Feira de Santana

Estupros praticados por companheiros no ambiente doméstico cresceram em 2021, diz delegada

Na avaliação da delegada Clécia Vasconcelos, a prisão em flagrante dos denunciados também tem estimulado as mulheres vítimas a denunciar mais.

12/01/2022 às 10h12, Por Rachel Pinto

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Laiane Cruz

O número de queixas registradas por estupro contra mulheres aumentou de 42, em 2020, para 53 ocorrências, em 2021, na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), de Feira de Santana.

De acordo com a delegada Clécia Vasconcelos, titular da especializada, do total de denúncias ocorridas no ano passado, uma parte foi praticada por companheiros dentro do ambiente doméstico.

“Quando falamos em estupro é preciso lembrar que trabalhamos com diferença. O estupro ocorrido na rua, enquanto a mulher vítima diz que não conhece o agressor, e o estupro ocorrido dentro das relações domésticas. A mulher, cujo o companheiro, namorado manteve relações sexuais à força como dizem, então essa modalidade é que cresceu. A mulher casada, a mulher cujo namorado, companheiro, a obriga a manter ato sexual, essa mulher já está mais consciente desse direito que ela tem de escolha e está denunciando mais, é esse tipo de ocorrência que cresceu, que não deixa de ser um estupro”, alertou a delegada da Deam.

As denúncias sobre importunação sexual, também tiveram um crescimento. Passando de 14 registros em 2020, para 30 casos registrados em 2021. Na avaliação da delegada Clécia Vasconcelos, a prisão em flagrante dos denunciados também tem estimulado as mulheres vítimas a denunciar mais.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Não havia essa tipificação da importunação. O indivíduo que praticava esse tipo de delito, ele praticamente saía impune porque era dito como um delito de menor potencial ofensivo. Hoje não. Ele pode ser preso em flagrante, e a mulher que é abordada na rua com indivíduo se masturbando, com atos libidinosos, então ela já sabe que isso tem uma relação de represália maior, isso está fazendo com que essa mulher se sinta estimulada a denunciar”, declarou.

A delegada explicou que o número de ocorrências registradas na Deam 2021 (2.751) não teve um aumento considerável em relação a 2020 (2.748), se mantendo na média. Para Clécia Vasconcelos, a pandemia ainda traz reflexos para as vítimas, que têm passado mais tempo com seus companheiros dentro de casa.

Outro dado relevante, segundo ela, é quanto ao número de queixas por ameaças. Que em 2021, foram 1.301, enquanto em 2020 foram 1.230.

“Aumentaram consideravelmente, e ao contrário do que muitos pensam eu considero o delito de ameaça tão perigoso quanto, porque ele tira o sossego, ele tira a paz dessa mulher que diante de uma ameaça às vezes deixa até de trabalhar, ela deixa de circular, de praticar as ocupações habilitais por conta do medo. Então a gente dá muita importância sim às ameaças e elas tiveram um aumento expressivo.”

Ainda com relação aos dados divulgados, das 24 mulheres assassinadas em Feira de Santana em 2021, seis foram feminicídios.

“Isso preocupa e observe que é muito mais fácil caracterizar o homicídio quando acontece dentro das relações. É preocupante sim, mais as políticas públicas mostram que há um caminho que há uma convergência para evitar esse tipo de delito e se mostram expressivos. Se você fizer um comparativo com os dois anos anteriores vai evidenciar que houve um acréscimo.”

 

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade. 

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