Bahia

Governo do Estado investe na ampliação da produção de cacau e do chocolate no Sul da Bahia

O plano, que atenderá cerca de 20 mil agricultores, prevê o desenvolvimento de ações estratégicas que permitirão elevar, em cinco anos, a produção de cacau na Bahia para 240 mil toneladas/ano, até 2022.

09/11/2018 às 08h44, Por Kaio Vinícius

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O Governo do Estado lançou, na quinta-feira (8), em parceria com Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – Ceplac/Mapa, o Plano Operacional para o Cacau e Chocolate da Bahia 2018 – 2022. O lançamento aconteceu na sede regional da Ceplac, em Ilhéus, e contou com a presença do vice-governador João Leão, e dos secretários Jerônimo Rodrigues (Desenvolvimento Rural), José Alves (Turismo) e Geraldo Reis (Meio Ambiente)

O plano, que atenderá cerca de 20 mil agricultores, prevê o desenvolvimento de ações estratégicas que permitirão elevar, em cinco anos, a produção de cacau na Bahia para 240 mil toneladas/ano, até 2022, e consolidar a fabricação de chocolates finos, com certificado de origem no Sul da Bahia, por meio da instalação de 20 agroindústrias.

As ações incluem a abertura de linha de crédito específica para a lavoura cacaueira, subsídios para produção de mudas e insumos, criação e indicação geográfica da produção do cacau, preservação da Mata Atlântica, prospecção de novos mercados, capacitação profissional, regularização fundiária e ambiental, difusão tecnológica, assistência técnica e extensão rural (ATER), capacitação, educação, gestão e empreendedorismo e infraestrutura rural. Os investimentos do Governo do Estado no plano devem atingir R$ 80 milhões.

O governador em exercício, João Leão, destacou que “a ampliação da produção de cacau e o polo chocolateiro são fundamentais para a economia regional, gerando milhares de empregos. Além do cacau, o Governo do Estado está investindo em obras como o Porto Sul e a Ferrovia Oeste Leste, em parceria com empresários chineses, além da construção da nova ponte Ilhéus-Pontal, já em fase de execução, e da duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna, um conjunto de ações que vão inserir o Sul da Bahia como um grande polo econômico”.

Emprego, renda e inclusão social

Jerônimo Rodrigues, secretário de Desenvolvimento Rural, afirmou que, ao incentivar o aumento da produção, a diversificação e a agroindústria, o governo estadual alavanca a inclusão social de assentados, indígenas, quilombolas e agricultores familiares, com foco na sustentabilidade: “O resgate do cacau, que também passa por investimentos em tecnologia, infraestrutura, somado a obras de infraestrutura, permitirá a retomada do desenvolvimento regional”.

Serão atendidos agricultores de 114 municípios nos territórios Litoral Sul, Médio Rio das Contas e Baixo Sul. Além da Ceplac e do Governo da Bahia, por meio das secretarias estaduais de Desenvolvimento Rural (SDR), de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), de Desenvolvimento Econômico (SDE), de Turismo (Setur), Educação (SEC), e de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Integram o plano o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Biofábrica, Universidade Estadual de Santa Cruz/Parque de Tecnologia, Ciência e Inovação, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Universidade Federal do Sul e Bahia, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Associação Nacional das Industrias Processadoras de Cacau (AIPC).

O secretário de Turismo, José Alves, afirma que “o cacau e o chocolate têm impactos no turismo, permitindo experiências únicas nas fazendas, das colheitas das amêndoas à industrialização, numa região de imensas belezas naturais. O cacau tem uma grande importância na conservação da mata nativa e estamos incentivando a produção do cacau cabruca, que concilia a atividade econômica com o respeito à natureza”, disse o secretário de Meio Ambiente, Geraldo Reis.

De acordo com o diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, esse “conjunto de ações fortalece a cadeia produtiva do cacau, mas também todo o entorno das potencialidades que existem junto à cacauicultura. A riqueza da Mata Atlântica, do cacau dentro da Cabruca, dialoga também com a fruticultura, atividades produtivas da mandioca. Essa diversificação, que tem o cacau como centro, abre possibilidades também para dinamizar outras cadeias produtivas”.

O coordenador técnico-científico da Ceplac, Manfred Müller, destaca que a instituição está desenvolvendo projetos como a Rota do Cacau, ATER para 6.500 assentados baianos, pagamento de bônus pela conservação ambiental em 400 mil hectares de cacau, incluindo áreas de Mata Atlântica, e a renegociação das dívidas dos produtores rurais.

Assinatura de convênios

Durante o evento, foram assinados convênios do Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR), com 32 cooperativas e associações de agricultores familiares, quilombolas, indígenas e assentamentos, no valor de mais de R$ 9,3 milhões. Os recursos serão aplicados em projetos de agroindústrias, fruticultura, pesca, produção de cacau/chocolate e assistência técnica rural, por meio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), nos municípios de Ibirapitanga, Ituberá, Presidente Tancredo Neves, Taperoá, Valença, Cairu, Igrapiúna, Camamu, Canavieiras, Ilhéus, Jussari, Coaraci, Ibicaraí, Maraú, Camacan e Itaju do Colônia.

Para Carine Assunção, diretora da Cooperativa de Serviços Sustentáveis da Bahia (Coopesba), “é importante investir na verticalização da amêndoa de cacau ao chocolate, adotando práticas que permitam a comercialização com melhores preços. Existe um mercado crescente de chocolates premium e a agricultura familiar está inserida nesse contexto”. O cacique Josivaldo Reis, da Aldeia Panelão, em Camacan, que também assinou convênio do Bahia Produtiva, afirmou que os recursos serão investidos na melhoria e na qualidade da produção, melhorando as condições de vida da comunidade.

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