) e disse que o meu apelido ia ficar Chambinho. E quando a gente não gosta do apelido, isso pega. Uma vez eu estava tocando em banda de baile e de repente um amigo disse: Ei! Chambinho! toca sanfona também. Aí ficou e foi um apelido que me trouxe sorte também”, relata.
Interpretar a vida de Gonzagão no cinema
Para Chambinho, um dos maiores desafios da sua carreira artística até agora foi protagonizar Luiz Gonzaga, no cinema, durante o filme de “Pai para filho”. As semelhanças físicas com o Rei do Baião e a musicalidade lhe renderam muitos elogios e o filme é uma produção nacional que bateu recorde de público nos cinemas, emocionou e ainda emociona quem assiste.
“Quando eu fui fazer o teste colocaram o chapéu, o colete e perguntaram se eu queria cantar ou atuar. Eu cantei a música Vida de um viajante de Luiz Gonzaga, mas quando eu fui bater o texto fiquei nervoso. Foi o prazo de 1 ano e 2 meses de muito empenho e luta e foi o maior desafio da minha vida interpretar o rei do baião”, pontua.
Dificuldades na carreira
Sobre a declaração dada pelo forrozeiro Flávio José na semana passada, em relação às cidades que realizam festas juninas descontextualizadas com o período e sem atrações de forró e também associando à cena da novela Velho Chico, Chambinho disse que uma das maiores dificuldades da profissão é a divulgação do trabalho. Também protagonizando a cena da novela e encabeçando a polêmica, Chambinho confirma que essa é uma realidade muito comum para muitos músicos.
“Vou completar 20 anos de música e o filme aconteceu de quatro anos pra cá. Eu posso falar com propriedade sobre a história do artista local que não tem oportunidade para se apresentar em certos eventos. A minha maior dificuldade é divulgar meu trabalho. Tem que ser cada qual no seu cada qual. Imagine o Papai Noel que é do Natal, aparecer na Páscoa e o Chambinho tocando em um baile funk! Eu concordo em algumas coisas com Flávio José e a gente precisa de um pouco mais de oportunidade”, explica.
São Pedro de Humildes
Para Chambinho, Feira de Santana é quase um quintal de sua casa. A sua relação com a Bahia é muito boa e por aqui já fez muitos amigos e apresentações. Pelo terceiro ano consecutivo, ele vem a Feira de Santana e se apresenta na região. Na noite desta quinta-feira (1º), ele vai animar o São Pedro do distrito de Humildes e promete deixar a festa bonita tocando muito forró.
Com uma agenda lotada ele segue se apresentando na Bahia e em outros estados do Brasil. Em setembro, fará uma turnê internacional, onde passará 45 dias na Europa. Com seu carisma e seu sorriso largo, Chambinho espalha alegria por onde passa. Suas músicas emocionam, resgatam a cultura nordestina, sertaneja e o legado do mestre Luiz Gonzaga. No balanço do forró ninguém fica parado e o “arastapé é danado de bão”.
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