Feira de Santana

Cerca de duas cirurgias de fratura na face são feitas por dia no Hospital Geral Clériston Andrade

Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, o médico cirurgião bucomaxilofacial Dr. Thiago Leite informou que atualmente o HGCA atende com 10 cirurgiões bucomaxilos, em regime de plantão durante 24h.

31/05/2021 às 17h48, Por Gabriel Gonçalves

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Acorda Cidade

O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) foi incluído na lista dos hospitais que mais realizaram cirurgias de fratura na face com osteossíntese no Brasil. No ano de 2019, cerca de 3.200 pacientes foram atendidos na Unidade, vítimas de acidentes de trânsito.

Em entrevista ao Programa Acorda Cidade, o médico cirurgião bucomaxilofacial, Dr. Thiago Leite, informou que atualmente o HGCA atende com 10 cirurgiões bucomaxilos em regime de plantão durante 24h.

"No dia 1º de junho de 2019, o hospital contratou alguns cirurgiões bucomaxilos para compor a equipe e hoje trabalhamos com 10 cirurgiões em regime de plantão, todos os dias da semana, uma média de duas cirurgias por dia. São profissionais capacitados e que vêm desenvolvendo um excelente serviço para a população. Dos 442 hospitais públicos do Brasil, que realiza, esse tipo de cirurgia de fratura da face, o Hospital Geral Clériston Andrade hoje ocupa a 14ª posição e digo que isso vem melhorando a cada dia", explicou.

De acordo com o médico, caso o paciente tenha condições físicas, o atendimento é realizado dentro de 24h e logo liberado.

Foto: Maylla Nunes/Acorda Cidade

"Podemos garantir que com os serviços de cirurgia bucomaxilofacial no HGCA, a população está bastante amparada e assim como um serviço privado, no serviço público, quando o paciente sofre algum tipo de acidente no trânsito, por exemplo, seja uma agressão física, ferimento por arma de fogo na face, algo do tipo, caso esse paciente tenha condições para ser operado e resolvido logo, em menos de 24h ele é operado e tem alta. Isso diminui o risco de infecção hospitalar, menos tempo em um leito, ocupa menos um leito e com isso, zeramos a fila de cirurgias eletivas no HGCA", disse.

De acordo com o médico Thiago Leite, os procedimentos possuem particularidades e tempos de duração diferente, mas explicou que o tempo mínimo pode levar até 10 min.

"Uma cirurgia mais simples, como fratura no nariz, demora de 10 a 15 min, uma fratura na mandíbula, aproximadamente uma hora, mas existem fraturas grandes, chamadas de fraturas panfaciais, que são aquelas que os pacientes se envolvem em um acidente que fratura os ossos da face, e tem cirurgia que pode demorar sete, oito, nove e até mesmo dez horas. Posso dizer que isso não é incomum, é bem frequente, pacientes vítimas de acidentes de moto que tem esse tipo de fratura panfacial", destacou.

Outros tipos de cirurgias também são realizadas na face, mas não em decorrência de fraturas. De acordo com o médico, tumores nos ossos maxilares, também obrigam a realização desse tipo de procedimento.

"Além dos procedimentos que realizamos em decorrência de acidentes, também fazemos cirurgias por conta de tumores nos ossos maxilares. Pra ser mais exato, no nosso da mandíbula, na maxilar, muito comum, pois existem alguns pacientes que possuem o queixo muito para frente, queixo muito para trás. Isso chamamos de cirurgias ortognáticas, que ainda não estamos realizando no HGCA, mas estamos com a proposta de começar em breve, pois a ideia é tornar um serviço referência nacional, não só nessas questões de traumas de face, mas todos os tipos de de cirurgia bucomaxilofacial, assim como o hospital do câncer, que hoje chamam de Hospital do Amor, em Barretos, referência no tratamento de pessoas com câncer", disse ao Acorda Cidade.

Sobre as cirurgias ortognáticas, o médico cirurgião explicou que são procedimentos necessários para o bem estar do pacientes.

"O paciente que tem a mandíbula para trás normalmente sofre de dores na articulação, tem problema mandibular, ronca bastante, tem apneia do sono grave, dorme mal, aumenta o risco da hipertensão, morte súbita, porque quem tem o queixo para trás, não respira bem e aumenta o nível de cortisol. A cirurgia bucomaxilofacial trabalha em todas essas áreas, assim como a cirurgia na articulação, quem tem problema mandibucal, quando o paciente abre a boca e não consegue fechar e realizamos aqui no HGCA esse procedimento também. Tivemos um grande investimento do governo, com uma atenção muito grande para esse tipo de cirurgia", ressaltou.

Ainda durante a entrevista ao vivo no programa, alguns ouvintes enviaram questionamentos, veja a seguir:

Ouvinte: 'Meu cunhado colocou uma testa nova no Hospital Roberto Santos, em decorrência de acidente de moto, aqui também faz essa cirurgia?'

Médico: Sim, esta é considerada uma fratura frontal e, na certa, este paciente se envolveu em um acidente vindo a fraturar o osso da testa, o que chamamos de frontal, é uma cirurgia de grande porte. Coloca-se uma tela de titânio com parafuso, também de titânio, são materiais que possuem um custo elevado, tanto para o serviço público, quanto para o privado. Os pacientes que se envolvem nesse tipo de acidente acabam por utilizar muito o OPME, que é uma órtese, prótese e material especial que tem um custo elevado, o que se chama de testa nova, como o ouvinte citou.

Ouvinte: 'Qual o motivo da gengiva retraída, após uma extração dentária?'

Médico: O osso alveolar só existe com a presença do dente, se você perde o dente, esse osso é reabsorvido, e aí os pacientes ficam com essa sensação de que está com a boca murcha, então é feita a cirurgia de implante dentário com enxerto ósseo para reabilitar.

Ouvinte: 'O que causa a má formação do lábio leporino?'

Médico: É questão genética, lábio leporino, fenda palatina, precisa de tratamento multidisciplinar que envolve otorrino, ortodontista, dentista clínico, cirurgião bucomaxilo, e normalmente são feitos em clínicas de referências, aqui na Bahia mesmo tem o Hospital Irmã Dulce, que trabalha muito com pacientes de lábio leporino e fenda palatina.

Ainda de acordo com o médico Thiago Leite, o bruxismo tem como nome técnico 'Disfunção Temporomandibular', que teve um aumento muito grande durante o período da pandemia.

"O bruxismo é o hábito parafuncional, o hábito errado dos pacientes estarem apertando os dentes tanto durante o dia, o que chamamos de bruxismo em vigília, quanto o bruxismo noturno. Isso acontece em pacientes que apresentam sintomas de ansiedade, pacientes depressivos ou que usam algum tipo de medicação com antidepressivo, muito frequente em mulheres de 25 a 45 anos e muito raro nos homens mais idosos. Para isso existe um tratamento multidisciplinar e na grande maioria das vezes envolvem a avaliação psicológica e avaliação psiquiatra. Há uma série de terapias que adotamos neste serviço de dor orofacial, além disso, existem aqueles pacientes que precisam usar placas para dormir, placas em acrílico que são encaixadas no dente", explicou.

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