População teme que saída de médicos cubanos prejudique atendimento nos postos em Feira

^{Laiane Cruz}

Pacientes que são atendidos nos postos de saúde de Feira de Santana estão preocupados com a saída dos médicos cubanos, do programa Mais Médicos, das unidades de saúde. O receio é que com a saída dos profissionais o atendimento fique prejudicado.

Atualmente nove médicos cubanos, dentre eles um que já foi naturalizado brasileiro, atuam no município, através do programa do governo federal Mais Médicos. Eles atendem nos Postos de Saúde da Família (PSF) nos conjuntos Feira VI e Fraternidade, nos bairros Novo Horizonte e Campo do Gado, no povoado de Galhardo e nos distritos de Ipuaçu, Pé de Serra e Tiquaruçu.

A dona de casa Michele Nascimento Ramos, que mora no conjunto Feira VI, acredita que a saída da médica cubana que atende no PSF do bairro pode atrapalhar a expedição de guias para consultas e exames, caso outro médico não entre rapidamente no lugar.

Segundo ela, o atendimento da médica é muito bom e rápido. “Tenho uma filha que a gente veio pra cá e não demorou nada. Minha filha estava tendo muita dor de cabeça e não sabia o que era. Ela passou a guia pra gente marcar o exame de vista, marquei aqui mesmo, no mesmo dia que fiz a consulta. Vai prejudicar porque a gente vai ficar nessa de quando vamos poder marcar, quando que eu posso fazer exame. Eu estou precisando de um exame de endoscopia pra si, mas a cota é pouca, e agora não sei quando vou poder marcar. Se for pra ela sair e aqui ficar sem nada, é melhor que fique”, afirmou.

A paciente Marisa Ferreira, que também mora no conjunto Feira VI, elogiou o trabalho da médica cubana e preferia que ela continuasse a atuar no local. “Se não vier outro médico a gente vai ser prejudicado. De três em três meses eu venho aqui, porque eu faço uso do remédio de pressão e eu venho pra ela me dar a receita”, informou.

Em entrevista ao Acorda Cidade, na segunda-feira (19), a secretária de saúde do município, Denise Mascarenhas, informou que Feira possui 115 PSFs, e apenas nove médicos cubanos atuam em determinadas unidades através do programa Mais Médicos, que conta ainda com 14 brasileiros e um mexicano atuando na cidade.

Por isso, ela acredita que a saída dos cubanos não deve causar um grande impacto, uma vez que a secretaria já está providenciando outros profissionais para colocar no lugar dos que estão de saída.

“Eles deram um prazo até dezembro. A prefeitura já tem outros médicos para substituir, e o Ministério da Saúde estará abrindo um edital para que novos médicos possam se candidatar, inclusive brasileiros, pois a prioridade do programa é os brasileiros, para depois os estrangeiros”, afirmou Denise Mascarenhas.
 

Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.