Feira de Santana

Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota será municipalizado

Com esta nova determinação, cerca de 2 mil pessoas deixarão de ter certificado do Ensino Médio através do EJA.

02/02/2022 às 07h07, Por Rachel Pinto

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Gabriel Gonçalves

O Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota, localizado na Rua Cel. Álvaro Simões no centro de Feira de Santana, passará pelo processo de municipalização. A informação foi confirmada pelo diretor da unidade, Airton Araújo.

Ao Acorda Cidade, ele explicou que esta determinação já estava sendo pauta de reuniões, mas acreditou que o processo não seria realizado.

"Essa notícia já vem há tempos e nós procuramos algumas pessoas para saber informações a respeito. Todos me garantiram que isso não seria possível que estariam lutando, até porque aqui tem Ensino Médio e municipalização se faz no Ensino Fundamental. Ontem eu fui surpreendido pela diretora Celinalva Paim do Núcleo Territorial de Educação (NTE), convocando alguns diretores para comunicar a municipalização de algumas unidades. No momento eu questionei, porque somos a única unidade a ter Comissão Permanene de Avaliação (CPA) e investimos com um valor alto neste processo para informatizá-la. Enquanto não sair no Diário Oficial, nós não iremos aguardar de braços cruzados, estamos mobilizando a sociedade, os alunos, todos que amam a educação e sabem do verdadeiro papel que o Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota desenvolve para Feira e Santana, inclusive único polo de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na cidade, então isso é um absurdo", afirmou.

Foto: Maylla Nunes/Acorda Cidade

De acordo com o diretor, mais de 850 estudantes estavam matriculados na unidade em 2021, e por ano, mais de 2 mil certificados de conclusão do Ensino médio são emitidos.

"No ano passado, tivemos aqui pouco mais de 850 estudantes matriculados, porém a unidade já ultrapassou mais de 2 mil certificados emitidos de alunos entre os alunos regular e e alunos do EJA. São pessoas da zona rural, pessoas que deixaram de estudar e agora sonham em ter seus certificados em mãos. Posso dizer que este processo causará um forte impacto na sociedade, porque estaremos deixando de beneficiar pessoas carentes, pessoas que por algum motivo tiveram que parar de estudar para sustentar a família e que depois de um tempo, surge uma oportunidade como esta em concluir os estudos", destacou.

Para o diretor, Airton Araújo, o processo de municipalização deve ocorrer ainda neste primeiro semestre de 2022.

"A diretora do NTE nos orientou a suspender a participação dos nossos professores na semana pedagógica do estado que está acontecendo. Os nossos professores irão participar da jornada do município, então eu digo que isso é um absurdo, nós fomos pegos de surpresa e os professores são vidas e vidas importam. Como é que trata as pessoas desta forma? Eu estava poupando os professores que neste momento estavam gozando de suas férias, mas por ter sido pego de surpresa, já comuniquei a todos e convoquei para uma reunião que será realizada aqui nesta quarta-feira, mas posso dizer que iremos lutar juntos para que isso não aconteça", salientou.

De acordo com o presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, o vereador Ivamberg Lima (PT), além do Colégio Estadual Agostinho Fróes da Mota, outras municipalizações foram definidas.

"Eu tenho conhecimento dessa municipalização, e que na verdade saíram as municipalizações da Gamaliel, Reverindo Soares, além de outras. As escolas que são exclusivas de Fundamental, que a Lei de Diretrizes Básicas (LDB) já prevê desde 1996, é uma prerrogativa do estado querendo municipalizar e agora, o município pediu essa municipalização do Agostinho. Essa é a única escola aqui em Feira de Santana que tem CPA, que tem tempo de aprender, uma escola de Ensino Médio, mas não vai municipalizar a clientela porque não tem, neste caso vai municipalizar o prédio. Eu particularmente sou contra. Conversei com o diretor e irei conversar com o secretário estadual de Educação, para ver no que a gente pode intermediar. Quais são os motivos dessa municipalização? Isso me surpreendeu porque quando eu estava no Núcleo, trabalhamos com algumas municipalizações, mas que foram de exclusividade do Fundamental", explicou.

 

Com informações dos repórteres Paulo José e Maylla Nunes do Acorda Cidade

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