Finados

Conheça a história do Lupe, o cão que não abandonou o dono nem mesmo depois da morte

Caso aconteceu em Nova Friburgo em meados da década de 1920. No túmulo de Thirso Knust, foi feita uma escultura da posição em que o cachorro se manteve desde que ele morreu. Quem conta a história é o primo de Thirso, Maurício Knust.

02/11/2019 às 11h27, Por Rachel Pinto

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O laço entre um cachorro e seu dono pode durar até a eternidade e não é só na ficção. Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, uma história chama a atenção de quem visita o Cemitério São João Batista: é o caso do Lupe, um cão que não abandonou o dono nem mesmo após a morte.

O caso aconteceu em meados da década de 1920. Lupe era o companheiro fiel de Thirso Knust e, quando o dono morreu, ficou sentado em cima da sepultura, sem comer, nem beber água. Enfraquecido, acabou morrendo e foi enterrado no mesmo local que Thirso.

Para eternizar a história, o avô de Thirso mandou fazer uma estátua da posição exata em que o cão ficava. Até hoje, a sepultura atrai curiosos no Cemitério, principalmente no Dia de Finados (2).

Quem carrega todas essas lembranças é Mauricio Knust, primo de Thirso. Além de não deixar morrer a história, ele também é responsável por manter a estátua do cachorro em bom estado.

“O túmulo do Thirso passou a ser um lugar de adoração. Toda a população de Nova Friburgo ia fazer visitas ”, diz Maurício.

O primo contou que Thirso morou um tempo no Rio para servir à Marinha e depois de um acidente em que ficou surdo voltou para a cidade Natal já com o cachorro.

Primo de Thirso, Maurício é quem carrega a memória da família e fica responsável pelos cuidados da estátua de Lupe — Foto: Julia Corson / G1

Como não podia ouvir, Thirso acabou morrendo atropelado por um trem porque não escutou a sirene. Segundo Maurício, o cachorro acompanhou o dono durante o sepultamento. Depois, quando todos já estavam indo embora, Lupe subiu na sepultura e ficou lá deitado.

Na época, ele diz que os coveiros chegaram a entregar o cão para um tio de Thirso, mas não adiantou. O cachorro voltou para o cemitério e continuou na mesma posição.

Como o cachorro não bebia água e nem comia, acabou ficando bastante enfraquecido e, segundo Maurício, não resistiu a uma tempestade forte que atingiu Nova Friburgo. Ele foi encontrado pelos coveiros na manhã seguinte, na mesma posição de sempre.

Para Maurício, o cachorro acabou morrendo de "amor e saudade".

A lealdade de Lupe pelo dono fez com que Maurício também adotasse um cão, o Caramelo.

“Eu considero meu cachorro um irmão meu, ou talvez um filho. É mais ser humano que a maioria dos seres humanos. A fidelidade do cachorro eu considero fundamental na minha vida”, afirmou.

Fonte: G1

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