Feira de Santana

Lojistas do Feira Portal Center reclamam de prejuízos e abandono do empreendimento

Os proprietários do Feira Portal Center foram procurados pelo Acorda Cidade para comentar as declarações, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.

10/03/2022 às 16h03, Por Rachel Pinto

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Atualizada em: 18h07

Laiane Cruz

Um grupo de lojistas do Feira Portal Center, em Feira de Santana, está protestando contra a situação de abandono do empreendimento pelos proprietários. O empreendimento possui 556 salas comerciais, porém os comerciantes reclamam que o local não atrai clientes, e por isso menos de 20 lojas estão funcionando atualmente.

A comerciante Oziene Matos tem uma loja de confecções infantis. Ela informou que as lojas estão vazias e a loja dela está funcionando mais como um depósito de mercadorias.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Como os clientes virão aqui visitar se o empreendimento está sem movimento, lojas vazias, fica um pouco difícil. Até eu mesma, como cliente, se entrasse aqui iria ver que não tem nenhum atrativo. Então como a gente chama os clientes? Na maioria das vezes, a gente tem que usar a loja como depósito, trabalhar pela internet e correr atrás do cliente. Aqui fica muito difícil para o cliente vir. Apesar de ser uma loja muito pequena, coloquei aqui todos os meus investimentos e meu esposo também me ajudou pra que a gente mantivesse de pé. Mas se a gente quiser trabalhar tem que ter aqui como praticamente um depósito. Daqui fica muito difícil eu obter resultados, tenho que ligar para os clientes, levar a mercadoria até eles, porque o pessoal não vem aqui. As lojas atrás do empreendimento estão vazias e fica muito deserto, tem os seguranças, mas eles não dão conta de todos os espaços vazios”, reclamou Oziene Matos.

A empresária Maria Salete Moreira também adquiriu uma loja no Feira Portal Center. Ela reclamou que os proprietários do terreno não têm interesse em resolver a situação da administração e questões de Justiça, referente ao contrato de locação com os comerciantes, que, segundo ela, foi feito de forma ilegal.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Aqui, que como todo mundo sabe, fomos vítimas de uma propaganda enganosa, que na época a propaganda dizia: ‘O preço é de aluguel, mas o imóvel é seu’, então todos nós compramos aqui uma propriedade, mas o que a gente recebeu foi um contrato de aluguel. Mas independente da questão do contrato é essa situação de abandono disso aqui, não tem administração, interesse que isso aqui funcione. Chegaram para mim e disseram que a culpa é do lojista que não mantém suas lojas abertas, mas como é que vamos manter a loja aberta se aqui não tem administração, não tem divulgação, onde os irmãos que se dizem os donos não têm interesse que isso aqui funcione. Não tem cliente e inclusive tem um restaurante aqui que é de um dos irmãos, que ele nunca abriu e nunca reformou. Como eu me digo dono de uma propriedade, de um centro comercial e nunca abri meu negócio?”, destacou.

Ela lamentou o fato de que o empreendimento foi construído a partir dos investimentos dos lojistas, que agora estão amargando prejuízos por não conseguirem manter suas lojas abertas.

“Isso aqui foi construído com nosso dinheiro. São 556 lojas, mas não sei dizer uma quantidade precisa de lojas que estão funcionando aqui. Mas eu garanto que não tem 20 lojas funcionando, efetivamente abertas todos os dias. Algumas lojas foram montadas, porque a pessoa trabalhou, investiu seu dinheiro, mas não tem condições de manter sua loja aberta porque precisa trabalhar para manter o pão de cada dia em casa, porque aqui não tem retorno. E no contrato da gente existem diversas cláusulas abusivas, inclusive uma que se o lojista ficar mais de 60 dias com a loja fechada perde o direito da loja. Isso só não aconteceu porque teve um grupo que não teve medo de reivindicar seus direitos e entrou na Justiça. Hoje estamos com uma Ação Civil Pública no Ministério Público com mais de 50 pessoas, senão todo mundo já tinha perdido sua loja, porque a intenção desde a divulgação da propaganda enganosa foi tomar a loja de todo mundo”, relatou a comerciante.

O empresário Renildo Silva tem três lojas no Feira Portal Center, que de acordo com ele, foram adquiridas após ele se desfazer de alguns terrenos.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Eu troquei quatro lotes para investir e garantir minha aposentadoria. Me venderam as lojas e depois que eu comprei, no final, me entregaram um contrato de uso e fruição. Investi R$ 220 mil que foram pagos logo, que troquei em quatro lotes de terra de 10×30. Até agora só tive prejuízo, com minhas lojas fechadas, meu dinheiro empatado e eu aqui brigando na Justiça para receber meu dinheiro de volta ou a escritura. Tenho como provar que paguei por três lojas, só que no contrato que assinamos aqui diz que a loja não é nossa, é de uso e fruição, fomos roubados, infelizmente. Nós compramos e não somos donos, e também não vamos achar quem compre, quem comprar aqui não será dono. O segundo andar é todo fechado. E no primeiro andar só tem duas lojas abertas, que não funcionam porque não têm clientes”, afirmou Renildo Silva.

Os proprietários do Feira Portal Center foram procurados pelo Acorda Cidade para comentar as declarações, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

 

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