Saúde

Nova varíola costuma ser mais agressiva em crianças, alerta infectopediatra

Médico alertou que as crianças infectadas também devem permanecer em isolamento dos demais membros da família.

15/08/2022 às 06h15, Por Laiane Cruz

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Foto: Kitiele Kiti / Pixabay

Com o aumento de casos da nova varíola no país, originalmente chamada de varíola dos macacos, cresce também entre os pais a preocupação acerca da disseminação e os riscos que a doença pode trazer para as crianças.

Em Feira de Santana, não há nenhum caso confirmado da nova varíola em crianças. Mas, de acordo com o infectopediatra Igor Araújo, apesar do público infantil não ser o mais acometido pela infecção viral no país, a doença costuma ser mais agressiva neste grupo.

Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

“O que tem se mostrado recentemente é que hoje as crianças não são o grupo mais preocupante para a varíola, em relação a serem mais acometidas. Hoje o perfil está mais para homens adultos, na faixa dos 30 aos 40 anos, principalmente aqueles com vida sexual ativa, sobretudo por conta do contato. Então no momento do contato próximo tanto com objetos, como pele a pele, por um tempo mais prolongado, existe a chance de transmissão. Então em crianças neste momento não são o grupo mais afetado, porém a doença costuma ser muito mais agressiva em crianças”, alertou o especialista.

Ele lembrou que a varíola dos macacos é causada por um vírus que já existia, que começou na África. Alguns países conviviam com o surto e recentemente começou-se a ter casos rotineiros na Europa e na América. É uma infecção viral e tende a ser uma doença autolimitada e por isso há possibilidade de transmissão.

“Hoje crianças, gestantes e idosos constituem grupos de risco por terem uma imunidade mais frágil. A criança está no momento de criar imunidade, então continua sendo um grupo de risco para essa doença. Mas os especialistas acreditam que não será uma nova pandemia, até pela configuração. A parte genética lembra muito a varíola que a gente ouviu falar, com características muito parecidas e transmissibilidade muito menor. Os pesquisadores não acreditam que ela terá o poder de pandemia e hoje a OMS classificou mais como uma endemia”, orientou.

Quanto aos sintomas, o infectopediatra observou que são bem espalhados e podem variar de pessoa para pessoa.

“Normalmente o que chama mais atenção são as lesões de pele, que normalmente começam com a pápula, que lembra uma picada de mosquito, passa por uma vesícula, parecida com umas bolhinhas de pus claras, até a crosta, que é o famoso cascão. Nem sempre todas as pessoas vão ter essas lesões, temos visto muitos relatos de pacientes com lesões únicas. O sarampo não faz esse tipo de lesão, mas a catapora sim. O diagnóstico diferencial para a gente que trabalha com saúde vai ser da catapora, a varíola, e a própria sífilis.”

Ele destacou que as crianças infectadas também devem permanecer em isolamento dos demais membros da família.

“Se um adulto se isola, de certa forma é fácil. Então será preciso educar essa família com os cuidados que ela vai ter, porque de certa forma a transmissão via respiratória é muito menor que a via de contato. Então é muito mais a preocupação com o contato direto com a pele da criança. O tratamento, por enquanto, é sintomático. Por ser um vírus, na grande maioria a doença é autolimitada e melhora com o tempo, e o controle é dos sintomas, como dor, coceira, as lesões, e com uso de substâncias que ajudam na cicatrização”, frisou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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