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Exportações baianas crescem 55,4% em junho e alta no semestre alcança 20%

O movimento de alta das exportações em 2021, segundo a SEI, vem sendo ditado pela retomada da atividade econômica no mundo.

08/07/2021 às 16h05, Por Laiane Cruz

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Estimuladas pela valorização das commodities, principalmente soja e minérios, as exportações baianas somaram US$ 925 milhões em junho, 55,4% superior ao mesmo mês do ano passado, alcançando o melhor resultado para o mês desde 2011. O resultado é o melhor da série histórica desde dezembro de 2018, quando as vendas externas do estado alcançaram US$ 988,6 milhões. No acumulado do primeiro semestre, as exportações baianas somaram US$ 4,41 bilhões, 20% acima de igual período de 2020. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).

O movimento de alta das exportações em 2021, segundo a SEI, vem sendo ditado pela retomada da atividade econômica no mundo, com países iniciando uma saída paulatina da pandemia do coronavírus. Além da continuidade de crescimento das vendas para a China (40,5%), as exportações tiveram impulso de regiões que haviam reduzido as compras de produtos baianos durante a fase aguda da crise sanitária em 2020 e que agora voltaram a comprar mais, como Estados Unidos (36,3%), União Europeia (25,6%) e Argentina (30,8%).

"Mais um sinal claro, e eu diria efervescente, da nossa retomada econômica. A economia baiana tem sido impactada positivamente por esse momento atual da economia global, que retorna à normalidade com a vacina da Covid-19. Este mês já comemoramos a liderança na geração de empregos no Nordeste e agora o crescimento da taxa de exportações. A expectativa é de, paulatinamente, termos reflexos positivos nos demais setores", afirma o vice-governador João Leão, secretário do Planejamento.

Apesar do crescimento das vendas externas estar mais evidente entre as commodities, responsável por mais de dois terços da pauta do estado, os setores da indústria mais ligados ao comportamento da economia mundial, como o químico (35,8%), a metalurgia (28,2%), a de máquinas voltadas à geração de energia (3,5%), além dos segmentos influenciados pelo agronegócio, conseguem mostrar mais dinamismo e escapar do comportamento mais tímido daqueles ligados ao mercado doméstico, aponta a análise da Superintendência.

Ainda segundo a SEI, a recuperação da economia mundial ajuda o agronegócio e a indústria de base. E o agro mobiliza, no caso, da Bahia, as compras de bens de consumo tanto no mercado interno, quanto no externo (crescimento de 34,1% no semestre).

Outra característica importante do aumento das exportações este ano, são os preços. Eles estão pautando o aumento das receitas, já que o quantum embarcado (apesar de estar melhorando), ainda está 11,7% inferior a igual período do ano anterior. O aumento dos preços médios das commodities no semestre foi de 35,7% em relação ao mesmo período de 2020. Quando se analisam os índices de preços de exportações das commodities baianas, destacam-se o negócio do cobre e ferro-ligas, com alta de 75,3%, petróleo e derivados com 58,4%, minerais com 53,7% e a soja e derivados com incremento de 34,1%, na mesma base de comparação. Os preços das não commodities cresceram também, mas em um percentual inferior, de 28,5%.

Essa pressão de aumento do nível de preços das commodities deve perdurar no decorrer dos próximos meses, pois com a esperada reabertura do mundo com o avanço da vacinação aliado ao pacote fiscal/monetário expansionista dos Estados Unidos (EUA), impulsiona a demanda por diversos segmentos da pauta local. Então, o crescimento simultâneo das duas maiores economias mundiais, China e EUA, corrobora por uma demanda global mais aquecida e commodities em alta.

Importações

As importações baianas foram de US$ 861 milhões no mês passado, com alta de 127,3% em comparação ao mesmo período de 2020. No acumulado do semestre, as importações somam US$ 3,83 bilhões, com crescimento de 52,4%. Apesar do efeito da base baixa de comparação, a maior demanda por bens importados acontece via recomposição de estoques pela indústria, em um ambiente de escassez interna de suprimentos e de alguma reação na atividade econômica.

As compras externas seguem puxadas pelos combustíveis, tanto em junho (aumento de 510%), quanto no semestre (148,8%), sempre comparadas com o mesmo período do ano passado. Também houve incremento nas compras dos bens intermediários, que no semestre avançaram 35,7%, com destaque para minério de cobre (17,3%), cacau em grão (23%), óleos de palmiste (79%), fertilizantes (45%) e grafita artificial (14%).

Os bens de consumo também registraram crescimento de 34,1%, principalmente de células solares em módulos ou painéis (1.468%) e fritadoras eletrotérmicas de uso doméstico (250,8%). Isso aconteceu mesmo com câmbio depreciado, porque o desabastecimento também contribuiu para elevar preços no mercado interno.

Ainda há muita instabilidade em função da pandemia e é difícil saber se o movimento de alta nas compras externas irá se manter nesse nível, mesmo com uma base muito baixa de comparação. A continuidade e ritmo desse movimento ainda dependam do câmbio e da recuperação da demanda doméstica, ditada pela pandemia.

A corrente de comércio do estado, que soma os valores vendidos e comprados, avançou 33,2% no primeiro semestre, totalizando US$ 8,24 bilhões. Esse indicador é considerado importante, porque mede o dinamismo do comércio exterior do estado, bem como sua contribuição para o ritmo da atividade econômica.

  

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