Feira de Santana

Superintendente esclarece por que poderá faltar material para manutenção das vias em Feira de Santana

Outra situação que pode ocorrer, conforme a Soma é o impacto do aumento do preço do diesel, que é utilizado para abastecer os veículos utilizados pelas equipes.

12/03/2022 às 10h13, Por Gabriel Gonçalves

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Laiane Cruz

No dia 26 de fevereiro, a Superintendência de Operações e Manutenção (Soma) da Prefeitura de Feira de Santana informou que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia poderia trazer dificuldades aos serviços de pavimentação no município, que serão diretamente afetados pelo aumento do preço do Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP), devido à alta do dólar, além da possível interrupção do fornecimento do material.

Outra situação que pode ocorrer, conforme a Soma é o impacto do aumento do preço do diesel, que é utilizado para abastecer os veículos utilizados pelas equipes.

O superintendente da Soma, João Vianey, citou ainda outros problemas que podem ocorrer com a possibilidade de interrupção do fornecimento do CAP, em virtude da política de preços e distribuição da Refinaria de Mataripe, que abastece a Bahia e Sergipe.

Segundo ele, os constantes reajustes aplicados na matéria-prima têm comprometido a operação, além da instabilidade no fornecimento pela refinaria.

“O CAP (Cimento Asfáltico de Petróleo) é o ligante que utilizamos para fazer o CBUQ. No último ano, foi mantida a regra do aumento trimestral. Há um acordo da Petrobras com o DNIT, e o asfalto, diferente da gasolina e do diesel, tem um aumento trimestral. Os quatro aumentos trimestrais de 2021 geraram um acréscimo acima de 70% no preço do CAP, e isso gerou um comprometimento grande. Já houve outro aumento agora em fevereiro e criou um outro peso nas intervenções. Outra situação é que a refinaria foi privatizada e faz a política de preço dela, a gestão de fornecimento é exclusiva dela, e o que acontece é que semana passada por um problema operacional, segundo justificativa dela, ficamos sem carregamento e a gente não teve usinagem, e associado a isso na concessão ela não é obrigada a manter a política de preço da Petrobras”, justificou João Vianey.

Ele destacou que com o aumento que já houve de forma natural, e da referência trimestral, ainda há uma condição de aumento diferenciado pela refinaria. “O Sindipetro já tratou dessa preocupação com esses aumentos. Historicamente a Bahia tinha um preço de combustível inferior à média nacional e hoje o estado R$ 0,14 centavos acima da média nacional. O combustível da Bahia hoje é o mais caro do Brasil. A refinaria é independente e não precisa seguir a política de preço da Petrobras, que é trimestral e não precisa seguir o preço médio da ANP. Na última sexta-feira faltou material, chegou durante o dia, conseguimos um determinado volume, mas não temos o planejamento desse material. A refinaria pode parar o fornecimento por uma questão operacional, por decisão deles, e nós ficarmos sem o material”, explicou.

De acordo com o superintendente, a prefeitura ainda tem a usina de PMF (Pré-misturado a frio), mas é um material com característica inferior ao CBUQ. Tem facilidade de manutenção, mas é inferior.

“Hoje temos um contrato com uma empresa, que nos fornece o material já usinado. Desde abril do ano passado, utilizamos o CBUQ, que a gente garante uma vida útil melhor do reparo, uma qualidade melhor do serviço”, disse.

Mapeamento das vias

Sobre como é feito o mapeamento de recuperação do pavimento da cidade, sobretudo bairros mais distantes, João Vianey afirmou que hoje, além dos fiscais efetivos do serviço, três engenheiros e três supervisores fazem vistorias constantes na cidade, inclusive baseado nas informações do 156.

“Nós fazemos reuniões semanais de planejamento definindo os trechos prioritários. A gente teve um período chuvoso muito intenso, e a degradação de alguns trechos de drenagem e do pavimento é muito intensa e constante, mas temos feito um trabalho contínuo de intervenções. Já temos hoje duas equipes dedicadas a reparo e paralelo. Foi feito um trecho da Pedra Ferrada, que tinha uma presença de água constante e fizemos intervenção em concreto. Estamos agora na Rua Tomé de Souza, fazendo o mesmo serviço naqueles cruzamentos próximos do Feira IX, da Rua Itororó, aquele trecho todo, estamos fazendo as esquinas em concreto e pavimento rígido. De drenagem temos hoje 40 trechos mapeados, mas temos quatro equipes. Então de fato a gente pega o que é mais crítico, faz uma intervenção simplificada para garantir a trafegabilidade e reduzir o risco, e fazem o reparo das redes, que às vezes são antigas, e tem manilhas de concreto, que degradam as junções e geram fuga de material. A gente tem feito as substituições em alguns trechos das manilhas de concreto, pelo PAD, que é um material mais resistente. E como todo mundo sabe, o ano passado foi atípico, tanto em volume de chuva quanto em frequência de chuva, que comprometem alguns seguimentos”, informou.

Drenagem

Outro problema que gera enorme volume de reclamações por parte da população, sobretudo moradores, é a situação do piso da Rua São Roque, no Parque Getúlio Vargas, que sofre ainda com problemas no sistema de drenagem.

Conforme João Vianey, a Rua São Roque passou por uma intervenção da Conder de instalação da rede de esgoto, que criou alguns danos no pavimento.

“Fizemos a recomposição do paralelo e do pavimento asfáltico, mas tem alguns problemas lá, como a questão do lençol freático elevado, que danifica o pavimento. Já fizemos em alguns seguimentos o reparo da condução da água nas redes, mas ainda tem de fato alguns problemas. A equipe esteve lá há alguns dias e fez a desobstrução de algumas redes de drenagem que foram criadas ali para escoar a água e já fizemos a recomposição com o tapa-buraco. Na semana passada, tivemos um pequeno problema de fornecimento, que comprometeu a nossa programação, mas já vamos intervir lá”, explicou.

Ele destacou que a Soma participou de uma reunião com a Companhia, que tratou também com a Viabahia sobre o contexto da rodovia, e a Conder sinalizou que equipes estão fazendo projetos nas questões de drenagem complementar. “Nós já fizemos algumas intervenções pontuais na drenagem e no pavimento, mas dependemos da conclusão das atividades da Conder”, pontuou.

Acerca da Rua Concórdia, que também é alvo constante de reclamações, João Vianey explicou que rede de drenagem daquela região precisa ser feita, sobretudo pelo lançamento constante de esgoto e água servida.

“Em algumas visitas a moradores da região, eles relatam que sua fossa e sumidouro ficam cheias e extravasam para as ruas. Então a gente precisa que toda essa parte de drenagem seja feita, para estabilizar a condição do lençol, a conclusão total do esgoto daquela região”, destacou.

Alagamentos na Nóide Cerqueira

No último dia 20 de fevereiro, o carro de uma empresária da cidade teve perda total após um alagamento em um trecho da Avenida Nóide Cerqueira, provocado pela forte chuva que incidiu sobre a cidade.

O superintendente da Soma informou que a obra do sistema de drenagem foi feita pela Conder e que naquela região há uma obstrução que sedimenta muito material na rede.

“A gente faz a limpeza lá, mas de fato carreia muito material e obstrui o sistema. Associado a isso, a chuva foi muito intensa e naquele dia eu passei na Avenida Fernando Pinto, e os carros estavam andando a 40 ou 50Km/h com visibilidade baixíssima. Associado ao assoreamento das redes e acúmulo de material, a rede não deu vazão e criou aquele acúmulo”, informou.

 

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