Pandemia

Pesquisa compara números de casos de covid-19 com e sem lockdown

O estudo foi realizado pela GO Consultoria com dados de Salvador, e nos próximos dias será divulgado o estudo com informações sobre Feira de Santana

01/03/2021 às 22h06, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Um estudo apresentado na noite desta segunda-feira (1), pela Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana (Acefs), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e o Sindicato do Comércio de Feira (Sicomfs), indica que o lockdown não garante redução da contaminação pela covid-19.

O estudo foi realizado pela GO Consultoria com dados de Salvador, e nos próximos dias será divulgado o estudo com informações sobre Feira de Santana.

Ao Acorda Cidade, o consultor empresarial, Glicio Oliveira, que apresentou a pesquisa, informou que a finalidade foi mostrar que em vez de controle no avanço da transmissão do vírus, o lockdown, o fechamento total das atividades comerciais não essenciais, causam efeito contrário ao pretendido, por causar comportamentos inadequados na população, como aglomerações e falta de uso de máscaras e álcool em gel, por exemplo.

Ele disse que quando comparados os números de casos de covid-19 nos períodos com e sem fechamento do comércio, há uma queda quando as atividades comerciais voltam a funcionar.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Cheguei a essa conclusão porque são fontes oficiais. Elas retratam o cenário. Se eu quero saber quantas pessoas estão contaminadas eu vou ao site da Secretaria de Saúde, se eu quero saber os números de empregabilidade eu vou para o Caged, lá tem os dados oficiais, se eu quero saber os dados do metrô eu vou à CCR. Os dados foram compilados e cruzados. A ideia é chegar a conclusão de que se eu tenho o lockdown eu tenho redução de pessoas trabalhando, circulando menos nos equipamentos municipais de locomoção, então tenho que ter uma redução da contaminação, mas isso não aconteceu. Aconteceu o contrário. Com o comércio fechado existe uma possibilidade de aumentar o número de contágios. Não é só o comércio fechado que causa isso, mas o comportamento inadequado. A população precisa entender que ela tem que se resguardar, que tem que se prevenir, não se aglomerar, não frequentar festas, não pode se expor. O que trago nesta pesquisa é que as empresas abertas podem contribuir para a redução do contágio da covid-19 porque elas geram ambientes seguros”, explicou.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Glicio chama de ambientes seguros aqueles que seguem os protocolos de segurança para redução da patologia. Ele destacou que é importante que as autoridades se unam para encontrar uma solução que englobe a todos de forma coletiva, e que as pessoas se unam também.

“O cenário é complexo. Hoje vivemos em uma crise econômica, política e epidêmica, e a solução é os dirigentes públicos sentarem a uma mesa redonda e encontrarem a melhor solução possível sem enxergar os desejos pessoais. Os empresários têm demonstrado que estão de portas abertas para negociar e contribuir, para ajudar nos investimentos, sensibilizar as pessoas. Então, a solução de fato é as pessoas se unirem para encontrar a melhor maneira para isso”, disse.

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Para Luís Mercês, presidente da CDL, o lockdown destrói a economia e contamina mais pessoas, por proporcionar vários dias de “feriado”.

“Imagine que uma pessoa em seu estabelecimento comercial, seu local de trabalho, com máscara e álcool em gel. Agora imagine essa mesma pessoa em casa, com amigos, filhos, cerveja, todo mundo sem máscaras, à vontade. Onde vai ser a maior contaminação? Vimos na apresentação que dobrou o número de infectados quando houve o lockdown e quando acabou, caiu em 78%. São números técnicos. Esses números precisam ser levados em consideração. Os números mostram um outro cenário. O lockdown destrói a economia e pode aumentar o número de pessoas infectadas, porque essas pessoas em casa não estão necessariamente em ambientes seguro”, destacou.

O presidente da CDL enfatizou que as empresas que descumprirem as normas precisam ser punidas, para que as que agem corretamente não sejam afetadas em uma decisão que atinja a todas igualmente.

“Existem as normas de proteção, mas os estabelecimentos comerciais que não cumprem essas normas, não obrigam uso de máscara e álcool em gel, não cumprem o distanciamento social, têm que ser punidos, multados. Não apoiamos contravenção. E você não pode pegar uma empresa que está cumprindo as normas de segurança e comparar com a empresa que não está cumprindo. Não estamos falando de economia contra a saúde. A vida é mais importante que tudo, mas precisamos ser inteligentes e encontrar formas que contemplem a todos. Queremos restabelecer a saúde e os empregos. Lockdown não é o melhor caminho. Dá um feriado para as pessoas irem pra paredões, não é o caminho”, declarou.

Os dados

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Conforme divulgado pela assessoria de imprensa no evento, a pesquisa mostra que, “entre 21 de março e 27 de julho de 2020, período de fechamento do comércio, foram registrados 1,6 milhão de desempregados no Brasil. Nesse mesmo intervalo de tempo, circulavam 99 mil pessoas diariamente no metrô de Salvador e foram registrados 50 mil novos casos de covid-19 na capital baiana. Já no período de 28 de julho a 30 de novembro, quando o comércio foi reaberto e circulavam cerca de 169 mil pessoas por dia no metrô da capital, o número de contaminados foi inferior: 43 mil. Nesse período, o país empregou 1,5 milhão de pessoas. O levantamento mostra ainda que os 42 dois mil casos registrados no pós-lockdown tiveram grande impacto nas aglomerações realizadas no período das eleições.”

Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A pesquisa em arquivo ainda não foi disponibilizada para a imprensa

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
 

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