Feira de Santana

Estudantes fazem manifestações por conta do calor e cobram melhorias na estrutura de escolas estaduais

O coordenador do NTE, Ivamberg Lima, afirmou que este foi um ano atípico com relação ao calor e que o NTE se preparou para o ano letivo, com manutenção dos ventiladores, como faz todos os anos.

21/03/2019 às 16h59, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Atualizada às 19:14

Sauna de aula. É assim que os estudantes de escolas estaduais de Feira de Santana estão chamando as salas de aulas.

Por causa do desconforto e incômodo causados pelo calor, impossibilitando assistir aulas, os estudantes de várias instituições realizaram um protesto nesta quinta-feira (21). Eles também cobram melhor estrutura nas salas de aula e afirmam que quando os ventiladores funcionam, não dão conta devido ao grande número de estudantes na mesma turma.
 

Na tarde desta quinta-feira (21) alunos da Escola Estadual Ernesto Carneiro, que fica no conjunto Feira IV, realizaram uma manifestação em frente ao Núcleo Territorial de Educação (NTE). Segundo eles, São 16 salas e somente quatro tem ar condicionado, porém sem manutenção.

“Viemos reivindicar ar condicionados, pois na nossa sala alunos e professores já passaram mal devido ao calor. Viemos fazer um apelo e pedir atenção das autoridades. Está feio, a situação está precária. As salas são quentes e professores levam ventilador para sala de sala”, afirmou a estudante Lara Camile. “Até a água do bebedouro é muito quente. A escola tá sem estrutura”, completou o estudante João Henrique Costa Gama.

A estudante Melane Maia apelou ao governador Rui Costa por providências. Segundo ela, são mais de 31 alunos por sala, com apenas um ventilador. “Os filhos do governador não estudam em colégio púbico e queremos que ele olhe pra gente. Não dá pra estudar no calor e os professores também não têm condições de dar aula assim”.

Ian Kevem Costa Santos reclama ainda do fardamento. Segundo ele, as fardas, assim como as estruturas da escola, deve ser adaptada para o clima da região nordeste. “A gente não pode ficar com fardamento azul escuro e calça jeans nesse calor. Tem que mudar o fardamento e a estrutura da escola, a gente passa mal com esse calor”, defendeu.

Assis Chateaubriand

Também na tarde desta quinta (21) teve um protesto no colégio Assis Chateaubriand no bairro Sobradinho. Além do problema com o calor, os alunos reclamaram de diversos outros problemas estruturais da escola. O aluno Diogo Bezerra Silva, do 3º ano, diz que o colégio, que vai completar 50 anos em setembro deste ano, nunca passou por uma reforma.

“Estamos fazendo essa manifestação por causa das estruturas física e elétrica da escola. Esse ano a escola completa 50 anos e tem uma estrutura arcaica, que nunca passou por uma reforma. Nossos ventiladores estão quebrados, as salas estão muito quentes. As salas têm cerca de 40 alunos e mesmo se tivesse quatro ventiladores não seria suficiente, pois estamos passando por um período muito quente. A instalação elétrica nunca passou por nenhuma reforma, podendo causar sérios problemas, até um acidente com os alunos”, afirmou.

Se no tempo quente os alunos sofrem com o calor, no período chuvoso o problema é outro. Segundo Diogo Bezerra Silva, quando chove a escola fica alagada por possuir apenas um bueiro para escoar toda a água da chuva. Ele ainda relatou outros problemas.

“Na última chuva que teve alagou tudo, nosso laboratório está com rachaduras no teto e quando chove molha tudo, a quadra poliesportiva não possui cobertura, as janelas estão com os vidros quebrados, e falta manutenção no ar-condicionado da biblioteca. Diante desses fatos solicitamos das autoridades a solução desses problemas”, destacou o estudante durante entrevista.

Colégio Estadual Professora Tecla Mello

Foto: Enviada pelos estudantes 

Na tarde ontem (20) os alunos do Colégio Estadual Professora Tecla Mello, localizado na Avenida Centenário, bairro SIM em Feira de Santana, também realizaram um protesto por causa do calor. Ao Acorda Cidade, eles afirmaram que as salas dos professores e diretores possuem ar condicionado, enquanto na sala dos alunos os ventiladores não funcionam direito.

Colégio Estadual Luiz Eduardo Magalhães

Alunos do Colégio Estadual Luiz Eduardo Magalhães também protestaram e pediram aparelhos de ar condicionado. Em um vídeo gravado pelos estudantes eles cantam em coro: "Vocês aí no ar e a gente morre no calor". A manifestação no Luiz Eduardo Magalhães foi realizada ontem (20) e por causa do protesto, não houve aula. 

Resposta

Em resposta as reclamações dos estudantes, especialmente com relação ao calor, o coordenador do Núcleo Territorial de Educação, Ivamberg Lima, afirmou em entrevista ao Acorda Cidade, que este foi um ano atípico com relação ao calor em Feira de Santana e que o NTE se preparou para o ano letivo, com manutenção dos ventiladores, como faz todos os anos. Segundo ele, a maioria das escolas têm ventiladores nas salas de aula, só que com o calor, os aparelhos não estão dando conta.

“A principal pauta é o calor, que está dificultando a aprendizagem, segundo eles. Este ano as temperaturas subiram bastante. Não sabíamos que ia ter esse calor todo, nós nos preparamos como em todos os anos, fazendo a manutenção dos ventiladores, mas para colocar ar condicionado em todas as salas, temos que nos preparar pra isso. A gente tem um problema de instalar ar condicionados nas salas por causa da rede elétrica. Se a gente colocar ar condicionado e não dimensionar a rede elétrica, cai toda a rede da escola. As escolas estão passando por reforma aos poucos e a rede elétrica também está sendo reformada. Na medida do possível, estamos trabalhando no sentido de melhorar a ventilação das salas”, afirmou.

Com relação as outras reclamações estruturais relacionadas ao colégio Assis Chateaubriand, Ivamberg Lima explicou que a manutenção de banheiro e ar condicionado das escolas fica a cargo da própria instituição de ensino, que recebe verbas para isso. Segundo ele, são quatro repasses anuais, mas reconhece que às vezes não é suficiente.

“O Assis, por exemplo, é uma escola muito grande. Mas imagino que a diretora se empenha pra conseguir. Na medida do possível, estamos repassando essas verbas para a manutenção das escolas”, destacou.

Alunos do Colégio Luis Eduardo Magalhães realizaram um protesto na tarde de ontem (20).

Com informações do repórter Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade
 

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