Mercado de Trabalho

Senadores divergem sobre novos dados do mercado de trabalho

Enquanto dados do IBGE apontaram aumento do desemprego, Ministério da Economia registrou aumento expressivo de vagas de trabalho com carteira assinada

30/11/2020 às 10h14, Por Gabriel Gonçalves

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Agência Senado – Senadores repercutiram nas redes sociais, nesta sexta-feira (27), os recentes dados sobre emprego no país. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada pela manhã, aponta aumento de 14,6% na taxa de desemprego no país no terceiro trimestre. É a maior taxa registrada desde 2012, com 14,1 milhões de desempregados no país. Também foram revelados esta semana números que apontaram o aumento expressivo do número de vagas de trabalho com carteira assinada. Enquanto alguns parlamentares comemoraram a criação de postos de trabalho, outros manifestaram preocupação com o aumento do desemprego.

Os senadores Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacaram a taxa recorde de desemprego. “Mais de 14 milhões de desempregados! A reforma trabalhista que prometeu criar emprego criou crise, precarizou o trabalho e aumentou o desemprego. Soma-se a isso o despreparo do governo federal em apontar um caminho para sairmos da crise! O povo padece!”, protestou Randolfe.

Rogério Carvalho (PT-SE) destacou que o governo anuncia o fim do auxílio emergencial em um momento de disparada do desemprego. “Bem diferente dos governos do PT, quando registramos a menor taxa de desemprego da história. O país precisa voltar ao rumo do desenvolvimento, no entanto está sem direção.”

Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ressaltou que os índices de desemprego atingem principalmente a faixa mais desfavorecida da população e cobrou ações do governo e do Congresso.

“O IBGE confirma o dado mais cruel da tragédia social brasileira: mulheres, pretos e pardos são os mais afetados pelo desemprego. Notícia triste, que exige empenho do Legislativo e do Executivo na busca por saídas para a economia”, afirmou em suas redes sociais.

Postos de trabalho

O Ministério da Economia informou esta semana que foram abertas 394.989 vagas de emprego com carteira assinada em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) comemorou os resultados: “Noticia boa, num ano tão difícil. O maior desafio no Brasil continua sendo frear o desemprego, que compromete a renda e a dignidade de milhões de famílias”.

Luiz do Carmo (MDB-GO) também fez uma avaliação otimista e mandou um recado aos consumidores. “Última sexta-feira do mês, dia de Black Friday, e mais um grande passo na recuperação da nossa economia. Graças a Deus, mesmo sem o fim da pandemia, aos poucos as coisas vão se ajeitando. Mas não se esqueçam, é importante gastar com consciência. Analise a perspectiva do futuro!”, alertou.

Já a senadora Eliziane (Cidadania-MA) chamou a atenção para a situação dos trabalhadores sem carteira assinada. “Não podemos deixar de considerar um plano para manter a renda dos invisíveis e trabalhadores informais em 2021. Ainda mais com a previsão do ministro [da Economia] Paulo Guedes de que o país deve fechar aproximadamente 300 mil vagas de trabalho com carteira assinada em 2020”, lembrou.

Economia

Em sua conta na internet, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) reproduziu publicação do Ministério da Economia destacando que pelo quarto mês consecutivo, o Caged registrou saldo positivo na geração de empregos formais. De acordo com a postagem, o desempenho reforça a retomada da economia após os impactos econômicos gerados pela pandemia, conforme as palavras do ministro Paulo Guedes:

“A economia brasileira continua a retomada em 'V', gerando empregos em um ritmo acelerado. O mês de outubro obteve o melhor resultado na série histórica do Caged. Foram 395 mil. Desde 1992, o Brasil não criava tantos empregos em um mês”.

Flávio Bolsonaro também deu destaque a publicação da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República com mensagem que relaciona a retração na economia com a pandemia de covid-19.

“O presidente Jair Bolsonaro avisou desde o início que eram dois os problemas. Muitos preferiram ignorar; nós, porém, trabalhamos. O governo não promoveu o imprevidente ‘fecha-tudo’, mas trabalhou para preservar a vida, a dignidade e o emprego de milhões de brasileiros”, afirmou a Secom do governo.

Reformas

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) replicou nas redes sociais as análises otimistas de Ricardo Amorim, que é economista, consultor e defensor da reforma administrativa. Amorim ressaltou que foi a maior criação de novos empregos com carteira assinada em um único mês desde que os dados começaram a ser medidos, em 1992. Destacou ainda que é o quarto mês seguido em que a abertura de novas vagas com carteira assinada foi maior do que o de demissões em todas as regiões do país.

Esse recorde, acrescentou o economista, foi atingido mesmo depois da redução do valor do auxílio emergencial pela metade.

“Até agora, os temores de que a redução do auxílio emergencial poderia reverter a forte recuperação econômica iniciada em maio provaram-se infundados. As perspectivas de um crescimento econômico mais robusto do que a maioria espera em 2021, desde que os temores fiscais sejam afastados com a breve aprovação da reforma administrativa, como venho afirmando há algum tempo, saem reforçadas a partir destes dados”, concluiu o consultor.

Já o senador Major Olímpio (PSL-SP) defendeu a reforma tributária, mas sem penalizar o contribuinte. “A reforma tributária é medida mais do que necessária para retomada do crescimento e geração de empregos. Porém, precisamos de uma reforma justa e que não traga aumento de impostos para setores essenciais, como algumas propostas podem fazer. Lutarei CONTRA o aumento de impostos!”, afirmou.

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