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Exposição coletiva reúne artistas consagrados em Feira de Santana dia 25

Haverá também lançamento do livro 'Feira de Santana - Memória e Remanescentes da Arquitetura Eclética', de autoria do artista plástico, arquiteto e poeta, Juraci Dórea.

15/10/2019 às 11h14, Por Maylla Nunes

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Visando um intercâmbio salutar e efetivo nas artes visuais, o Muncab – Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira de Salvador e o MAC – Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira de Feira de Santana, dois Museus que são referência em suas cidades, reúnem no dia 25 de outubro de 2019, às 19h, no MAC de Feira de Santana, um grupo de artistas de Feira e de Salvador consagrados pela crítica e pelo público, numa grande exposição.

Haverá também lançamento do livro “Feira de Santana – Memória e Remanescentes da Arquitetura Eclética”, de autoria do artista plástico, arquiteto e poeta, Juraci Dórea.

O Muncab dá ênfase à valorização de aspectos da cultura de matriz africana buscando aprofundar e acolher a inegável contribuição popular e erudita que a cultura africana trouxe ao Brasil. Seu diretor é José Carlos Capinan.

José Carlos Capinan – Poeta e letrista brasileiro. Em 1967, venceu o III Festival de MPB da TV Record com “Ponteio”, em parceria com Edu Lobo. Naquele ano explodiu o Tropicalismo, do qual participou como destacado compositor. À época, escreveu o texto de um grande clássico do movimento “Soy Loco por Ti, América” além de “Miserere Nobis”, ambos musicados por Gilberto Gil. Ao longo da década Capinan compôs com Jards Macalé, Paulinho da Viola, Fagner, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira, João Bosco e Roberto Mendes. Criou e publicou em revistas e ainda lançou vários livros de poesia.

O Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira em Feira de Santana, é um marco na cultura da cidade. Foi concebido para ter seu campo de trabalho voltado essencialmente para a produção artística do nosso tempo. Palco de muitos vernissages, tem aproximado os artistas do grande público. Possui um grande acervo de arte contemporânea e nesses 10 anos de atuação já realizou cerca de 80 exposições e 36 lançamentos de livros. Um museu que identifica e prestigia a arte contemporânea. Seu diretor é Edson Machado.

Edson Machado – Dedica-se às artes visuais desde a década de 1980, em especial à linguagem fotográfica. É integrante do Grupo Gema (Grupo de Pesquisa em Arte Contemporânea de Feira de Santana, Bahia) e Diretor do Museu desde 2003.

Tem no currículo exposições individuais e várias coletivas. Recentemente foi selecionado para o Projeto “Portas Abertas Para as Artes Visuais”, da Funceb. Participou de diversos Salões Regionais do Estado da Bahia e da Bienal do Recôncavo, em São Felix, Bahia.

Com o olhar maduro de quem domina a linguagem fotográfica, sua fotografia provoca reflexões do público acerca das coisas findáveis da vida.

Sobre a Exposição

Todos os artistas trazem em sua obra influência da matriz afro-brasileira. Uma coletiva que traz um interesse especial para o público ligado as artes plásticas, que terá numa só visita, a possibilidade de ver trabalhos de vários artistas, técnicas, assuntos e particularidades. Os artistas têm carreira consolidada e são reconhecidos pela comunidade.

Com exceção de Juarez Paraíso, Yedamaria (in memorian) e Chico Liberato (Geração 60), todos os outros são da famosa Geração 70, que também mudou a cena baiana, imprimindo uma outra visualidade e conceito, abrindo um novo mercado de arte e passando a ser de grande interesse na mídia nacional, colecionadores e público.

Essa exposição é voltada para a produção artística do nosso tempo em Feira de Santana. Não se limita simplesmente a expor um acervo fixo, optando por uma linha museológica mais dinâmica num museu que identifica e expressa os complexos meandros do fazer artístico contemporâneo.

Juarez Paraíso – Pintor, gravador, desenhista, professor e crítico, domina todas as técnicas das artes plásticas e gráficas. Já realizou dezenas de esculturas, murais, grades e calçadões para praças e edifícios públicos da Cidade do Salvador. Além de fotografias, figurinos, cenários e decorações de Carnaval. Atualmente realizando pesquisas com o computador, através de programas de edição de imagens. Apresenta fotografia e composição digital.

Juraci Dórea – A trajetória artística de Juraci é permeada de numerosos eventos, no Brasil e no exterior, como a 43ª. Bienal de Veneza. Sua obra tem ligações com o Nordeste brasileiro e, mais especificamente, reflete aspectos da civilização do couro e da literatura de cordel, cujos vestígios ainda estão presentes na região de Feira de Santana, onde o artista trabalha e vive. Apresenta esculturas/objetos.

César Romero – Um pintor que se aprofunda na herança antropológica…” (Jacob Klintowitz). Investiga fontes matrizes da cultura popular, estabelecendo um acúmulo de informações de grande importância na visualidade brasileira. Deu ao Brasil uma estampa única, as “Faixas Emblemáticas”. Apresenta pinturas.

Chico Liberato – Além de artista plástico é cineasta. Teve uma destacada atuação cultural na Bahia como Diretor do MAM. Um artista participativo e sempre engajado no processo de desenvolvimento da nossa arte. Utiliza-se de diferentes linguagens para fazer uma arte forte e sensível. O sertão, o sertanejo, a arte popular regional e as figuras místicas presentes no candomblé, são temas sempre presentes em suas produções. Apresenta Pinturas.

Antonio Brasileiro – Poeta, prosador, artista plástico, editor, ensaísta e Professor Universitário. Membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupa a Cadeira 21. Criador do grupo “Hera” de poesia. Como pintor faz parte da Geração 70, que mudou a visualidade baiana. Em seu currículo, possui quase uma centena de coletivas e várias individuais. Apresenta pinturas.

J.Cunha – A produção visual de J. Cunha deixa claro o seu potencial artístico nascido nos encontros culturais. Seu trabalho tem referências nas suas matrizes negras, indígenas e ciganas. Tal soma resultou no surgimento de uma mente inquieta e criativa. Tem um universo lúdico, mas muito firme na sua proposição política. Nessa mostra vai apresentar um trabalho realizado para o Ilê Ayê nas comemorações dos 200 anos da Revolta dos Búzios, cujos resultados são sentidos até hoje através da simbologia e ideais de liberdade e justiça. Apresenta 9 obras em impressão sobre papelão.

Caetano Dias – Atualmente, sua obra não privilegia um suporte ou técnica, trabalha com vídeo, pintura, obras tridimensionais, instalação multimídia e fotografia digital.

O trabalho de Caetano Dias tem como referência a questão do corpo em constante processo de constituição e dissolução, assim como a própria memória. As questões sobre o corpo envolvem o erotismo e sua efemeridade. Os trabalhos do artista revelam a inquietude humana, presente nos enigmas do corpo e enraizada na consciência da morte. Apresenta um tríptico de fotografias.

Guache Marques – Formado em Artes Plásticas pela EBA-UFBA, foi Professor das Oficinas de Arte em Série do MAM/Ba na década de 80. O trabalho de Guache transcende a simples representação. Ele mostra, uma leitura contemporânea do cotidiano onde magia e mistério lhe servem como fontes constantes de inspiração. Sua arte nos apresenta um esmero técnico, onde a ideia se torna cor, a cor se veste de forma, a forma adquire volume. Isso é pintura, e em Guache, pintura densa, onde trilha o caminho das fontes para chegar aos signos afro-brasileiros, do figurativo ao simbólico. Ultimamente tem se dedicado também à Arte Digital. Apresenta pinturas e monotipias.

Washington Falcão – Desde cedo fez sua opção pelo Design Gráfico, área em que tem sólida trajetória profissional. A partir de 1975 iniciou sua carreira de artista plástico, quando seu nome começou a aparecer com regularidade em eventos artísticos variados. Foi uma das figuras centrais no Projeto Nordeste de Artes Plásticas, final dos anos 80. Seu trabalho como artista plástico reflete sua preferência pelas expressões gráficas, com intenso requinte formal. Apresenta arte digital.

Yedamaria (in memorian) – Graduou-se na Escola de Belas Artes da Bahia em 1959. Enquanto fazia o curso recebeu em 1956, Menção Honrosa no Salão Baiano de Artes Plásticas pelo trabalho “Barcos da Água de Meninos”. Em 1962 cursa gravura na Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro e completa seus estudos com Henrique Oswald em sua volta à Bahia. A partir de 1969 suas obras passam a incluir elementos de religiões afro-brasileiras, com representações de orixás, em especial Yemanjá. A cor é parte importante na sua produção artística. Faleceu em 2016. Será representada por pinturas.

SERVIÇO:

Exposição: Muncab & MAC – Arte em Movimento

Local: MAC – Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira

Data: 25 de outubro de 2019, às 19 horas

Endereço: Rua Geminiano Costa, 255 – Centro – Feira de Santana.

CEP: 44001-120

Fone: 75 3223-7033

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