Feira de Santana
Operação da Polícia Federal em Feira de Santana combate fabricação clandestina de suplementos alimentares
A PF cumpre cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Feira de Santana e Salvador, um mandado de prisão preventiva, três mandados de condução coercitiva, além de seis mandados de sequestros de bens e bloqueio.
09/10/2017 às 06h22, Por Andrea Trindade
Acorda Cidade
Atualizada às 8:55
A Polícia Federal (PF), com o apoio da Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado (Divisa), deflagrou, na manhã desta segunda-feira (09), a Operação Hedonikos, que visa coibir crimes praticados, segundo a PF, pelo empresário Ricardo Ribeiro Peixoto da cidade de Feira de Santana, que, dentre outros ilícitos, atuava na fabricação clandestina de suplementos alimentares que eram distribuídos para toda a região Nordeste.
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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
Nesta segunda-feira (9) estão sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão tanto em Feira quanto em Salvador, um mandado de prisão preventiva, três mandados de condução coercitiva, além de seis mandados de sequestros de bens e bloqueio de valores em contas bancárias, todos expedidos pela 3ª Vara Federal de Feira de Santana.
Ao Acorda Cidade, o delegado da PF, Fábio Marques, informou que o acusado foi preso em Salvador. A fábrica em Feira de Santana fica na Rua Washington Luís, próximo ao início da Avenida Senhor dos Passos.
“Essa fábrica vinha atuando aqui em Feira de Santana há cerca de cinco anos. Em razão da fiscalização da Divisa, que interditou a fábrica, ele montou outra no centro da cidade. Foi feita uma busca neste primeiro imóvel, onde a fábrica funcionava originalmente, e também uma fábrica clandestina no bairro Sim. Ele comprava os insumos de um fornecedor que será investigado. Toda a fabricação era realizada sem autorização da Anvisa, sem condições de higiene, e inclusive ele adquiria produtos controlados pela Polícia Federal, que são utilizados para o refino da cocaína e por esta razão a Polícia Federal iniciou esta operação”, explicou o delegado ao Acorda Cidade.
Ele disse também que os suplementos eram revendidos em diversas lojas de Feira de Santana, Salvador e em cidades de outros estados do país, e que a Anvisa emitiu um alerta de recolhimento do produto em âmbito nacional.
A investigação começou há cerca de três meses com o objetivo inicial de apurar fraudes cometidas por esse empresário contra a Caixa Econômica Federal, mediante a abertura de contas bancárias e obtenção de empréstimos fraudulentos com a utilização de documentos falsos.
Fotos:Ed Santos/Acorda Cidade
Constatou-se que o empresário obteve a alteração de seu nome em virtude de decisão judicial de reconhecimento de paternidade, e passou a utilizar o seu nome antigo para o cometimento de uma gama variada de fraudes, desde abertura de contas bancárias em instituições financeiras à constituição de empresas, tudo com o nome, CPF e RG já inativos, tendo como consequência a inadimplência perante os bancos e não pagamento de tributos das empresas.
O débito só com a Caixa Econômica Federal ultrapassa a cifra de seis milhões e meio de reais.
Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade
Durante as investigações descobriu-se também que diversas empresas constituídas pelo investigado com a utilização de “laranjas” atuavam na fabricação e comercialização clandestina de suplementos alimentares, que eram produzidos sem qualquer autorização dos órgãos de vigilância sanitária competentes e distribuídos através de sua rede de lojas em Feira de Santana e Salvador, além das demais lojas do ramo em todo o Nordeste brasileiro.
Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade
A partir desses negócios ilícitos, o empresário conseguiu constituir um patrimônio significativo, com a aquisição de imóveis, veículos de alto padrão e até mesmo uma lancha, os quais não eram declarados às autoridades fazendárias por estarem registrados em seu antigo nome ou em nome de terceiros.
Os investigados irão responder pelos crimes de estelionato, fabricação clandestina de produtos equiparados a medicamentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa.
Foto: Polícia Federal
Foto: Polícia Federal
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