Polícia

Acusado de matar Gabriela é preso; encontro teve uso de droga, álcool e briga

Após quase seis horas de depoimento foi decretada a prisão preventiva e Antônio Marcos foi encaminhado para exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

03/09/2021 às 16h22, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

A juíza Márcia Simões Costa, titular da Vara do Júri de Feira de Santana, expediu na tarde desta sexta-feira (3), o mandado de prisão preventiva do médico Antônio Marcos Rêgo Costa, acusado de matar a ex-mulher Gabriela Jardim Peixoto, de 35 anos.

Ele veio do Acre, para onde viajou depois do desaparecimento da vítima, e se apresentou à polícia no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, na manhã de hoje, em companhia de seu advogado, Guga Leal.

Após quase seis horas de depoimento foi decretada a prisão preventiva, e Antônio Marcos foi encaminhado para exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

 

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A delegada Klaudine Passos, que está à frente da investigação, deu detalhes sobre o depoimento do médico e, segundo ela, ele foi preso em flagrante delito atendendo à determinação judicial.

Ela afirmou que Antônio Marcos informou que ele e a vítima beberam e usaram droga no dia do desaparecimento de Gabriela e que havia uma terceira pessoa envolvida na relação do casal.

“Ele disse que teria discutido com a senhora Gabriela e a mesma teria feito alguns empréstimos de valores altos. Tais como em junho, um de 40 mil e, em julho, outro de 60 mil. Teria se apropriado de um salário que ele havia recebido e que estava atrasado, de 31 mil, e que ele percebia que a relação estava com algum problema. Ele ratifica questões de que o relacionamento estava sendo consubstanciado a três e havia uma profissional do sexo inserida na relação deles, justamente para que a relação voltasse a ter a empolgação que tinha do início. Ele disse também que no dia do fato eles consumiram muita bebida e muita cocaína, cocaína esta comprada por Gabriela. Ele fez menção de que pegou a BR-116 Norte, teria ido até o trevo e retornado. Ocasião em que eles discutiram, ela chegou a dar uma luxação no quinto dedo da mão direita dele e com essa mesma mão, com o dorso da mão, ele chega a atingir a testa dela com um anel, daí porque o sangramento no carro. Ela teria o agredido e ele tentado se defender, mesmo dirigindo. Em um determinado momento ele para o veículo, ela desce, eles continuam discutindo e a partir daí ele a deixa na estrada”, relatou.

A delegada comentou ainda que o médico deu continuidade ao depoimento informando que após deixar Gabriela na estrada, retornou para Feira de Santana e resolveu voltar para ver onde ela estaria. No entanto, não a encontrou e foi para um condomínio onde moram dois amigos médicos também formados na Bolívia.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade | Delegada Klaudine Passos

“Ele afirmou que é um condomínio que ele não sabe o nome, só sabe chegar, é um local onde moram mais dois médicos e que entrou, mas os médicos não estavam em casa. Mas, acha que o porteiro por conhecer o carro dele, deixou que entrasse. Questionado acerca das chaves do apartamento, ele contou que entrou porque teria ligado para o médico e pegou as chaves que estariam no extintor da área comum ou na caixinha de correspondência. Ele ficou no apartamento, procurou logo cerveja para beber e como não tinha tomou água e ficou sentado pensando. Chegou a dormir, e ao acordar ele passou mensagem para ela dando bom dia, mas a mensagem não foi recebida. Mais tarde um pouco ele recebe uma ligação da mãe, dizendo que não estava bem e aí ele foi para Porto Alegre. Duas primas dele foram encontrá-lo e de lá ele foi para Rio Branco, na capital do Acre. Ficou na casa da mãe dele e tomou conhecimento dos fatos através do Acorda Cidade, de que a polícia estaria à procura dele, haja vista que ele era um dos principais suspeitos do sumiço dela. De modo que, procurou um advogado e fez a articulação de apresentação do veículo e o retorno para Feira, porque sabia que a prisão preventiva havia sido decretada”, pontuou.

Para a delegada Klaudine Passos, os autos trazem claramente que Antônio Marcos é autor da morte de Gabriela e as provas trazidas corroboram para indiciá-lo, mesmo o acusado relatando que não se lembra de nada depois que deixou Gabriela na estrada.

“Ele diz que não lembra de nada, que não lembra o que aconteceu depois que Gabriela desceu. Ele acha que discutiram, mas não sabe o que aconteceu. Ele não convence e para mim os autos trazem, claramente que Antônio Marcos é o autor do homicídio de Gabriela. Até porque ele mesmo não cita em nenhum momento outra pessoa que estivesse no carro, a não ser ele e ela, Ele passará por exame de corpo de delito e em ato subsequente está sendo encaminhado para o Conjunto Penal de Feira de Santana e a partir de agora aguardar as decisões judiciais que venham ser decretadas, haja vista que o inquérito está na iminência de conclusão”, salientou.

O advogado Guga Leal, constituído para a defesa do médico Antônio Marcos, acrescentou que era esperada a decretação da prisão, uma vez que ele foi noticiado pela autoridade policial que teria representado a prisão preventiva. De acordo com o advogado, Antônio Marcos assume que a morte da ex-companheira foi causada por ele, mas que não se recorda do que aconteceu.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Quando a delegada representou pela prisão preventiva, o próprio me ligou quando estava no Acre ainda, dizendo que tinha o interesse em se apresentar e eu expliquei que ele poderia se apresentar e ficar preso e ele disse que não teria problema nenhum, que queria vir se apresentar e pagar a imputação que lhe é devida. Tanto que ele contribuiu com as investigações apresentando o veículo, se deixando a disposição para um eventual depoimento virtual e vir à Feira. A delegada não aceitou, ele veio e ficou preso. Explicou a autoridade policial tudo que aconteceu de fato, que esteve com Gabriela, inclusive no local do crime, tanto que ele não se recorda o que aconteceu, mas imputa a ele a culpa da morte. Só não se recorda por conta de que estavam fazendo uso de entorpecentes o dia inteiro. Não informou de qual modo aconteceu o crime, mas informou que estava com ela, de manhã, a tarde, a noite e deixou ela em um local na BR -116 Norte. Tanto que voltou à Feira de Santana, retomou a consciência e voltou ao local que ele achava que teria deixado e já não a encontrou mais. Ele assume que a causa da morte dela foi ele que causou”, concluiu.

 

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

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