Falta de água

Com mais de três meses sem água, moradores do distrito de Maria Quitéria pedem socorro

Com último abastecimento de água realizado no mês de novembro do ano passado, os moradores precisam caminhar por quase 1 km para encher baldes de água.

29/03/2021 às 15h03, Por Gabriel Gonçalves

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Gabriel Gonçalves

Atualizada às 15h52

Em meio à pandemia da Covid-19, onde há a necessidade de higiene das mãos a todo instante, e uma grande estiagem no campo rural, os moradores da Fazenda Venda Nova no distrito de Maria Quitéria, em Feira de Santana, estão passando por dificuldades devido à falta de água na localidade, que já completou três meses.

Uma das moradoras, Nielza Canuto dos Santos explicou à reportagem do Acorda Cidade que é necessário caminhar por quase 1km em busca de água encanada e afirmou que o carro-pipa abasteceu a comunidade pela última vez no mês de novembro do ano passado.

"Nós estamos sem água de forma geral e estamos nos virando como podemos para tentar ter água. A gente se desloca para pegar um balde por quase 1km, onde tem água encanada, e são muitos moradores que precisam disso. A última vez que o carro esteve aqui foi em novembro do ano passado. Minha cisterna tem 16 mil litros, se estiver cheia, a água dura até três meses, mas o carro que vem, só traz nove mil litros, então temos água durante 1 mês e 15 dias", explicou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ainda segundo Dona Nielza, os moradores já entraram em contato com a Secretaria de Agricultura (Seagri) do município e foram informados que apenas uma moradora está na programação para receber água, mas sem previsão.

"A queixa dos moradores aqui é muito grande e estávamos até com dificuldade para entrar em contato com a Seagri, porque eles mudaram de endereço e o telefone não estava funcionando. Graças a Deus, essa semana já conseguimos, mas falaram que só tem o nome de uma moradora, que é Cristina Costa, mas não sabemos quando vai vir. Estamos racionando a água todos os dias, se for para lavar os pratos, uma única vez, banho, uma única vez, e aí a gente consegue pegar um galão de 60 litros e divide para todas as atividades dentro de casa. Só na minha casa, são quatro pessoas; na casa do meu sogro, mais sete e dessa forma fica muito complicado, ainda mais carregar água no balde nessas ladeiras que existem aqui", declarou.

Com 74 anos de idade e morando com o esposo de 80, Dona Maria Madalena explicou que o tanque residencial já está ressecando por conta da estiagem. Segundo ela, a qualquer momento pode perder o reservatório.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu já tenho mais de dois meses com o meu tanque seco e não pode ficar muito tempo sem água, porque quando coloca, já sai na mesma hora porque está ressecando, então o cimento chupa a água e estou vendo aí a hora de perder o tanque. Aqui moram eu e meu esposo de 80 anos e só teve água no período da eleição no mês de novembro. Ali teve água à vontade, mas de lá para cá, não estamos tendo nada, até para passar um pano na casa, eu utilizo duas canecas para molhar o pano e passar na casa", disse ao Acorda Cidade.

Com quatro pessoas morando na residência, Cristina Costa explicou que quanto entrou em contato com a Seagri, foi informada que não havia pedidos de água para a localidade e por isso, precisa se deslocar até o ponto onde tem água encanada para carregar até a casa.

"A nossa água veio pela última vez em novembro. Procuramos em janeiro a Seagri. Informaram que a gente não estava pedindo água, minha irmã ligou para lá, informaram a mesma coisa. Na minha casa, são dois adultos e duas crianças e eu preciso ficar indo para a casa da minha cunhada buscar água encanada junto com meu esposo. Eu espero ele chegar, vamos buscar e a quantidade que traz é o que utilizamos durante o dia e agora queremos uma resposta da secretaria, porque estamos passando por muita dificuldade aqui", concluiu.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O Acorda Cidade entrou em contato com a Secretaria de Agricultura do município e o órgão enviou a seguinte nota:

O abastecimento de água nos distritos é realizado todos os dias da semana, e a secretaria atende a população de acordo com a ordem de solicitação.

Devido ao período de estiagem, a demanda está acima da média de outros períodos do ano. Prova disso é o decreto de calamidade pública decretado pelo município.

Com relação à esse caso específico, solicitamos que entrem em contato com a secretaria, através do número 3603-4100 / 3603-4115 e informem sobre a demanda a fim de que possamos normalizar o abastecimento nesta comunidade. 

Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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