Trezenário de Santo Antônio

Conheça a história do santo casamenteiro e padroeiro dos pobres; veja a programação das missas

Saiba como será a programação das missas e da procissão motorizada.

12/06/2021 às 16h30, Por Rachel Pinto

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Gabriel Gonçalves

Neste domingo (13), é celebrado pelos fiéis devotos, o dia de Santo Antônio, dia que marca a morte do frade que morreu aos 36 anos de idade. Segundo a tradição, além de ser padroeiro dos mais necessitados, o Santo dá um 'empurrãozinho' para aqueles que desejam casar.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o Frei Mário Sérgio, pároco da Igreja Santo Antônio dos Frades Capuchinhos em Feira de Santana, explicou que a tradição da igreja católica, é preservar a data em que uma pessoa morre, pois a partir daquele momento, a morte é considerada para a Terra, mas o nascimento para Deus.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Nós temos aqui, uma tradição da Igreja para celebrar o dia dos santos no dia em que ele morre. Aquele dia é guardado, ele é preservado por algumas questões teológicas e a primeira delas, é que quando uma pessoa morre, ali é encerrada a caminhada na Terra, mas naquele momento, tem início o processo verdadeiro de santidade, por não haver mais a possibilidade de pecados. Então a partir daquele dia, a pessoa nasce definitivamente para Deus, então a Igreja tenta na medida do possível preservar a data que a pessoa nasce para Deus e morre para o mundo", explicou.

Pertencente a uma família nobre, Santo Antônio estudou, se formou e até fez doutorado, mas logo depois decidiu integrar um movimento de pessoas simples, abrindo mão de toda riqueza e fartura que tinha oriunda da família.

"Santo Antônio vem de uma família tradicional, estudou no colégio Agostiniano, teve um grande conhecimento, chegou a fazer doutorado em Coimbra e se ordenou como padre. Depois desse processo, que ele inicia a fase de franciscano, quando ele vê cinco jovens indo em direção ao Marrocos lutar contra o Corão, os mulçumanos e a partir daquela data, Santo Antônio decide derramar o seu sangue pelo Evangelho, pertencendo ao movimento de pessoas simples, abrindo mão de toda riqueza e fartura. Ele morreu cedo, aos 36 anos de idade, tinha uma fragilidade de saúde, mas revolucionou todo esse mundo ensinando os grandes valores e aos desapegos. Deixou um legado sobre o cuidado com os pobres, a sensibilidade de quem passa fome, não só a fome material, mas a fome de Deus e Antônio consagrou a sua vida para cuidar dos pobres de corpo e de alma", disse o Frei Mário Sérgio.

Santo Casamenteiro

Segundo o pároco, na Idade Média do Século XIII, as mulheres precisavam pagar um dote para poder casar, mas por não ter o valor, Santo Antônio tinha o hábito de dar o dinheiro.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Como as mulheres eram pobres, não tinham como pagar esse dote, então o que Antônio fazia? Ele tinha o hábito de juntar dinheiro para pagar algumas mulheres portuguesas, para que pudessem se casar. A partir disso, se difundiu essa história que ele juntava o dinheiro para pagar esses dotes para estas mulheres. Existem algumas lendas urbanas de Santo Antônio, que inclusive posso até contar uma aqui, é que uma jovem colocou a imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo, porque ele não havia feito nenhum tipo de benefício para ela se casar. O que é que ela faz? Depois de muito tempo, ela arremessa essa imagem pela janela e atinge a cabeça de um soldado. De imediato, ela sai para cuidar deste rapaz, e a partir deste momento, se apaixonam e se casaram", disse.

Corda de Santo Antônio

De acordo com o Frei Mário Sérgio, um casamento já foi realizado na paróquia, pelas bênçãos do Santo Casamenteiro.

"Eu fiz uma aposta com uma jovem aqui da Igreja e disse, você precisa casar, não pode ficar encalhada. Uma dessas trezenas, eu criei no momento da entrada da imagem de Santo Antônio, um cordão que passa por cima das cabeças dos fiéis. Falei com ela, que tocasse no cordão e pedisse um marido, pois é uma simbologia muito rica, ela já estava de olho em um rapaz há mais de 20 anos e falei com ela, se você arranjar um pretendente para casar, a Paróquia Santo Antônio irá arcar com todas as despesas do seu casamento, do vestido de noiva à Lua de Mel. E não é que a mulher casou depois do cordão de Santo Antônio? Foi uma celebração grandiosa aqui na Igreja, e cumprimos com nossa palavra, teve a festa, ajudamos a mobiliar a casa, teve a lua de mel e hoje ela está aí para contar esse testemunho", afirmou o Frei.

Desde os 6 anos de idade, Antônio Roberto Vieira, se considera devoto de Santo Antônio. Morando próximo à Igreja, o católico informou a reportagem do Acorda Cidade que sempre teve o acompanhamento da família e mesmo morando fora do município, nunca perdeu a devoção por Santo Antônio.

"A minha frequência aqui na Igreja dos Capuchinhos, ela é divida em alguns momentos, porque desde os meus 6 anos de idade, eu junto com minha família, morávamos aqui pertinho, na rua Castelo Branco e na época era ainda uma chácara e não perdíamos uma festa de Santo Antônio, assim como as Missas. Mudamos de endereço e só com 14 anos, eu consegui um padrinho para me batizar na pia batismal aqui mesmo na igreja dos Frades Capuchinhos, até que o tempo foi passando, vida profissional, precisei sair de Feira, mas depois de muito tempo retornei e hoje frequento mais uma vez essa paróquia, mantendo minhas atividades eclesiais, participando das pastorais e contribuindo dentro do possível com a minha disponibilidade para a evangelização aqui na paróquia dos Capuchinhos", relatou.

Hoje aos 62 anos de idade, Antônio explicou que nasceu justamente no horário dedicado a devoção de Santo Antônio e carrega com muito orgulho o nome que lhe foi dado.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu nasci em uma terça-feira, por volta das 17h, justamente a hora que é dedicada para devoção de Santo Antônio, daí meu nome Antônio Roberto que ostento com muito orgulho, com muita alegria em ter esse nome de Santo tão querido pelo mundo. A imagem dele nos inspira muito, porque temos o Senhor Jesus que veio, nos deu o caminho, a verdade e a vida, nos ensinou o caminho para o Reino, mas às vezes, nós seres humanos achamos impossível, seguir este caminho, mas vemos aí a inspiração de Santo Antônio. Eu escolhi realmente o Cristo na minha vida, então a imagem de Santo Antônio, a pessoa de Santo Antônio tem essa força de inspiração, de nos mostrar que é possível sim alcançar a santidade que é realmente a meta de todos nós seres humanos", concluiu.

Programação da Festa de Santo Antônio

No domingo (13), dia em que é comemorado o dia de Santo Antônio, será realizada algumas celebrações no decorrer do dia, além da procissão motorizada pelas principais avenidas da cidade.

De acordo com Frei Mário Sérgio, atendendo aos protocolos de segurança, contra a disseminação do Coronavírus, a primeira celebração, às 6h30 já está com o agendamento esgotado.

"Estamos atendendo aos protocolos da Covid-19, observando todas as orientações da Igreja, do município de Feira de Santana e também do Estado. Pela primeira vez, desde que estou aqui nesta paróquia, essa será minha décima festa e vai cair justamente no domingo, onde seria a festa dos Romeiros que não poderão comparecer. Nossa programação tem início às 6h30 com a primeira missa e é importante se dizer que todas as vagas já estão esgotadas, então pedimos que evitem aglomerações aqui na porta da igreja, acompanhem pelo nosso Portal Web Tv Capuchinhos ou pela Rádio Sociedade News FM, que terá uma cobertura integral. Logo depois, às 8h30, teremos a missa com Dom Itamar Vian e após esta celebração, teremos a procissão motorizada, iniciando aqui pela Presidente Dutra, Praça da Matriz, Conselheiro Franco, Getúlio Vargas e São Domingos, onde retornamos para ter mais uma celebração, desta vez com nosso Arcebispo Dom Zanoni Demettino Castro às 11h e no final da tarde, às 17h, teremos a última missa, para aqueles que não puderam participar nos horários anteriores", concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos Acorda Cidade

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