Educação

Como garantir o uso saudável dos dispositivos eletrônicos na infância

Uso dos smartphones e tablets é positivo desde que com limites e supervisão dos pais.

30/09/2018 às 09h42, Por Andrea Trindade

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Uma pesquisa feita pela consultoria estadunidense Common Sense Media Census com mais de 1,4 mil pais de crianças entre 0 e 8 anos nos EUA mostrou que 42% das crianças nesta idade no país possuem seus próprios dispositivos móveis, como smartphones ou tablets.

Os dados ainda mostram que todas as casas estadunidenses tinham um aparelho móvel, mais da metade do que a última pesquisa feita pela consultoria, em 2011. Segundo a Common Sense, 95% das famílias tinham um smartphone e 78% possuíam um tablet no ano passado. 

De acordo com os estudos, o volume de crianças com dispositivos é exatamente o mesmo, (42%), se as famílias possuem rendas altas ou baixas. "Os pais estão comprando aparelhos móveis para seus filhos, simplesmente assim", diz Claire McCarthy, professora da faculdade de Saúde de Harvard, a prestigiada universidade dos EUA.

A quantidade de tempo que as crianças gastam em frente às telas não mudou muito desde 2011: em geral, é cerca de duas horas por dia. Crianças abaixo de dois anos ficam 40 minutos com aparelhos diariamente e entre 5 e 8, por sua vez, gastam em média três horas utilizando os dispositivos. O que mudou, apesar disso, é que crianças de 2 a 9 anos estão ficando uma hora a mais com os dedos em seus smartphones.


Em 2011, apenas seis anos atrás, portanto, crianças abaixo de 0 anos ficavam cerca de cinco minutos por dia diante do celular.


"A exploração de dispositivos móveis nas mãos de crianças nos EUA não é surpresa, dada a explosão do uso deles em geral. E também não é necessariamente ruim", explica McCarthy.


Dois terços dos pais que responderam a pesquisa acreditavam que os smartphones ajudam seus filhos no aprendizado, por exemplo. Para a professora de Harvard, eles estão certos: "Há várias maneiras de ensinar as crianças por meio dos celulares. Eles podem dar acesso à sites educacionais, aplicativos e vídeos — e coisas como o Google Earth pode ensiná-los sobre o mundo", continua.


A questão é que nem todas as crianças acessam esse tipo de conteúdo. De acordo com a pesquisa da Common Sense, a maioria delas assiste TV ou acessa games durante o período em frente à tela. Além disso, 19% delas ficavam com seus smartphones em restaurantes e 14% enquanto comiam em casa.


Além disso, eles gastam mais tempo usando seus aparelhos do que lendo, caso alfabetizadas — o que é normal nesta idade. "Embora os dispositivos móveis podem ser usados para ler, não é o tipo de uso que elas fazem", reclama McCarthy.


Os especialistas em geral acreditam que, enquanto a tecnologia avançar e se expandir rapidamente, será difícil manter todos os cuidados sobre suas implicações. "É perfeitamente natural pensar nestes dispositivos como novos e divertidos brinquedos — porque eles são. Mas é perfeitamente natural também pensá-los como repletos de potencial — porque eles são. Nossas tarefas como pais, professores, cuidadores e educadores é garantir esse potencial para nossos filhos", explica a professora de Harvard.


Para ela, algumas maneiras de fazer isso é garantindo que o conteúdo acessado pelas crianças seja apropriado às idades delas, tornando o uso dos dispositivos uma forma de aprendizado, não deixando que os celulares se tornem o único espaço de interação delas com o mundo e impedindo que o tempo em frente à tela de um tablet ou smartphone seja apenas para distrair os filhos. "Ao invés disso, os pais devem fazer coisas junto com eles, como ver vídeos, jogar os jogos, aprender uma língua. Tentar fazer com que o celular traga o adulto para perto da criança, não a afaste", finaliza. 

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