Feira de Santana

Prefeitura pode impedir apresentações na quarta-feira de Micareta neste ano

Um levantamento feito pela Polícia Militar nas últimas cinco micaretas constatou que a quarta-feira é o dia em que surgem mais ocorrências relacionadas à violência.

28/01/2019 às 15h17, Por Rachel Pinto

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Ney Silva e Rachel Pinto

A polêmica de todos os anos que envolve a realização da Micareta de Feira de Santana na quarta-feira e em dia não oficial pode chegar ao fim este ano. O secretário municipal de cultura, esporte e lazer, Edson Borges, informou na primeira reunião da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, que vai pedir ao prefeito Colbert Martins da Silva Filho que impeça a apresentação de atrações na quarta-feira (24), dia que antecede à festa, que será no período de 25 a 28 de abril. Esse foi um dos principais assuntos discutidos na reunião da FPI, que teve a participação de 15 das 29 entidades que constam no decreto municipal.

Segundo o secretário, todos os órgãos que fazem a festa participaram da reunião, e o objetivo é que cada vez mais a Micareta seja mais organizada e mais tranquila. A discussão girou em torno da redução de atrações, a logística das barracas e do espaço na avenida, além da fiscalização de equipamentos de segurança e atuação da Polícia Militar.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Foi a primeira discussão, e a gente fez um balanço de maneira geral para daí ir marcando as outras reuniões com um foco mais específico. Sobre a possibilidade da festa não acontecer na quarta-feira, eu tenho uma opinião formada sobre isso. Quem brinca na Micareta na quarta-feira é porque não quer se misturar à massa nos demais dias, quer ter um dia especial para sair na avenida. Muita gente, inclusive, só brinca na quarta, e o resto viaja ou vai para os camarotes. Eu não acho que deve oficializar a quarta, porque se oficializar, esse pessoal que desfila na quarta vai desfilar na terça, vai continuar o problema e então é uma decisão de governo e na minha opinião a prefeitura não devia permitir nada na quarta. Ninguém, nenhum orgão está na quarta-feira. Fica um dia de ‘bolacha quebrada’ e com risco de acontecer alguma coisa”, declarou.

Edson Borges citou, ainda, que de acordo com informações do major Lúcio, chefe de planejamento do Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL), um levantamento feito pela Polícia Militar nas últimas cinco micaretas constatou que a quarta-feira é o dia em que surgem mais ocorrências relacionadas à violência.

“Muita gente sabe que não tem aquela segurança ainda, que a PM não está presente como está nos outros dias: na quinta, na sexta, no sábado e no domingo e aproveita para fazer bandalheira, brigar, matar. Então a quarta é um dia problemático. Vou conversar com o prefeito e ver qual será a decisão sobre isso. A próxima reunião será dia 7 de fevereiro”, informou.

O major Lucio também reforçou que só a prefeitura pode decidir sobre oficializar ou não a quarta-feira de Micareta. Ele ressaltou que, caso isso ocorra, a PM vai adequar o policiamento e buscar cumprir todas as normas necessárias para oferecer segurança para a população. Ele frisou que, para a PM, quanto menor o tempo de duração da festa, melhor para a polícia.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Porque a gente que pode oferecer uma segurança de melhor qualidade. Mas, é uma definição pura e simplesmente do poder público municipal. Estamos, como Polícia Militar, desenvolvendo o planejamento, que já se iniciou há cerca de seis meses. Estamos fazendo o arestamento dessas situações para que a gente consiga concluir. A PM se mantém contraria à falta de definição. Existe uma definição que fica sem ser oficial. É necessário definir para que a gente, como planejador, possa se adequar”, salientou.

O major declarou que a PM pretende manter o trabalho que foi feito no ano passado e melhorar no sentido da estrutura. Trabalhar não somente com a quantidade, mas com eficácia.

Márcia Morais, promotora do Ministério Público (MP), afirmou que a promotoria não faz parte da FPI, mas atua na Micareta fiscalizando o trabalho que a FPI realiza. Acompanha todos os trabalhos para que tudo seja efetuado com êxito.

Sobre a polêmica da festa começar ou não na quarta-feira, ela explicou que o MP espera que a situação seja esclarecida.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Porque se efetivamente houver os festejos na quarta-feira, há uma necessidade de segurança. Não há como ter um trio na rua e não ter uma segurança para a comunidade que estiver brincando”, acrescentou.

Trabalho preventivo e central para receber documentos

A reunião da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) realizada hoje também contou com a presença do Corpo de Bombeiros. A sub-tenente Carla Santos esteve representando a instituição e disse que as exigências da coorporação são as mesmas desde 2015. O Corpo de Bombeiros realiza durante a festa um trabalho preventivo e operacional junto com outras unidades e forças de segurança. Faz vistorias de trios, carros de serviços, camarotes, estabelecimentos comerciais, barracas e a verificação das condições de segurança.

Ela informou que surgiu durante a reunião a sugestão para que exista um local para receber todas as documentações relacionadas à festa. Para ela, é preciso organizar muito bem a estrutura e o papel desse local.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Não adianta criar um local com apenas uma pessoa para receber todas as documentações de todos os órgãos. Sendo que ela não tem a capacidade para analisar cada item, ou cada documentação específica. Esse ponto ficou como sugestão para o ano que vem”, comentou.

O jornalista Girlanio Guirra contou que é a favor de dinamizar a entrega dos documentos em uma central única. Para ele, o fato de cada órgão ficar em um lugar dificulta, por exemplo, aos representantes dos camarotes para que entreguem os documentos. Segundo ele, há uma grande burocracia e vários segmentos do FPI, quando fazem as notificações de um camarote, por exemplo, a pessoa responsável precisa se deslocar a sede de diversos órgãos para resolver questões até consideradas simples.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“A ideia é que se crie dentro da secretaria uma central para que esses documentos sejam entregues lá. Assim fica tudo resolvido com mais facilidade”, opinou.

O fiscal do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) Marcos Vinicius Freitas de Melo explicou que o órgão atua na fiscalização do exercício profissional, onde há atividades do Crea. Verificação da instalação e manutenção de equipamentos dos camarotes, palcos, estruturas, instalações elétricas, sonorização e iluminação. O Crea atua junto a hotéis, motéis, bares e restaurantes e faz toda a verificação das atividades desses estabelecimentos e suas prestadoras de serviços.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Discutimos alguns pontos nessa primeira reunião da FPI para a gente ter uma programação e uma Micareta. Porque tudo na vida a gente tem que prevenir. Então esse é o nosso trabalho”, concluiu.

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