Covid-19

Durante pandemia, número de jornalistas vítimas da Covid-19 aumentou em 124% em comparação a 2020, afirma presidente do Sinjorba

Um levantamento que está sendo realizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), mostra que a Covid-19 está vitimando um jornalista por dia no Brasil.

20/05/2021 às 12h02, Por Andrea Trindade

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Gabriel Gonçalves

Na última terça-feira (18), foi aprovada a inclusão de jornalistas com idade superior a 40 anos na vacinação contra a Covid-19. A decisão aconteceu após reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e será publicada no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira (20).

Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, o presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves, explicou que a grande insatisfação pela categoria, foi motivada pela inclusão da imprensa como serviço essencial no ano de 2020, mas não foi incluída como público prioritário na campanha de vacinação em janeiro deste ano.

"Em março de 2020, o Governo Federal estabeleceu que a imprensa é um serviço essencial na pandemia, e como serviço essencial, somos obrigados a trabalhar, mesmo correndo qualquer tipo de risco, e nós não discordamos disso, porque a imprensa é o canal de comunicação para a sociedade, ter acesso às informações, porém o problema é que nós não fomos incluídos no plano de vacinação lançado em janeiro deste ano, ou seja, somos essenciais para trabalhar, mas não somos prioritários para sermos vacinados. No final do ano de 2020, os profissionais estavam sendo convocados para retornar do Home Office, retornar aos estúdios de TV, de rádio, as redações, de forma desprotegida e expostas ao vírus, o que aconteceu? Tivemos uma grande explosão de mortes de jornalistas e radialistas no primeiro trimestres de 2021", destacou.

Um levantamento que está sendo realizado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), mostra que a Covid-19 está vitimando um jornalista por dia no Brasil. Entre janeiro a abril de 2021, a categoria assistiu a perda de 124 profissionais para o vírus, uma média de 31 mortes por mês, bem acima da média verificada em 2020, que foi de 8,3 óbitos/mês.

De acordo com Moacy Neves, um levantamento feito por número de desligamentos em virtude de óbitos dos jornalistas, foi identificado um aumento de 124% comparado ao primeiro trimestre de 2020.

"Conseguimos realizar um levantamento de dados também, relacionados ao número de desligamentos provocados pelas mortes desses jornalistas. Comparamos o primeiro trimestre de 2020 com o primeiro trimestre deste ano e tivemos um aumento de 124% dessas mortes, porque tivemos 194 desligamentos motivado por mortes no primeiro trimestre de 2020 e 435 desligamentos, também motivados por mortes, no primeiro trimestre de 2021, incluindo todo setor da comunicação, seja jornalistas, radialistas e todas as outras categorias que trabalham conosco, como cinegrafistas e fotógrafos. Tivemos uma grande explosão de casos e de modos diferentes nesse primeiro trimestre e a única explicação que nós encontramos para isso foi a Covid-19", afirmou.

Nesta quinta-feira (20), o Sinjorba terá uma audiência online com o GT Coronavírus do Ministério Público da Bahia (MPBA). O órgão questionou a decisão da CIB que aprovou a inclusão dos jornalistas e radialistas na linha de frente do plano de vacinação.

"Pedimos este encontro com o Ministério para explicar os números que justificaram o pleito de prioridade feito pelo Sinjorba aos gestores de saúde da Bahia", afirmou o presidente Moacy Neves.
 

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