Saúde

Com variação de temperatura, infectologista alerta sobre os riscos das doenças respiratórias

Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica infectologista Melissa Falcão destacou que, neste período, os problemas respiratórios são mais frequentes e falou sobre a importância da prevenção

19/11/2021 às 08h51, Por Laiane Cruz

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Gabriel Gonçalves

A estação mais florida do ano, que é a primavera, chegou no dia 22 de setembro e, com ela, a variação de temperatura está causando desconfortos para algumas pessoas, como a rinite, a bronquite ou sinusite.

A gripe é causada pelo vírus Influenza e o resfriado, na maioria das vezes, pelo Rinovírus, e as diferenças estão ligadas aos sintomas e ao nível de agressividade de cada um.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica infectologista Melissa Falcão destacou que, neste período, os problemas respiratórios são mais frequentes e falou sobre a importância da prevenção e os cuidados, para não transmitir para outra pessoa, uma vez que a gripe pode ser confundida com a Covid-19.

"A variação da temperatura pode desencadear problemas alérgicos que aumentam a quantidade de pessoas com espirros, com coriza e que acabam confundindo com o resfriado e a gripe. As renites alérgicas são as que mais se manifestam neste momento, e a gente pôde perceber que no outono e inverno, período em que as pessoas costumam gripar, não foi tão registrado, por conta dos cuidados ao longo da pandemia. Mas agora, com as pessoas relaxando com os cuidados contra a Covid-19, é possível ver mais pessoas ficando gripadas", afirmou.

De acordo com a infectologista, os públicos mais afetados são as crianças e pessoas da terceira idade. Para ela, as pessoas que estão participando de eventos e, principalmente aglomerações, são os principais vetores para levar o vírus até em casa.

Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

"As crianças e os idosos são os que possuem maiores riscos de agravamento, além das pessoas com doenças associadas. Mas as pessoas que se contaminam com mais frequência são aquelas que estão circulando mais na cidade, são aquelas que ficam em ambientes fechados de trabalho, jovens e adolescentes que estão frequentando festas e aglomerações e, com isso, todos estes vírus são levados para casa, afetando as crianças e os idosos", explicou.

Gripe e resfriado são as mesmas doenças?

Segundo a infectologista, ambas as doenças são causadas por diferentes vírus. "A gripe é o nome que se dá a uma infecção causada pela Influenza, um tipo de vírus que afeta a parte respiratória, e o resfriado é causado por outros vírus, como o próprio coronavírus, que já causa a infecção em crianças, não este que estamos vivenciando agora, o SARS-CoV-2, mas outros coronavírus de outros períodos, que costumam causar um quadro leve, como nariz entupido, nariz escorrendo e um pouco de dor no corpo", pontuou.

Qual tipo de tratamento pode ser realizado?

De acordo com a médica Melissa Falcão, assim que o paciente identificar sintomas de gripe, deve combater ainda no início com remédios antivirais.

"A gripe é causada pelo vírus da Influenza, principalmente o H1N1, mas a gente não tem como saber o tipo do vírus, apenas os sintomas que aquele paciente está apresentando, como a febre, tosse, nariz escorrendo, então eles devem tomar um medicamento específico, usado no quadro inicial, que diminui o risco da gravidade. Mas é importante também destacar que ainda estamos em momento de pandemia, portanto é interessante que esta pessoa possa ficar em isolamento e que faça o teste para detecção da Covid-19. Vamos ter cuidados com nossas crianças e, caso estejam resfriadas, em hipótese nenhuma deixar ir para a escola, assim como em um ambiente de trabalho para não contaminar os colegas", destacou.

Coronavírus em Feira de Santana

Para a médica infectologista, o município de Feira de Santana apresenta um resultado positivo em relação à covid-19, mas destacou que é preciso manter todos os cuidados.

"Nós estamos vendo aí em todo o Brasil a preocupação com a variante Delta. Ela já está 100% em todos os estados, já chegou aqui em nossa cidade, mas ela não mostrou um impacto negativo, continuamos tendo baixo número de pessoas infectadas, baixo número de pessoas internadas e baixo número de mortes. Os cuidados devem continuar. Quem não tomou a segunda dose, que possa fazer este compromisso. Quem já pode tomar a terceira dose, que é o caso dos maiores de 60 anos, também possam tomar a dose de reforço, assim como as pessoas que ainda nem tomaram a primeira dose", afirmou.

Carnaval e Micareta 2022

Na opinião da infectologista, que também faz parte do Comitê de enfrentamento à Covid-19 do município de Feira de Santana, ainda não é o momento ideal para articular possível realização do Carnaval e da Micareta em 2022.

"Ainda não é o momento para a realização de um evento do porte, como é o Carnaval. Quando a pandemia começou, tivemos o Carnaval, mas naquele momento, não se tinha ainda tanto problema, mas agora o vírus já está circulando em todo o Brasil, no mundo inteiro, e com a realização do Carnaval, pessoas de outros locais também se farão presentes, e não teremos como evitar o acesso das pessoas em um local público. Será um evento de aglomeração e já aguentamos todo este período. A situação já está mais controlada, mas acredito que não seja válido correr este risco de retroceder por conta de uma festa. Da mesma forma, a Micareta, ainda que seja no próximo ano, precisa ser reavaliada, e o Carnaval já está mais próximo. Como estão cogitando para o segundo semestre, e se a situação estiver boa para melhor, acredito que a Micareta possa ser realizada sem maiores danos, mas ainda está muito cedo para tratar sobre isso. Estamos vendo alguns países na Europa em que a pandemia está retornando e esperamos que isso não aconteça aqui. Tenho Fé que não vai acontecer, mas que seja uma coisa de cada vez", concluiu.

 

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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