Feira de Santana

Diante do alto índice de dengue, empresário toma iniciativa de limpar área de complexo policial

O filho do investigador, o empresário Jaçom Bandeira, decidiu no último sábado (8), iniciar uma limpeza e fazer algumas melhorias no complexo.

11/06/2019 às 11h41, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Atualizada às 14:31

Se o Investigador Bandeira estivesse vivo, com certeza ia ficar muito decepcionado em ver a situação de abandono e descaso em que se encontra o Complexo Policial, no conjunto Jomafa, Feira de Santana que foi batizado há 35 anos com o seu nome.

O investigador veio de Salvador para Feira de Santana como guarda civil e aqui fez história com o seu trabalho na Polícia Civil. Foi exemplo de profissionalismo, seriedade e mesmo com poucos recursos fazia um trabalho de excelência junto a comunidade. Além de seu legado na polícia, o investigador ainda hoje é motivo de exemplo de orgulho e admiração da família e de amigos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Tamanha foi a sua importância, que incomodado com a situação em que se encontra o Complexo Policial Investigador Bandeira, localizado no bairro Jomafa, e diante da falta de providências do poder público, o filho do investigador, o empresário Jaçom Bandeira, decidiu no último sábado (8), iniciar uma limpeza no complexo.

Ele contou em entrevista ao Acorda Cidade que a iniciativa da limpeza surgiu após várias reclamações de pessoas próximas sobre o local e também em respeito a memória do seu saudoso pai que teve o nome registrado em um equipamento público e que atualmente funciona no meio da sujeira e de sucatas de veículos.

No Complexo Policial existe o Departamento de Polícia Técnica (DPT), a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) e também a 1ª Delegacia e a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu decidi limpar o complexo por conta própria. Várias pessoas chegaram até mim reclamando sobre o abandono do local. Achei por bem em fazer uma melhoria dentro das minhas possibilidades. Levei duas irmãs minhas que vieram de São Paulo para visitar o complexo e chegando lá foi uma decepção. Elas viram que estava totalmente abandonado e eu tive a iniciativa para que o Complexo Policial Investigador Bandeira seja um local decente que as pessoas cheguem e encontrem tudo limpo e organizado”, afirmou Jaçom, filho do investigador.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Jaçom disse ao Acorda Cidade que além da limpeza, capinação e pintura, a placa de inauguração do equipamento que estava deteriorada também já foi reformada. Será feita a limpeza na parte interna do pátio onde ficam as viaturas, além da pintura na parte externa.

“Ainda não cheguei a conversar com a coordenadoria de Polícia Civil, mas a gente vai se dirigir ao coordenador para solicitar a autorização. A limpeza será de início na frente, porque a parte do fundo já é uma parte mais pesada. Vai necessitar de guincho para tirar carro e colocar em outros cantos , mas a parte da frente nós vamos deixar tudo zero bala”, garantiu.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com Jaçom, a parte da frente da coordenadoria também terá algumas melhorias. Ela informou que vai reformar os assentos e a área de entrada.

O filho do investigador Bandeira contou que lamenta ver o complexo policial que leva o nome do pai apresentando tanta precariedade na estrutura física. Até os portões de entrada estão quebrados e não podem nem ser fechados. Ele afirmou ao Acorda Cidade que assumirá mais esse conserto.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Vereador pediu interdição do local

Na última sexta-feira (7), o vereador Isaías de Diogo do (PSC) pediu na Câmara Municipal a interdição do Complexo Policial Investigador Bandeira. Ele comentou sobre a ocorrência dos focos de dengue no local e animais peçonhentos como cobras, devido ao acúmulo água parada e lixo.

Isaías de Diogo denunciou a situação ao Ministério Público (MP) e convidou o órgão para uma sessão na Câmara esta semana. O vereador considerou a atual realidade do equipamento como um caso de calamidade pública.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Recentemente estivemos no Complexo Investigador Bandeira e observamos o absurdo que está acontecendo há vários anos naquele local, então solicitamos ao poder público, a interdição daquele equipamento e no MP. Na semana que vem, dia (13) às 14h, o MP vai estar presente nessa Casa para que a gente traga uma solução para quem anda e mora naquela região. Precisamos dá um fim aquele cemitério de carros”, acrescentou.

Quem foi investigador Bandeira

Embora o nome do investigador esteja em evidência no momento devido às péssimas condições do complexo policial, vale ressaltar que o Investigador Bandeira, homem que tinha como nome de batismo Antônio Pereira dos Santos, teve grande relevância para a sociedade feirense pelos mais de 40 anos de serviços prestados a comunidade através da Polícia Civil.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Seu filho Jaçom Bandeira, relembra que o pai trabalhava praticamente só, utilizando um revólver calibre 38 e não contava com apoio nem de viaturas nem de recursos tecnológicos. Os bandidos respeitavam o investigador e o nome e o trabalho do Investigador Bandeira ficaram conhecidos em toda a Bahia.

“Se falasse o nome Antônio Pereira dos Santos ninguém sabia quem era. Mas, quando falava-se Investigador Bandeira já sabiam que se tratava de meu pai. Ele ganhou esse apelido ainda quando morava em Salvador. Existia uma família chamada Bandeira e diziam que ele se parecia com essa família. Aí esse nome pegou. Ele veio para Feira de Santana já conhecido como o Investigador Bandeira”, declarou.

Jaçom contou ao Acorda Cidade que ainda criança morou com a família na Rua de Aurora em Feira de Santana. Muitas pessoas batiam a porta da residência a procura do investigador para pedir ajuda.

“Lá em casa parecia uma delegacia. Toda hora era gente procurando meu pai. Ele era um homem honesto, simples e investigava e descobria os fatos policiais. Ele sempre tomava a iniciativa para resolver os problemas”, frisou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O batismo do Complexo Policial com o nome de Investigador Bandeira aconteceu durante a gestão do ex-governador João Durval Carneiro. No bairro Jardim Cruzeiro também existe uma rua que leva o nome do investigador.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade | Trecho da frente do Complexo Polical que já foi limpo e capinado

Bandeira, morreu aos 64 anos de idade, vítima de complicações de saúde.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

 

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