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Educação Digital

No convívio familiar ou entre amigos, os relacionamentos são cada vez mais virtuais.

12/11/2018 às 09h35, Por Maylla Nunes

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Certo dia um adolescente perguntou ao seu avô, que se encontrava lendo o jornal. O que o senhor usava quando não existiam as modernas máquinas de calcular, tabletes, computadores, smartphone? A cabeça, respondeu o avô. No convívio familiar ou entre amigos, os relacionamentos são cada vez mais virtuais.

ESSA GRACIOSA resposta de um homem que viveu na época das máquinas de escrever Remington, dos quadros-negros rabiscados de giz e das penas de aço mergulhadas no tinteiro, ilustra bem um tema muito discutido hoje no mundo da educação. Isso porque as gerações atuais, estão “submersas” desde tenra idade nos aparelhos digitais de comunicação, a ponto de quase podermos dizer que eles fazem parte indispensável de suas vidas. São os chamados “nativos digitais”.

A CADA dia a situação fica mais complexa. Não poucos educadores, nascidos e formados quando a tecnologia não havia ainda atingido seu desenvolvimento atual, encontram-se, numa situação nova e difícil, cheia de perplexidades, numa verdadeira encruzilhada educacional e até vivencial. A isso se soma que, as modernas tecnologias aumentem a velocidade, a quantidade e o alcance da comunicação, mas não favorecem de igual modo aquele intercâmbio frágil entre uma mente e outra, entre um coração e outro.

VIVEMOS, em conseqüência, na era do domínio dos tabletes, dos computadores, smartphone e outros modernos aparelhos digitais. Neste campo, o progresso da tecnologia é tão acelerado que, pouco tempo depois de ser posto à venda nas lojas, o produto “supernovo” já estará ultrapassado por outro “mais atualizado”. A sabedoria está no uso consciente, responsável e equilibrado deste útil e fascinante mundo da web.

OS EDUCADORES devem, portanto, ilustrar suas exposições de fotos, representações teatrais, etc., de forma a mostrar exemplos concretos em uma linguagem compreensível às crianças e aos jovens atuais. Devem entrar em diálogo com eles, conhecer suas preocupações e problemas, discernir suas apetências de alma. Na “civilização digital” a formação consiste mais do que tudo, na apresentação de modelos a imitar.

AFIRMAVA Paulo VI: “O homem contemporâneo escuta com mais boa vontade as testemunhas do que os mestres, ou então, se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”. O que move as pessoas são os tipos humanos, os testemunhos de vida. Eis a chave para a educação da juventude atolada nos instrumentos de comunicação digitais.

Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]

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