Micareta de Feira
Secretário defende resgate das antigas micaretas de Feira de Santana
Em entrevista ao Acorda Cidade, ele lembrou com saudade das antigas micaretas e defende que a folia volte a assumir uma forma mais espontânea das festas populares.
22/01/2019 às 10h56, Por Kaio Vinícius
Laiane Cruz
Atualizada às 19h40
São comuns as manifestações para um retorno da Micareta de Feira aos moldes antigos, com as típicas características das festas de rua. Um dos defensores da ideia em nossa cidade é o secretário de cultura, esporte e lazer, Edson Borges, que desde a infância curti a festa.
Em entrevista ao Acorda Cidade, ele lembrou com saudade das antigas micaretas e defende que a folia volte a assumir uma forma mais espontânea das festas populares.
(Foto: Paulo José/ Acorda Cidade)
“Sou micaretesco desde menino, lá em minha terra, em Alagoinhas. Vim pra Feira de Santana há 40 anos e sempre curti a Micareta de Feira, que é uma das festas populares mais concorridas do Brasil. Vivi essas micaretas antigas e hoje tenho 62 anos. A gente vê que eram muito mais gostosas que as mais novas. Bem diferentes, é claro, das micaretas dos grandes blocos, que na minha época não existiam, eram pequenos blocos. Você juntava os vizinhos da sua rua e colegas de escola e formava um cordãozinho, não chamava nem de bloco”, recordou o secretário.
Para ele, na Micareta, as pessoas têm que ir para a rua do jeito que querem e gostam, fantasiadas da forma que quiserem. “E eu acho que a questão dos blocos é uma espécie de industrialização da festa. Você tem blocos interessantes e espetaculares que estão vivos e gigantescos até hoje, como o Lá Vem Elas, mas é um bloco peculiar, que cada ano sai de um jeito e tem sua característica”, disse.
O secretário Edson Borges defende que é possível retomar o modelo antigo, só depende da aceitação da população, pois a micareta, como toda festa popular, é feita pelo povo. O poder público – prefeitura e estado – só daria o apoio logístico com as estruturas armadas, segurança, e contratando algumas boas atrações.
“A festa em si quem faz é o ‘povão’. Nós temos boas orquestras de sopro, em Maragogipe, Santo Amaro, em Salvador, que faz o maior sucesso na quarta-feira anterior ao Carnaval, sem cordas, no Farol da Barra, e Feira de Santana não tem, e se a gente quiser tem que trazer de fora. Então são essas manifestações mais culturais, mais originais de festas populares que nós temos que resgatar”, ressaltou.
Edson Borges afirmou ainda que gostaria de abrir a Micareta de Feira na quinta-feira à noite com uma grande orquestra de sopro, o rei Momo, a rainha e as princesas. “Agora, a gente se questiona se o público vai gostar, porque estamos lidando com dinheiro público, e uma grande orquestra de sopro hoje é um cachê razoável”, ponderou.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.
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