Educação
Os suíços conseguem ganhar o equivalente a R$24 mil em profissões práticas. Como funciona no Brasil?
Formação de aprendizagem facilita acesso ao mercado de trabalho na Suíça.
11/10/2018 às 08h50, Por Rachel Pinto
Acorda Cidade
Você já se imaginou fazendo um curso de apenas três anos, entrando no mercado de trabalho e ganhando o equivalente a R$ 21 mil? Na Suíça funciona assim, apenas com um curso técnico, é possível ganhar muito mais em comparação ao Brasil. Nem é preciso ser pós-graduado ou ter um mestrado ter uma remuneração dos sonhos lá. Os suíços não têm esse tipo de preconceito e todo mundo vive bem, independentemente da formação.
O sistema de aprendizagem – conhecido no Brasil como curso técnico – é amplamente estimulado na Suíça. Cerca de dois terços dos estudantes optam por esse caminho, que propicia o contato desde cedo com o mercado de trabalho e tem a duração mínima de dois anos, podendo chegar a quatro. Outra curiosidade dessa modalidade de ensino é que, através dela, são ensinadas ocupações como cozinheiro, vendedor, enfermeiro, pintor e outros postos mais práticos.
Os empregos que estão acessíveis por meio da aprendizagem despertam grande interesse porque garantem uma boa renda. Um pedreiro, por exemplo, ganha por mês na Suíça, em média, 5,5 mil francos – o equivalente a R$24 mil. No Brasil, a média salarial de um pedreiro é de R$1.640 por mês. E mesmo com tantas facilidades, no país, 12,6% das pessoas só concluíram o ensino fundamental, 46,2% tem formação profissionalizante secundária e 41,2% têm formação avançada terciária, que inclui o ensino superior.
Cosme Marques, de 47 anos, trabalha como jardineiro aqui no Brasil, e tem média salarial de apenas dois salários mínimos. Mesmo amando o que faz, reconhece que sua profissão não é valorizada mas acalenta o sonho de mudar de vida. “As pessoas não valorizam o trabalho braçal, por isso, é tão importante investir estudos”. Como forma de continuar trabalhando com o que ama, Cosme pretende comprar um carro e trabalhar como autônomo. “Eu tenho muito tempo nessa área, que é cansativa e pouco valorizada. Sinto que trabalhar para mim mesmo, será melhor”, planeja.
No Brasil, existe a preocupação em evitar que o ensino superior fique restrito à elite, mas na Suíça isso não é um problema. Lá, a qualidade da educação básica é boa e rigorosa, independente da classe social. Além disso, o ensino técnico não é o fim dos estudos. Quem se forma nessa modalidade, pode posteriormente, fazer cursos que duram de um a dois anos, chamado de “passarela” para o ensino superior.
Para quem mora no Brasil, a realidade financeira torna, muitas vezes, o sonho de estudar em algo distante. Programas como o Educa Mais Brasil existem para facilitar a democratização do acesso, seja através de cursos técnicos ou do ensino superior Contando com bolsas de estudo de até 50% milhares de pessoas já conseguiram investir na educação e ter mais chances de ingresso no mercado de trabalho. Se interessou?
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