Feira de Santana

Cresce índice de homicídios e cai o de latrocínios no primeiro semestre em Feira de Santana

Veja a relação de bairros com mais números de homicídios.

16/07/2021 às 06h51, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

No primeiro semestre de 2021 foram registrados, em Feira de Santana, 218 homicídios e dois latrocínios (roubo seguido de morte), totalizando 220 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIS).

Além dos CVLIs, também foram registrados 06 excludentes de ilicitude (legítima defesa) e 44 mortes em decorrência de intervenção policial (troca de tiros).

No primeiro semestre do ano anterior, foram registrados 193 homicídios, 05 latrocínios e 01 morte no Conjunto Penal de Feira de Santana, totalizando 199 CVLIs. No primeiro semestre de 2021 também ocorreram 04 excludentes de ilicitude e 37 mortes em decorrência de intervenção policial.

No comparativo houve um aumento no número de homicídios, de mortes em troca de tiros com a polícia e de excludentes com relação ao mesmo período no ano passado, enquanto o número de latrocínios, reduziu neste ano, em relação a 2020.

Do total de CVLIs registrados em 2020, há 11 mulheres e 21 adolescentes, todos os demais são homens com mais de 18 anos. Já em 2021, 17 mulheres e 14 adolescentes foram assassinados.

Do total de mulheres mortas entre janeiro e junho deste ano, duas foram mortas a facadas e 15 a tiros, uma delas foi vítima de feminicídio. Quanto aos homens mortos, 07 foram assassinados a facadas e todos os outros a tiros. 

Bairros e distritos com os maiores índices

Os bairros com os maiores índices de assassinatos no primeiro semestre são Conceição e Santo Antônio dos Prazeres. Com relação aos distritos, Jaíba foi o que mais teve registros de CVLIs neste ano.

Em 2020, no primeiro semestre os bairros com mais registros de assassinatos foram Mangabeira (20) e Santo Antônio dos Prazeres (14), respectivamente, e em seguida o bairro Conceição (10) e o Conjunto George Américo (08).

Na Zona rural, Humildes e Governador João Durval (Ipuaçu) foram os que mais registraram CVLIs com cinco assassinatos em cada uma das localidades, enquanto em Jaíba foram registrados dois e em Jaguara, nenhum.
 

Número de CVLIs por bairros e distritos no primeiro semestre de 2021

1. Conceição: 21 assassinatos
2. Santo Antônio dos Prazeres: 14
3. Campo limpo, Mangabeira, Rua Nova: 11 assassinatos em cada bairro
4. Gabriela: 09
5. Tomba: 07
6. Centro, Asa Branca, Aviário, Feira VII: 06 em cada bairro
7. Jardim Cruzeiro, lagoa Subaé, Parque Ipê, Irmã Dulce: 05 em cada bairro
– Demais bairros com menos de 5 homicídios
Distritos:
1. Jaíba: 05
2. Maria Quitéria: 04
3. Humildes, Matinha, Tiquaruçu: 03 em cada distrito
4. Jaguara: 01
5. Governador João Durval e Bomfim de Feira: 0

Número de CVLIs registrados em áreas das Companhias Independentes da Policia Militar (CIPMs) no primeiro semestre de 2021
64ª CIPM: 22
65ª CIPM: 61
66ª CIPM: 116
67ª CIPM: 19

2020
64ª CIPM: 19
65ª CIPM: 52
66ª CIPM: 106
67ª CIPM: 21

O que diz a Polícia Civil

Segundo o coordenador de polícia do interior (1ª Coorpin), Roberto Leal, havia uma expectativa de redução entre 10 e 15% do índice de homicídios, mas houve várias situações conflituosas relacionadas ao tráfico de drogas.

“O ano de 2021 realmente extrapolou em relação a alguns índices, alguns meses foram extremamente conflituosos, principalmente em alguns bairros aqui de Feira de Santana que contribuíram para a elevação desses índices. Embora o trabalho tenha sido realizado, a tônica continua com a situação do tráfico de drogas que agora se estende a outros bairros que anteriormente não sofriam dessa influência”, informou.

Quanto ao aumento no número de mulheres mortas neste primeiro semestre, o delegado explicou que tem aumentado a participação de mulheres no tráfico de drogas, não se tratando de feminicídio, a maioria destas mortes.

“Preocupa em duas situações, incialmente pelas idades dessas pessoas, que são mulheres jovens e também da participação dessas pessoas com o tráfico de entorpecentes. Anteriormente as mulheres pouco participavam dessas situações, geralmente eram responsáveis por guardar os entorpecentes ou pelo transporte, era essa a função que exerciam essas pessoas que eram ligadas ao mundo do tráfico, contudo com o passar do tempo passaram, principalmente, a ter um maior envolvimento em outras as situações do tráfico, inclusive explorando pessoalmente alguns pontos de droga. Elas acabaram entrando nessa ciranda de que é o tráfico de drogas e também viraram alvo dessas ações. A gente percebe que, anteriormente existia esse respeito em relação as mulheres, mas não há mais”, explicou o delegado ao Acorda Cidade.

O que diz a Polícia Militar?

O comandante do Policiamento Regional Leste (CPRL), Coronel Nilton Paixão, explicou que o tráfico de drogas e a soltura de presos do Conjunto Penal de Feira de Santana são alguns dos fatores que fomentam o índice de crimes violentos no município.

“Nós sabemos que Feira é a segunda cidade mais populosa do estado, e sabemos também que Feira de Santana é o principal centro urbano, político, educacional e econômico do interior do estado e nós entendemos que chegam coisas boas e coisas ruins. Uma cidade importante como essa infelizmente as coisas ruins também chegam e principalmente o tráfico de drogas. Eu atribuo a questão ao tráfico de drogas essa questão do aumento dos homicídios, bem como nós estamos observando, a soltura de diversos criminosos. Nós tivemos um pico mesmo que foi no período do Dia das Mães, que foram 11 a 12 homicídios no final de semana. Naquele final de semana foram libertados 29 criminosos, então, isso impacta. E eu também entendo que a questão do homicídio, não é só uma questão de polícia né, é uma questão social, desigualdade social, desemprego, falta de políticas públicas, então, tudo isso ajuda no aumento da criminalidade, e essa é minha visão”, disse o coronel ao Acorda Cidade.

Ele disse ainda que a Polícia Militar identificou as duas ações das facções criminosas que estão brigando entre si e que estão com intercâmbio de outro estado.

“Duas organizações criminosas de Feira de Santana estão disputando espaço, estão brigando, inclusive, já temos conhecimento que eles estão já com um intercâmbio com outro estado do nosso país. Eles vão para o Rio de Janeiro e voltam. Nós temos uma aproximação muito grande com nossa coirmã a Polícia Civil, nós fazemos uma reunião semanal, com os comandante das unidades bem como com o delegado Roberto Leal e nós temos a nossa inteligência. Nós temos em torno de 10 a 12 operações por semana em Feira de Santana”, destacou.
 
 Levantamento feito pelo repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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