Fidget toys

Brinquedos anti-stress viram febre entre a criançada e estimulam as vendas no comércio de Feira de Santana

De olho no comportamento das crianças e baseada em pesquisas, a indústria de brinquedos fez o seu papel, lançando novos produtos, como os fidget toys.

20/08/2021 às 07h27, Por Andrea Trindade

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Laiane Cruz

Além da necessidade de isolamento social e os cuidados com a saúde, a pandemia trouxe outros desafios dentro do seio familiar, como lidar com a saúde emocional das crianças, que de uma hora para outra tiveram que ficar mais tempo em casa. Diante desse contexto, o uso de aparelhos eletrônicos passou a ocupar um tempo ainda maior na rotina e palavras como stress e ansiedade também se tornaram parte do vocabulário dos pequenos.

De olho no comportamento das crianças e baseada em pesquisas, a indústria de brinquedos fez o seu papel, lançando novos produtos, como os ‘fidget toys’ que prometem ser anti-stress e que propiciam o alívio da tensão emocional vivida pelas crianças nos últimos dias, além de estimular o desenvolvimento cognitivo.

Esses brinquedos viraram uma febre e no comércio em Feira de Santana as lojas do segmento de brinquedos e variedades que apostaram na tendência já contabilizam os lucros, com vendas e pedidos acelerados.

Foto:Ed Santos/Acorda Cidade

A vendedora Fernanda Souza, que trabalha em uma loja de brinquedos no Feiraguay, está animada com as vendas de fidget toys. Ela trabalha há 16 anos no segimento e disse que nunca viu nada igual.

“O brinquedo anti-stress tem uns 30 dias que chegou e já estourou na cidade. A procura está sendo fora do normal, virou uma febre. Aqui na loja o tamanho padrão está de 29,90, atacado 25 reais no cartão, e 24 reais à vista. O maior é 59,90, mas não estamos tendo. Até o Dia das Crianças a febre será esse brinquedo”, assegurou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A comerciante Fernanda Oliveira, proprietária de uma loja de brinquedos e acessórios, disse ao Acorda Cidade que a variedade de fidget toys nas lojas está muito grande, a exemplo do pop-it, que melhora a coordenação motora e garante também outros benefícios tanto para adultos como para crianças.

“Temos também o polvo do humor, para expressar os sentimentos, com carinha triste e alegre. Tem a ervilha e o amendoim, que estimulam o tátil da criança, entre outros. Temos muita variedade de brinquedos, fidget toys, a partir de 10 reais. São muito bons para tirar as crianças do computador, do videogame, celular, reúnem a criançada e elas brincam à vontade. Os pais não conseguem dizer não, até por conhecerem as vantagens”, comemorou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A psicóloga Débora Araújo Oliveira avalia que os fidget toys ou brinquedos anti-stress tiveram um boom depois da pandemia, pois havia muitas crianças em casa e a indústria se apropriou desse momento.

“Começaram a fabricar brinquedos que poderiam aliviar um pouco do estresse da permanência em casa, dessa tensão, das crianças que agora estavam reclusas ao espaço familiar. São brinquedos muito criativos, que estimulam o cognitivo da criança. Eles têm um tato muito gostoso, são macios, as crianças ficam apertando, fazendo contagem ou estralando. E o interessante é que o gosto por esses brinquedos não permaneceu somente no campo infantil, muitos adultos também aderiram a eles”, afirmou Débora ao Acorda Cidade.

Para a profissional de psicologia, toda ferramenta utilizada da maneira adequada oferecerá ganhos, e os brinquedos anti-stress estimulam principalmente o desenvolvimento cognitivo e executivo das crianças.

“Então eles vão auxiliar as crianças na contagem, que é a questão do pop-it, que as crianças pedem todos os dias aos pais, pois vêem no youtube e na TV. Tem outro que as crianças estalam e podem fazer vários formatos e usarem a imaginação, então tem brinquedos muito interessantes sim.”

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Observando o comportamento

De acordo com Débora Oliveira, além de oportunizar aos filhos o acesso aos brinquedos, os pais devem acima de tudo observar seu comportamento e mudanças que venham a surgir.

“Nós convivemos com nossos filhos e temos noção de qual comportamento é do filho e qual não é. Então crianças muito agitadas, crianças que mudam de humor com muita facilidade, que tem dificuldade de dormir, são crianças que estão muito ansiosas e que estão muito tempo em frente às telas, então elas acabam desenvolvendo um comportamento muito ansioso. O pai vai perceber que o filho mudou o comportamento”, orientou.

Ela alerta que crianças superprotegidas pelos pais ou responsáveis e mimadas têm maior dificuldade de socializar e isso traz alguns prejuízos, porque são crianças cujos pais resolvem tudo e têm baixa capacidade de lidar com a frustração, não sabem escutar um ‘não’ e não conseguem desenvolver nenhuma ação, pois sempre tem alguém que faça por elas.

“A gente tem muitos brinquedos que vão ensinar a criança a socializar, dividir, mas o maior exemplo está em casa. Não adianta dizer para meu filho o que ele precisa fazer, mas me comportar totalmente diferente. Eu sou exemplo para meu filho. Não adianta dizer para meu filho não ser egoísta e a criança ver outro comportamento em casa. Ela vai reproduzir aquilo que vive no ambiente familiar. E, muitas vezes, nós enquanto pais alimentamos outras coisas que não são positivas, como o consumo. A criança pode ter acesso aos brinquedos, mas ela não precisa de todos. A criança pode ter noção de que o brinquedo dela é tão bom ou igual ao do coleguinha e não é melhor que o de ninguém. Nós, pais, temos esse comportamento de que meu filho tem que ter mais, ser e parecer ser mais”, disse.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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