Igreja dos Remédios fecha as portas e aguarda vistoria do Ipac para reabrir

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Após inspeções realizadas pelos engenheiros Alexandre Caribé Freitas e João Kenedy Silva, seguidas de um parecer técnico constatando alguns desgastes e fraturas que colocam em riscos os fiéis, levaram por medidas de precauções, o Monsenhor Luiz Rodrigues a fechar as portas da Capela Nossa Senhora dos Remédios. No local todas as celebrações foram suspensas, sejam de missas, batizados ou casamentos. O pároco aguarda do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), uma resposta para a situação do templo religioso tombado pelo órgão estadual.

De acordo com o monsenhor Luiz, há cerca de cinco meses foi detectada a situação e os engenheiros constataram que seria necessário um reparo mais estruturado, com mais fundamento e não apenas paliativos. “Afinal, trata-se de uma obra antiga, de arte e que precisa de especialistas para preservar", comentou.

Foto: Luiz Tito

Um parecer técnico assinado pelos dois engenheiros foi encaminhado ao Ipac. “Eles alegaram que devido à Covid-19 estavam com o expediente presencial limitado. “O senhor Takeo Shishido, coordenador de restauros, nos orientou a enviar todos os documentos por e-mail. No dia 7 de outubro seguimos as suas orientações, mandamos o parecer com algumas fotografias e até hoje não obtivemos retorno”, informou o engenheiro João Kenedy.

Segundo o Pároco, a igreja Nossa Senhora dos Remédios, que integra a Paróquia Nosso Senhor dos Passos, há 15 anos foi tombada pelo IPAC. Sendo assim, a Paróquia não tem autonomia para realizar qualquer obra de reparo, mudanças ou alterações. Apenas a manutenção, como limpeza e coisas menores.

"De 15 em 15 dias, com todas as precauções e cuidados, vamos lá fazer a limpeza interna e externa. Continuamos no aguardo de uma resposta. Afinal, nesse caso, só o Ipac poderá intervir", disse

Sem previsão de reabertura

'Atendemos também a tarde', a frase faz parte de uma propaganda de um centro médico que funciona nas imediações, e que está estampada em um banner localizado na lateral da Capela de Nossa Senhora dos Remédios, contradiz com a realidade do mais antigo templo religioso de Feira de Santana. Na realidade, o santuário, localizado na Praça dos Remédios, na esquina com a Rua Tertuliano Carneiro, encontra-se fechado há quatro meses e segundo o Ipac, não há previsão para fazer inspeção.

Ipac

Em contato com o senhor Takeo Shishido, coordenador de restauros do Ipac,  ele infomou que devido à Covid-19 e o surto de gripe, as inspeções em toda a Bahia estão sendo prejudicadas.

“O nosso quadro de funcionários do setor ficou bastante comprometido. A nossa demanda é alta demais, mas à medida do possível estamos atendendo todos os processos que geraram protocolo", frisou.

Sem previsão de vistoria da capela, o coordenador orientou a comissão da Igreja a ir ao Ipac, em Salvador, para protocolar o processo.

“Mesmo com todas as dificuldades iremos atender todos os processos protocolados”, informou.

Reformas do templo

No século passado, a igreja passou por pelo menos três reformas ou intervenções significativas. A primeira foi entre 1930 e 1934 e, deste período, datam o altar-mor, o púlpito, a platibanda e a sacada em alvenaria. Esta pode ser considerada a maior intervenção sofrida pelo templo desde aquela época.

Entre 1988 e 1989 houve uma nova intervenção. As obras se limitaram à aplicação de novo revestimento nas paredes, à restauração do púlpito e reparos na rede elétrica interna, no piso e na pintura.

A última intervenção no templo religioso se deu entre 1997 e 1998, por iniciativa da Fundação Senhor dos Passos. Nessa ação, o imóvel foi restaurado, inclusive o mobiliário e a imaginária.

História

A história do templo começou entre 1700 e 1705. A data precisa é incerta. Depois de surgir como capela, foi sendo ampliada em sucessivas reformas e, atualmente, estima-se sua área construída em 625 metros quadrados. O estilo arquitetônico é do século XVIII e o imóvel pertence à Arquidiocese de Feira de Santana.

 

Texto e fotos: Luiz Tito (Blog Digaí Feira)