Economia

Reserva de emergência: também é possível investir o dinheiro para imprevistos

Reservas de emergência são recomendadas para se antecipar contra eventos inesperados; veja dicas de como se preparar e quais os melhores tipos de aplicação para essa estratégia

01/02/2022 às 13h47, Por Laiane Cruz

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A reserva de emergência costuma ser um assunto bastante popular; no entanto, ele desperta incertezas e dúvidas na maioria das pessoas que entram em contato com o termo pela primeira vez. Para que serve a reserva ou como começar a poupar parte da renda para os imprevistos são os questionamentos mais frequentes daqueles que desejam se aprofundar no assunto. Entretanto, é possível começar a se preparar através de algumas medidas simples, como a realização de alguns investimentos.

Essa reserva nada mais é do que uma quantia de dinheiro que podemos ter acesso em caso de um evento inesperado. Ser mandado embora do trabalho, um acidente de carro, tratamentos de saúde, celular furtado, animal de estimação adoecido, etc., são algumas das situações hipotéticas em que ter economias guardadas vem a calhar. Pode ser impossível prever essas eventualidades, mas através de um planejamento adequado podemos nos antecipar para enfrentar esses incidentes e evitar a contratação de empréstimos e o endividamento com o banco ou cartão de crédito.

Quanto devo guardar como reserva de emergência?

Alguns especialistas indicam que a reserva de emergência deve ser o suficiente para cobrir os custos de vida por cerca de 6 meses, enquanto outros indicam que o mais adequado seria a quantia equivalente para cobrir os custos de vida por 12 meses. Para calcular o custo de vida mensal, deve-se somar as despesas fixas, com serviços básicos como alimentação, água, conta de energia elétrica, transporte, moradia e saúde. Uma pessoa que gasta mensalmente R$ 3 mil com serviços essenciais deveria ter uma reserva emergencial de R$ 18 mil, por exemplo.

Infelizmente, nem todas as pessoas são capazes de juntar uma quantia tão grande, por conta de salários baixos e gastos elevados, assim como também são afetadas por flutuações da economia que diminuem o poder de compra. Quanto mais dinheiro, melhor, mas qualquer quantia poupada pode servir de grande ajuda para se preparar para os contratempos que surgirem. Uma dica é fazer as contas com os gastos de necessidades básicas e de gastos supérfluos e observar onde é possível economizar, para iniciar a criação da reserva de emergência, poupando aos poucos uma quantia fixa por mês.

Como começar?

Para iniciar uma reserva de emergência recomenda-se o investimento de dinheiro em algumas modalidades de aplicações. Por se tratar de um valor que é guardado para ser utilizado em períodos com dificuldades, os investimentos devem ser de baixo risco e também ter alta liquidez para serem sacados quando necessário. Por conta desses fatores, o rendimento não será tão alto, mas existem algumas opções mais vantajosas.

O investimento em poupança costuma ser bastante comum; entretanto, ela rende uma porcentagem muito baixa, que está abaixo da inflação brasileira, acarretando na perda de dinheiro em longo prazo, pois o preço dos produtos na economia cresce a uma taxa maior (em decorrência da inflação) que o rendimento da poupança; portanto, apesar de ser uma aplicação fácil, ela não é recomendada para esse fim. Algumas aplicações podem ser tão seguras e acessíveis quanto a poupança, mas com um rendimento superior, o que as tornam mais recomendadas para compor uma reserva de emergência, como os exemplos a seguir.

Tesouro Selic

Uma das formas mais seguras de realizar investimentos é através da compra de títulos do Estado brasileiro. O Governo Federal oferece títulos ao mercado que funcionam como uma espécie de empréstimo, para realizar obras de áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. Um desses títulos é o Tesouro Selic, ofertado pelo Tesouro Direto, que rende 100% da taxa Selic, a porcentagem de juros fixada pelo Banco Central à economia brasileira. Através desse tipo de aplicação, o investidor compra o título e recebe o valor emprestado acrescido de juros, e possui liquidez diária; assim, após solicitar a devolução, o dinheiro cai na conta bancária no dia seguinte.

Conta em banco digital

Outra modalidade de investimento simples e vantajosa é a aplicação em bancos digitais. As contas nessas fintechs são acessíveis e possuem uma rentabilidade superior a dos bancos tradicionais. As aplicações funcionam com o dinheiro colocado em conta, que podem render de 100% a 150% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), com liquidez diária e, geralmente, não possuem taxas de manutenção.

O CDI, atrelado a esses tipos de contas, funciona como uma taxa reguladora utilizada para controlar as transações interbancárias. O Banco Central estabelece que os bancos devem sempre finalizar o dia com saldos positivos; dessa forma, as instituições costumam emprestar entre si os saldos necessários para fechar seu balanço diário. O CDI é a taxa utilizada nessas operações.

CDB com liquidez diária

O Certificado de Depósito Bancário, ou CDB, como costuma ser conhecido, é um tipo de aplicação em que o investidor empresta dinheiro aos bancos para que eles realizem investimentos. Através dessa aplicação, o usuário irá receber o dinheiro injetado acrescido de uma taxa de juros vinculada ao CDI. As opções de CDB são variadas e existem contas de alto rendimento, mas que não possuem liquidez diária. Para que seja feito o investimento correto, é preciso observar qual o tipo de aplicação em que essa liquidez é alta, permitindo o pagamento em um prazo mais curto quando solicitado pelo cliente.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento, também conhecidos como Fundos DI, são apontados como aplicações um pouco mais conservadoras. Eles possuem liquidez diária e podem ser compostos de títulos públicos ou privados, referenciados a partir da taxa Selic ou do CDI, o que faz com que esse tipo de investimento acompanhe as oscilações de juros da economia brasileira. Por utilizarem taxas como a Selic e o CDI, essas aplicações são consideradas pós-fixadas, significando baixo risco e, portanto, são uma escolha muito benéfica para compor a reserva de emergência. Infelizmente, não é possível calcular com exatidão o valor a ser recebido ao fim do investimento, mas, por serem relacionadas a essas taxas, é possível ter uma previsão do montante.

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