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Familiares e amigos de mortos após furto em supermercado fazem protesto em Salvador

Família de Yan Barros e Bruno Barros relata que um deles enviou áudios pedindo dinheiro para pagar as carnes que eles teriam furtado de um supermercado.

30/04/2021 às 16h13, Por Rachel Pinto

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Parentes e amigos de Yan Barros e Bruno Barros, tio e sobrinho encontrados mortos com sinais de tortura na segunda-feira (26), em Salvador, fizeram uma manifestação nesta sexta (30), na rua onde eles moravam, em Fazenda Coutos, e depois na frente de um supermercado que fica no mesmo bairro. A família deles relata que um deles enviou áudios pedindo dinheiro para pagar as carnes que eles teriam furtado de do supermercado

Yan Barros e Bruno Barros foram encontrados mortos na noite de segunda-feira, na localidade da Polêmica. De acordo com a Polícia Civil, os dois homens foram torturados e atingidos por disparos de arma de fogo.

O grupo bloqueou a rua próximo à Base Comunitária da Polícia Militar pedindo justiça. Emocionada, a mãe de Bruno Barros, Dionesia Pereira, de 58 anos, chegou a passar mal durante o ato.

"É muito difícil, eu estou aqui pedindo justiça pelo meu filho. Eles não deram a oportunidade de a Justiça julgar o meu filho, ele só tinha 19 anos, era um menino sonhador, estudante, tomava o curso dele e eles destruíram com a vida do meu filho”, disse Elaine Costa Silva, mãe de Yan Barros, no protesto.

Na noite de quinta-feira (29), revoltada, Elaine já tinha falado que precisou reconhecer o filho pelas mãos e pés, porque o rosto dele estava desconfigurado.

"Eu estou muito triste, porque eu perdi o meu filho. Eu não imaginaria de perder o meu filho nessa crueldade. Eu reconheci meu filho pela mão e pelo pé, porque a cara do meu filho não dava para ser reconhecida. É um sofrimento muito grande, meu filho não poderia ser morto", contou.

"Eles falaram que iam entregar eles para os marginais, porque não tinha mais jeito. Meu filho chorando, meu filho apanhando lá e o segurança falando que ia entregar eles para os marginais", completou.
Muito emocionada, Dionesia Pereira também afirmou que não reconheceu o corpo do filho.

"Eu sei que meu filho errou, mil vezes se você me perguntar, vou dizer que meu filho estava errado. Mas, pelo amor de Deus, eu não reconheci o corpo do meu filho", disse a dona de casa.

Na noite de segunda-feira (26), dois homens foram mortos na localidade da Polêmica, em Salvador. De acordo com a Polícia Civil, eles foram torturados e atingidos por disparos de arma de fogo. À época, a polícia informou que a motivação do crime estava relacionada ao tráfico de drogas.

Um dia depois, na terça-feira (27), eles foram identificados como Bruno Barros e Yan Barros. Na quinta-feira (29), a mãe de Yan, Elaine Costa Silva, revelou que ele foi morto após ter sido flagrado pelos seguranças do hipermercado Atakarejo por furtar carne no estabelecimento.

Segundo ela, o tio de Yan, Bruno, que também foi morto, enviou áudios a uma amiga informando o que tinha acontecido e pedindo ajuda para não ser entregue aos traficantes do Nordeste de Amaralina.

Por meio de nota, o supermercado informou que é cumpridor da legislação vigente, e atua rigorosamente comprometido com a obediência às normas legais, e que não compactua com qualquer ato em desacordo com a lei.

Disse também que os fatos questionados envolvem segurança pública e que certamente serão investigados e conduzidos pela autoridade pública competente.

Em nota, o Ministério Público da Bahia informou que ao tomar conhecimento do fato envolvendo Bruno Barros e Yan Barros, adotou as providências cabíveis nesta fase preliminar de apuração, autuando uma notícia de crime e encaminhando ao Núcleo do Júri da Capital.

Já a Polícia Militar informou que a 40ª CIPM não foi acionada para atender a ocorrência. No entanto, assim que tomou conhecimento, por meio de populares, de que teria ocorrido de um possível furto no estabelecimento comercial no bairro de Amaralina, a unidade deslocou uma equipe até o local. Quando chegou, funcionários não confirmaram o fato.

A Polícia Civil informou que algumas testemunhas foram ouvidas na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa e as investigações estão avançadas. Segundo o órgão, já há indicativo de autoria. As equipes da unidade realizam diligências e mais detalhes não podem ser divulgados para não interferir no andamento das apurações.

Fonte: G1

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