Feira de Santana

Polícia vai investigar morte de gestante em policlínica do conjunto Feira X

O marido da paciente, o metalúrgico Adeilton Alves de Sousa, informou que a médica Cintia Zubieta teria colocado dificuldades para dar atenção à gestante.

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Daniela Cardoso
 
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Feira de Santana realizou, a pedido da família, a necropsia no corpo da dona de casa Marisângela de Jesus dos Anjos, 37 anos, que estava grávida de quatro meses e morreu na última sexta (29) na policlínica do conjunto Feira X, em Feira de Santana.
 
Após a morte da paciente, familiares disseram que houve negligência médica e uma queixa foi prestada na delegacia contra a médica Cintia Zubieta, uma das profissionais que atenderam a dona de casa.
 
O marido da paciente, o metalúrgico Adeilton Alves de Sousa, informou que a médica Cintia Zubieta teria colocado dificuldades para dar atenção a Marisângela ao ser informada de que o estado clínico da paciente era complicado.
 
De acordo com a delegada Milena Calmon, Adeilton será ouvido nesta quinta-feira (4). Ela informou que assim que tiver com todos os nomes, vai começar a ouvir as pessoas que atenderam a paciente no dia do óbito.   
 
“Vamos ter cautela ao analisar o caso e o laudo da perícia de necropsia, pois será decisivo para indicar se houve ou não erro médico, que pudesse resultar em um homicídio culposo”, afirmou. 
 
Segundo a delegada, Adeilton contou que acredita que uma medicação foi aplicada de forma errada, fazendo com que acelerasse a falta de ar que a paciente já sentia, levando à morte.
 
“Segundo ele, diante da negligência da médica em não ter atendido de forma célere, a paciente evoluiu para óbito. Além disso, ele diz que a médica prescreveu, via receita, um medicamento, que não tinha disponível na unidade de saúde e pediu que ele comprasse, pois isso salvaria a vida de Marisângela. Ele rodou a cidade para encontrar a medicação, mas quando retornou à policlínica ela já estava morta”, relatou Milena Calmon.
 
Médico explica como foi o atendimento da paciente
 
O médico clínico Erivaldo Dórea, que estava no plantão da última sexta-feira (28) e também prestou atendimento a Marisângela, contou que quando atendeu a paciente, observou que ela apresentava um cansaço e que verificou no prontuário médico que ela estava com a pressão muito elevada, quando deu entrada na policlínica.
 
Ainda segundo Erivaldo, o primeiro médico que atendeu a paciente receitou um ante-hipertensivo, indicado para gestantes, e a pressão de Marisângela se normalizou, mas o problema do cansaço persistiu.
 
“Eu aconselhei que ela permanecesse na policlínica para acompanhar mais de perto e ver a evolução do caso. Eu não sei por que motivo ela voltou a pior e veio a óbito”, afirmou. 
 
Apesar da denúncia contra a médica Cintia Zubieta, o médico Erivaldo diz que quando a família fala em negligência, está se referindo ao modo como a médica tratou a paciente e não com relação ao procedimento médico.
 
“A família não relata negligência médica como se fosse uma atitude errada da doutora Cintia. A família se refere à forma como foi tratada pela profissional. A família não discute a questão técnica”, ressaltou. “Essa questão de tratamento é entre a família e a médica. Eu não estava presente no momento”, acrescentou.
 
Ele diz que o relatório da policlínica aponta causa indefinida da morte, porque a família solicitou a perícia técnica com avaliação pelo médico legista. Segundo ele, o parecer definitivo, do que levou a morte da paciente, só o laudo do DPT irá definir.
 
As informações são dos repórteres Aldo Matos e Ney Silva do Acorda Cidade