Feira de Santana

'O sistema de transporte vem se deteriorando e não é surpresa para ningúém', declara representante da empresa São João

Segundo ele, é inegável que o que acontece com uma empresa acaba afetando a a outra.

28/10/2021 às 08h24, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Após a empresa de ônibus Rosa pedir na justiça a rescisão contratual com a prefeitura do serviço de transporte público em Feira de Santana, a empresa São João já dá indícios de que pode ir pelo mesmo caminho, uma vez que o sistema de transporte público vive esta crise e a cada dia aumentam as dificuldades em operá-lo.

Marco Franco, empresário representante da empresa São João disse ao Acorda Cidade que tomou ciência da ação judicial ontem a noite através do Acorda Cidade com surpresa e neste momento está buscando mais informações através do departamento jurídico para entender o que envolve a ação e os argumentos. Segundo ele, é inegável que o que acontece com uma empresa acaba afetando a a outra e apesar das empresas serem independentes, com cada uma operando praticamente em uma região da cidade em regiões distintas, o sistema é integrado. É um sistema único que reflete no todo.

“Vamos saber o que está acontecendo para depois emitir uma opinião a respeito e foi uma surpresa a ação, mas é algo que inegavelmente já vinha se desenhando. No meu entendimento, já se esgotaram as tratativas administrativas, o sistema vem se deteriorando a cada dia não é surpresa para ninguém. Temos vários problemas que afetam o sistema de transporte coletivo de Feira, não é de hoje que as empresas têm as suas limitações e eu posso garantir que já fizeram muito, todo o sacrifício possível quase que o impossível para manter esse sistema, esse compromisso com a cidade e infelizmente nós temos ciência de que o sistema é falho, tem muita coisa a melhorar”, afirmou.

Marco Franco comentou também que as empresas precisam de condições para executar um bom serviço e enquanto isso não acontecer, esse vai ser o cenário que a visto. Para ele, é preciso avaliar de forma conjunta e somar esforços para corrigir os erros que não foram corrigidos até hoje.

“É algo emergencial que nós temos que fazer com a maior celeridade possível para não comprometer de fato todo o sistema de transporte, porque se isso não for feito, infelizmente é um caminho sem volta, o que está acontecendo com uma empresa vai acabar acontecendo com a outra ou a qualquer outra empresa que venha operar nessas condições que nós temos hoje. O debate tem que existir e ações efetivas urgentes para que a possa corrigir tantas falhas que há tanto tempo vem ocorrendo”, concluiu.

Demissões em massa

Tarcízio Murilo, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs), relatou que com esta crise vivida pelas empresas e do transporte público em geral na cidade, há grande possibilidade de acontecer demissões dos funcionários e isto preocupa e tira o sono de muitos trabalhadores, que de acordo com ele, já vem sofrendo com a pandemia, os salários atrasados e lutando para sobreviver em meio as dificuldades.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Podem acontecer demissões e isso abrange tanto a população quanto os funcionários. Como a situação já vem caótica de muito tempo e agora com a decisão dessa ai dos empresários de a justiça aceitar, vamos viver o que nós vivemos em 2015. É uma situação preocupante a decadência de transporte, atraso de salários. A gente tem dois anos om parcelamento de ticket, parcelamento de salários, dois anos sem reajuste salarial e a categoria sempre flexibilizando para que as empresas sobrevivessem. Agora veio essa bomba aí que é muito triste tanto para a população quando para os rodoviários”, lamentou.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.  

 

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