Saúde

Cerca de 60 a 70% das pessoas que sofrem de apneia do sono são portadoras de obesidade

A pneumologista e especialista em medicina do sono Mônica Medrado, da equipe do NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade), adverte sobre o assunto e recomenda medidas para ter um sono reparador.

12/03/2020 às 11h36, Por Maylla Nunes

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Muitas pessoas dormem e acordam e nem imaginam que sofrem de várias pequenas paradas respiratórias durante o sono. De acordo com o Ministério da Saúde, 33% da população brasileira adulta sofre de apneia do sono. “Um em cada três adultos sofre de apneia”, ressalta a médica Mônica Medrado, especialista em sono da equipe do NTCO (Núcleo de Tratamento e Cirurgia da Obesidade). E mais: em torno de 60 a 70% das pessoas que sofrem de apneia são portadoras de obesidade. A obesidade é dos principais fatores de risco para apneia, doença que acomete, principalmente, adultos do sexo masculino, mulheres após a menopausa e idosos.

Caracterizada pela interrupção parcial ou total das vias aéreas durante o sono, a apneia obstrutiva é um grave problema que pode acarretar várias complicações à saúde. Para avaliar a qualidade do sono e diagnosticar distúrbios como a apneia, um exame não invasivo chamado polissonografia pode ser indicado. O exame é feito através de um aparelho com sensores colocados no corpo do paciente que monitora as variações da atividade respiratória, muscular e cerebral durante o sono.

A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é o distúrbio respiratório mais comum relacionado ao sono. De acordo com a médica, a prevalência dessa doença tem aumentado e isso pode ter associação com o aumento das taxas de obesidade. Um aumento de 10% no peso corresponde a um risco seis vezes maior de desenvolver apneia.

Quando classificada como moderada ou grave , se não tratada, a doença aumenta o risco de hipertensão arterial sistêmica, doença arterial coronariana, arritmias cardíacas e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Pacientes que sofrem de apneia costumam ter sonolência durante o dia. Estudos indicam aumento considerável da incidência de acidentes de trânsito em pessoas com a doença.

Distúrbios do sono

Dormir mal ou dormir menos horas que o necessário podem comprometer a qualidade de vida e causar inúmeros danos à saúde: aumenta o risco de obesidade, diabetes, hipertensão arterial e depressão. A privação de sono afeta a memória, o humor, a concentração e compromete o desempenho intelectual em geral. Insônia, apneia do sono, sonolência excessiva, sonambulismo, Síndrome das pernas inquietas, bruxismo. Esses são alguns dos distúrbios do sono, que afetam cerca de 45% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para a Associação Mundial de Medicina do Sono, um sono profundo é função primordial para o bem estar físico e mental do ser humano. Os adultos precisam, em média, de oito horas de sono por dia, mas essa necessidade é muito variável de pessoa para pessoa e de acordo com a idade. Vários estudos comprovam que a baixa qualidade do sono causa obesidade e dificulta o emagrecimento.

Medidas para dormir bem

“Praticar exercícios físicos com regularidade, evitar o consumo de bebidas estimulantes, como café e chocolate, durante a noite, evitar ler e-mails antes de dormir, não acessar o celular ou o computador perto da hora de deitar, manter o quarto numa temperatura agradável, tentar criar uma rotina de ir para cama e levantar sempre no mesmo horário, são algumas medidas que podem melhorar bastante a qualidade do sono”, explica a especialista Mônica Medrado. A pratica da meditação também pode ajudar bastante aos que não conseguem desacelerar na hora do sono.

A médica também alerta para a importância de não se automedicar. “Medicamentos para dormir têm efeitos colaterais e devem ser usados com prescrição médica”, esclarece.

 

 

 

 

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