Política

Em meio à pressão da Câmara e mal-estar com Maia, Bolsonaro manterá críticas ao 'toma lá dá cá'

O Palácio do Planalto vai defender que os parlamentares precisam colocar os “interesses do país” acima dos pessoais, “caso contrário o país vai quebrar” sem a nova Previdência.

22/03/2019 às 11h51, Por Brenda Filho

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Ministros da ala militar do governo Jair Bolsonaro afirmaram ao blog da Andréia Sadi nesta sexta-feira (22) que o presidente “não está disposto” a recuar de sua posição em não negociar cargos por votos na reforma da Previdência, como pleiteiam deputados federais. O Palácio do Planalto vai defender que os parlamentares precisam colocar os “interesses do país” acima dos pessoais, “caso contrário o país vai quebrar” sem a nova Previdência. “Vamos apelar ao patriotismo”, dizem os ministros. O problema é que, para aprovar a reforma, parlamentares querem que o governo aumente a participação deles em cargos públicos, além de reclamarem das críticas do presidente de que o Congresso representa “a velha política”. Na avaliação de um ministro do governo, “[os deputados] querem que Bolsonaro recue em tudo, mas, se ele recuar neste discurso, está liquidado” perante a opinião pública, já que ele teve como uma das principais plataformas de campanha o fim do “toma lá dá cá” na política. Sobre as críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), governistas afirmam que o deputado está “chateado” com a prisão do sogro, Moreira Franco. E disseram ao blog que o presidente não viu “nada demais” na postagem de um dos filhos dele, Carlos Bolsonaro, criticando Maia. Na avaliação de um dos mais próximos assessores de Bolsonaro, o presidente da Câmara foi “grosseiro” com o ministro Sergio Moro ao criticar o pacote anticorrupção e compará-lo com o projeto enviado à Casa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. No entanto, este interlocutor do presidente admite que as postagens de Carlos criam embaraços e que “não é bom brigar com o presidente da Câmara” neste momento. “Uma vez ouvi que ninguém admite como defeito que tem falta de bom senso. Admite que não tem paciência, que é atrapalhado. Mas nunca vi um caso de alguém admitir que não tem bom senso”, afirmou ao blog, referindo-se às postagens polêmicas de Carlos Bolsonaro. Após o mal-estar com Moro, o presidente da Câmara havia informado a governistas que não tinha sido procurado pelo presidente da República. E, como revelou o blog, disse a Paulo Guedes que não estaria mais à frente da articulação pela Previdência, diante das críticas do governo. 

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