Educação

Entenda a diferença entre escolas construtivistas e tradicionais

No Brasil, os métodos ainda se mesclam e se complementam.

17/07/2019 às 09h55, Por Rachel Pinto

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Há vários métodos pedagógicos para o ensino de crianças e adolescentes na escola. Embora as modalidades se posicionem como opções antagônicas e com diferentes valores, no Brasil ainda se pratica um modelo híbrido, salvo algumas raras exceções, que conseguem aplicar um único método aos estudantes. O importante, para os pais, é saber que o melhor colégio é aquele adequado ao perfil dos filhos e no qual eles estejam satisfeitos.

A escola tradicional é o método mais comum. Ela se popularizou a partir da Revolução Industrial, com uma preparação voltada para a indústria. Portanto, desenvolveu-se visando uma maior disciplina, carteiras enfileiradas e a transmissão de conteúdo a partir do professor. É esse tipo de aprendizado que acompanha boa parte dos estudantes ao redor do país. A formação é conteudista e o objetivo é preparar o estudante para os vestibulares e as provas nacionais, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A escola tradicional recebe críticas de alguns educadores que a consideram atrasada em face das novas transformações tecnológicas e sociais. Apesar disso, muitas instituições de ensino com esse modelo procuram incorporar novos planos de aula e uma relação diferenciada entre aluno e professor, no qual ambos aprendem uns com os outros e o tutor não é o único transmissor de informação.

Esse método ainda é o mais utilizado porque prepara o aluno para a continuidade acadêmica e para o mercado de trabalho. As provas e os testes são frequentes para medir o desenvolvimento dos estudantes, assim como os simulados para o vestibular. No caso dos estudantes no Ensino Médio, também é comum a oferta de cursos técnicos voltados especificamente para uma profissão ou necessidade do mercado de trabalho.

A escola construtivista, por sua vez, foi criada nos anos 1920 pelo pensador Jean Piaget e leva em consideração uma série de fatores para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Nesse método de ensino, o aluno é o próprio responsável pelo aprendizado, por meio da formulação de hipóteses e resolução de problemas. O professor, nesse caso, apenas orienta o aluno durante todo esse processo.

O estudante possui o apoio de outros recursos, como jogos, músicas e dramatização. O aprendizado é personalizado de acordo com os interesses do estudante, e não conteudista, como no caso das escolas tradicionais. O foco, portanto, é no desenvolvimento pessoal de cada indivíduo e não exatamente na continuidade acadêmica e na entrada no mercado de trabalho. Há uma desvalorização da avaliação tradicional por meio de notas, fato este que leva as escolas construtivistas puras a nem aplicá-las.

No Brasil, o modelo esbarra em algumas limitações, como a exigência da aplicação de determinados conteúdos aos estudantes e a avaliação por nota. Outro fator é a resistência dos pais ao método. Eles se preocupam com o fato de os estudantes não conseguirem uma vaga em uma universidade no futuro. As escolas construtivistas, nesse sentido, têm se mesclado com os modelos tradicionais e em certa medida até provocado algumas mudanças no sistema educacional, mas enfrentam dificuldades enquanto modelo puro de ensino no país.


 

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