Comportamento
Luto e depressão: quando identificar a necessidade de ajuda
Profissionais seguem linhas e técnicas diferentes para ajudar o paciente
02/11/2018 às 11h29, Por Andrea Trindade
Tunísia Cores
Lidar com as perdas ao longo da vida não é uma tarefa fácil: são laços de amizade desfeitos, pessoas queridas que passam a morar em outra localidade, amigos e amores que seguem caminhos diferentes. Até mesmo um traço abandonado da personalidade, que antes era tão característico, pode ser considerado uma perda. Esta sexta-feira (2), milhares de brasileiros reservam a data para homenagear os finados e relembrar um dos processos que pode ser considerado mais difícil: aceitar a morte de um ente querido.
“Sabemos que a morte faz parte do processo da vida, mas algo conecta a pessoa àquela relação específica e isso gera inúmeros conflitos. Nas clínicas, observamos que, se trabalharmos a perda de modo geral, as pessoas aprendem a lidar melhor com a morte. Quanto mais informação, melhor a pessoa vai se estruturar psiquicamente e emocionalmente”, destacou a psicoterapeuta Simone Lustosa Andrade, de 52 anos.
Embora não haja um período definido, o luto varia entre seis meses e dois anos, em geral. Cabe ao profissional que realiza a psicoterapia ouvir e acolher o paciente, captar a história de vida e compreender as particularidades do paciente ao lidar com o luto. Além da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), a Organização Mundial de Saúde considera a funcionalidade ou a retomada da rotina um indicador importante para a superação do luto.
Quando devo procurar um psicólogo?
Alguns sinais podem ser grandes indicativos de patologia, caso se prolonguem além do tempo esperado: não conseguir resgatar a vida social ou se desfazer dos pertences. No entanto, outros fatores também devem ser considerados, tais como a variação de humor, excesso ou falta de apetite, insônia ou sono em demasia, que podem ser observados por familiares e amigos.
Amigos e familiares são peças importantes do processo e podem contribuir para superação do luto. “O objetivo não é apenas categorizar, mas gerar um ambiente de pertencimento que permita à pessoa começar a ressignificar a perda. Então, o paciente vai começando a lidar com a saudade, mas não com tanta tristeza ou ressentimento, e compreende que ainda tem os ensinamentos e o legado da pessoa, que foram deixados para ela”, sinaliza a profissional.
Especialidades e abordagens da Psicologia
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP), existem 325.825 psicólogos no Brasil, que atuam em 12 especialidades: Escolar e Educacional; Organizacional e do Trabalho; Trânsito; Jurídica; Esportiva; Clínica; Hospitalar; Social; Psicopedagogia; Psicomotricidade, Neuropsicologia; e Psicologia em Saúde.
Entre as especialidades acima, Lustosa tem pós-graduação em Psicologia Organizacional e Clínica. Durante as sessões, são aplicadas técnicas ligadas às abordagens Junguiniana, baseada nos ensinamentos de Carl Gustav Jung, e a Transpessoal, que tem entre os fundadores o Abraham Maslow.
“Não é algo exato. Existe uma empatia com o profissional, que é um elemento muito subjetivo e existe uma questão operacional: cada linha vai ter ferramentas específicas, que nós chamamos de técnicas”, explicou a especialista. Entre as ferramentas aplicadas, a profissional de psicologia destaca as técnicas projetivas (caixa de areia, sonhos), as objetivas (questionários, entre outras), interdisciplinar (acompanha o peso, taxas hormonais), corporal (acupuntura, florais), entre outras.
Apesar da utilização de ferramentas, abordagens e recursos variáveis, é fundamental que o paciente esteja preparado para lidar com situações de perda ao longo da vida para enfrentar os obstáculos com mais naturalidade. “A perda está muito associada à nossa capacidade de se frustrar. Somos treinados para achar vamos conseguir o que quisermos e isso cria um processo egóico muito grande. Nem tudo vai ser da forma, ou no tempo, que queremos. Então, precisamos compreender que trata-se de um processo inevitável da vida para aceitarmos e aprendermos a lidar melhor”, finalizou Lustosa.
Mais Notícias
Brasil
Câmara aprova programa para setor de eventos com teto de R$ 15 bilhões
Renúncia fiscal do Perse foi acordada com Ministério da Fazenda
23/04/2024 às 22h02
Polícia
Polícia Civil apreende mais de 12 mil comprimidos de anfetamina em Conquista
Equipe do Denarc também prendeu um homem em flagrante e apreendeu anestésico utilizado para produção de drogas sintéticas
23/04/2024 às 21h56
Micareta de Feira 2024
Mudança de local, proximidade de trios e barulho excessivo: Prefeito Colbert Martins faz análise sobre Micareta de Feira 2024
O prefeito esteve no Programa Acorda Cidade, na Rádio Sociedade News, na manhã desta terça-feira (23), e destacou alternativas que...
23/04/2024 às 21h45
Feira de Santana
Exames gratuitos serão disponibilizados em ação social no bairro Sítio Novo
Os atendimentos médicos serão em diversas áreas da saúde e vão acontecer por ordem de chegada, além de serem limitados....
23/04/2024 às 21h20
Polícia
Irmão de presidente da Câmara de Vereadores é assassinado no Conjunto Feira VII
Ele foi morto por golpes de picareta, faca e martelo desferidos por um vizinho. A mulher dele também foi atingida...
23/04/2024 às 20h13
Micareta 2024
Secretária de Comunicação comemora sucesso da Micareta e fala sobre radialistas homenageados
Na oportunidade, Renata agradeceu a toda a imprensa pelo trabalho de cobertura e transmissão que levou a festa para o...
23/04/2024 às 20h08