Encrochê

Encontro de crocheteiros promove troca de experiências entre os amantes do crochê em Feira de Santana

O Encrochê surgiu da ideia de reunir os crocheteiros e crocheteiras, pessoas que trabalham com crochê para troca de conhecimentos e promover projetos sociais.

16/06/2019 às 12h52, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Agulha e linha nas mãos e uma habilidade que faz surgir peças incríveis a partir da criatividade de quem ama a técnica milenar do crochê. Quem sabe fazer simplesmente ama e garante: crochê é terapia e não é coisa só de mulher.

Só quem é crocheteira ou crocheteiro raiz sabe todo amor que é possível sentir pelas peças que nascem nas pontas de seus dedos. E para trocar essas experiências que vão desde os sentimentos, até a infinidade de técnicas existentes foi realizada em Feira de Santana, na tarde do último sábado (15), o Encrochê, um encontro de crocheteiras e crocheteiros e admiradores da arte.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O evento foi organizado pela professora Helena Silveira, que aprendeu a fazer crochê aos 9 anos de idade, e mesmo depois de estudar e trabalhar em outras áreas, como pedagogia, e se especializar em administração, resolveu viver só do crochê.

“O Encrochê surgiu da ideia de reunir os crocheteiros e crocheteiras, pessoas que trabalham com crochê e também outras artes manuais para a partir daí a gente a gente começar a fazer projetos sociais e também para elas possam fazer materiais para comercializar. O crochê serve também como terapia, tanto é que eu dou aula para idosos, e pessoas com Alzheimer de grau leve. É o que chamamos de crocheterapia. A partir deste encontro a gente vai começar a se organizar para agregar novos crocheteiros às pessoas que trabalham com moda”, explicou em entrevista ao Acorda Cidade.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Helena destacou em entrevista ao Acorda Cidade que o crochê é muito apreciado pelo mundo da moda e que Feira de Santana precisava de um encontro como este. Ela afirma que com o crochê é possível fazer tudo o que se pode imaginar.

“Agora mais do que nunca o crochê é apreciado no mundo da moda. Na última edição do São Paulo Fashion Week, havia estilista só com crochê. A Bahia é um polo muito rico de artes artesanais e Feira de Santana precisava de um grupo para fazer mais crochê e conhecer outras técnicas. Existe o crochê de grampo, crochê de peruano, tunisiano, amigorume que é uma técnica bem diferenciada que veio da China, há muitas técnicas que podem ser usadas em diversas coisas, principalmente na moda. Mas qualquer coisa hoje pode ser feita com crochê, é só encomendar”, contou.

Helena informou ao Acorda Cidade que pretender fazer oficinas e exposições em outros eventos e que o crochê pode ser uma opção de renda. Ela disse que os preços variam a depender do fio da linha, da técnica, do lugar onde está sendo vendido e dos modelos criados. “Em São Paulo há vestidos de até R$ 3 mil. O crochê é como uma joia, que mesmo passado o tempo, você ainda pode usar. Não é preço é pelo valor daquela peça que você paga”.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Quem estava presente no encontro foi o estilista Lúcio Áureo Ferreira Lima. Ele está em Feira de Santana com um projeto chamado Tramas e Sonhos, que passa por várias cidades do Nordeste em busca de talentos da moda e modelos.

"Conheci Helena, ela me mostrou esse trabalho lindo que faz e a gente está tentando fazer uma parceria. Vim atrás de novidades e tentar levar um pouco desse trabalho para São Paulo onde vou morar agora, estou montando um ateliê lá, e estou buscando experiências e vivências deste trabalho. Acredito que primeiro você tem que amar, e tudo o que vem do trabalho feitos com as mãos tem que ser valorizado. Quero buscar essa experiência para inserir no meu trabalho com moda, engajar mais ainda. Muitas pessoas do interior acham que o crochê é mais para fazer um pano de prato, coisinha de casa, mas ele hoje tem uma importância tão grande no mundo da moda que as pessoas não tem noção”, enfatizou.

Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade

Crochê é tudo de bom

Como foi dito pela professora Helena, com o crochê é possível fazer de tudo. Depende da criatividade e da habilidade com a técnica. Com ele, além de confeccionar roupas, toalhas de mesa, e capas para qualquer coisa, para uso próprio ou para comercializar, também é possível usar o momento de crochetar para diminuir os níveis de estresse, auxiliar na concentração, no raciocínio e coordenação motora, prevenindo doenças como Alzheimer e Parkinson. Além disso quem faz crochê pode ajudar muitas pessoas, principalmente crianças, por meio de projetos sociais. Quem já ouviu falar das perucas de fios e dos polvinhos?

Foto: Arquivo/Secom

As perucas feitas de crochê são usadas de forma lúdica em crianças com câncer para desenvolver a autoestima delas. Já com os polvinhos ajudam bebês prematuros a terem mais segurança e aconchego dentro das incubadoras. O projeto tem consiste na fabricação de polvos feitos de crochê com linhas de fio 100% algodão, com oito tentáculos de 22 cm de comprimento para que os bebês interajam naturalmente com os tentáculos. Este projeto existe em Feira de Santana, no Hospital da Mulher. (Saiba mais aqui)

Contato

Quem quiser entrar em contato com a organização de encontro ou fazer encomendas pode ligar para 75 99114.8914. O encontro do sábado aconteceu no Espaço Jardim Flamboyant, no bairro SIM.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
 

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