'A prefeitura está no Serasa', diz Fernando Torres sobre pedido de empréstimo de R$240 milhões para obras em Feira

Após a entrega de um pedido de autorização à Câmara Municipal para o empréstimo de 40 milhões de dólares, o equivalente a R$ 200 milhões, para a realização de obras em Feira de Santana, o presidente da Casa, o vereador Fernando Torres (PSD), contestou, esse recurso ao prefeito Colbert Martins (MDB), na manhã desta terça-feira (26).

De acordo com Fernando Torres, e em entrevista ao Acorda Cidade, a prefeitura não concluiu obras com empréstimos feitos pelo município há alguns anos, (à exemplo do BRT, Projeto Novo Centro e Shopping Popular), e já pretende pedir mais um empréstimo. Segundo ele, a “prefeitura está no Serasa e precisa resolver os problemas que já tem”.

“A Câmara não tem nada pessoal contra o prefeito. Hoje, a Câmara é independente. Quando eu fui candidato junto com ele, quando eu votei para Colbert ser prefeito, nós pregamos uma independência na Câmara e eu disse em discursos ao lado dele que a Câmara seria uma nova Casa. Acontece, que em relação ao empréstimo de R$240 milhões, seria de fato, um ótimo empréstimo para Feira de Santana melhorar a administração se os outros empréstimos que também foram tomados tivessem resolvido os outros problemas. Você vê o BRT de quase R$100 milhões e até hoje não funciona. Foi um dinheiro jogado no ralo. O Shopping Popular também não funciona e foi um dinheiro que a prefeitura investiu. O projeto Centro também, que não acabou. Para mim, a prefeitura está no Serasa. Precisa acabar com esses problemas, resolver e logo após, mandar para a Câmara que serei o primeiro vereador a votar a favor de empréstimos e financiamentos. Não dá para endividar Feira de Santana e esses problemas só aumentando.”

Em justificativa à fala do vereador, o prefeito Colbert Martins, ainda em ligação ao Acorda Cidade, destacou que Feira de Santana sem o empréstimo de R$200 milhões deixará de realizar obras de necessidade no município.

“Estamos tomando recursos para que a cidade possa crescer. Quero ligar para o pessoal da Artêmia Pires inclusive, porque o presidente da Câmara disse que não vai ter drenagem na Artêmia. O preço da duplicação é R$4 milhões, a drenagem, custa R$12 milhões. Quero ver o que vai acontecer porque não vamos conseguir realizar. Queremos fazer a drenagem da Lagoa do Prato Raso, no bairro Baraúnas. Pelo o que entendi, a Câmara não quer que as obras sejam realizadas. Há um grupo de vereadores contra o desenvolvimento de Feira de Santana”.

Sobre as obras do BRT, Projeto Novo Centro e Shopping Popular que não foram concluídas, Colbert Martins disse que dará continuidade aos projetos do governo de José Ronaldo.

“Estamos concluindo as obras. Duas delas foram iniciadas pelo ex-prefeito José Ronaldo. Não é algo que atinja o meu governo, atinja o nosso governo. Há um interesse que atinja também José Ronaldo e Feira de Santana precisa desse investimento”, finalizou. (Por Maylla Nunes)