Economia
Desvalorização do real, alta do preço do óleo combustível e greve dos caminhoneiros provocam aumento nos custos da indústria
Apesar do maior crescimento dos custos desde o quarto trimestre de 2015, a indústria manteve a lucratividade no segundo trimestre de 2018
20/09/2018 às 08h29, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
O indicador de custos industriais apresentou crescimento de 3,7% no segundo trimestre de 2018 na comparação com o primeiro trimestre, na série livre de efeitos sazonais. Foi o maior aumento registrado desde o quarto trimestre de 2015, quando a expansão chegou a 3,8%. Os dados estão no estudo Indicador de Custos Industriais, divulgado nesta quarta-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o estudo trimestral, três fatores contribuíram para a alta nos custos da indústria: a desvalorização do real, a alta do preço do óleo combustível e a paralisação no transporte de carga rodoviária que ocorreu em maio de 2018.
A moeda brasileira, que se desvalorizou 11,2% no segundo trimestre de 2018, na comparação com o primeiro trimestre deste ano, gerou alguns efeitos. O primeiro deles foi o efeito direto sobre os custos dos bens intermediários importados pela indústria brasileira para a produção, que teve uma alta de 15,2%. “É como se os produtos intermediários importados, que são os componentes que a indústria brasileira traz de outros países, ficassem 11,2% mais caros, sem tempo hábil para as indústrias negociarem preços ou encontrarem outros fornecedores”, ilustra a economista da CNI Maria Carolina Correia Marques.
O segundo efeito da desvalorização do real foi sobre o preço do óleo combustível, que apresentou crescimento de 24,4% no segundo trimestre de 2018 em relação ao primeiro trimestre, alta influenciada também pelo aumento de 11% no preço internacional do petróleo no período. Esses fatores elevaram 8,5% os custos com energia da indústria brasileira no segundo trimestre.
Por fim, o terceiro efeito foi a greve dos caminhoneiros sobre o preço dos insumos domésticos. A paralisação gerou uma escassez, que, por sua vez, elevou o preço dos intermediários domésticos em 4,9% também no segundo trimestre de 2018. “Adicionalmente, como consequência da greve dos caminhoneiros, foi estabelecido um tabelamento de frete que aumentou o preço com transporte rodoviário de carga. Esse aumento no valor do transporte é repassado ao preço dos produtos e pressiona os preços dos intermediários domésticos”, explica Maria Carolina. O custo com capital de giro apresentou queda de 3,8% e se destaca com a nona retratação seguida. É o maior período de queda ininterrupta dos juros desde o início da série em 2006.
Apesar da alta nos custos industriais, o estudo da CNI mostra que a indústria preservou a sua lucratividade no trimestre, pois o aumento de preços dos produtos manufaturados foi de 3,8%, indicando capacidade de a indústria repassar o aumento de custos do trimestre aos consumidores.
Mais Notícias
Economia
Banco do Nordeste soma R$ 1,7 bilhão em investimentos voltados para cadeias produtivas
Os investimentos foram destinados a atividades econômicas no Programa de Desenvolvimento Territorial do Banco do Nordeste (Prodeter).
28/03/2024 às 13h06
Economia
Brasil registra superávit de US$ 2 bilhões na balança comercial da 4ª semana de março
Levando-se em conta o acumulado do ano até a quarta semana de março, as exportações cresceram 5,5% e somaram US$...
26/03/2024 às 14h18
Economia
Declaração do MEI: contador esclarece dúvidas importantes para evitar penalidades
Contador explica o que pode ocasionar na hora de declarar os rendimentos anuais e esclarece que IR não pode...
26/03/2024 às 07h20
Economia
Governo da Bahia e Banco do Brasil vão implementar primeiro CCBB do Norte-Nordeste
O Palácio da Aclamação foi cedido ao CCBB e vai passar por adequações, o governo baiano irá assumir as obras...
23/03/2024 às 07h20
Economia
Relatório corta R$ 9,49 bi de receitas com limite a incentivos do ICMS
Restrição a compensações tributárias garante receitas de R$ 168 bi.
22/03/2024 às 19h41
Proteção
Veja algumas dicas para pagar boletos com segurança e evitar golpes
Setor bancário realiza constantes projetos de atualização para a modalidade, mas criminosos apostam na desatenção para aplicar golpes.
20/03/2024 às 07h57