Saúde
Difteria entre venezuelanos preocupa Ministério da Saúde brasileiro
Para o ministro, os dados disponibilizados pelo governo de Nicolás Maduro não são confiáveis.
19/01/2019 às 07h03, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
Agência Brasil – A onda de imigração de venezuelanos para o Brasil acende um alerta no Ministério da Saúde: a suspeita de surto de difteria do outro lado da fronteira. O titular da pasta, Luiz Henrique Mandetta, esteve ontem (18) no município de Pacaraima, em Roraima, na fronteira com a Venezuela.
Mandetta elogiou as ações desenvolvidas pela Operação Acolhida, que incluem a vacinação dos imigrantes. Na avaliação do ministro, essa é a forma mais eficaz de evitar que o Brasil tenha surtos como os de sarampo, catapora e poliomielite que ocorreram no ano passado. O temor é que doenças mais agressivas cheguem ao país.
“Começamos a receber informações de [pessoas com] difteria [em cidades venezuelanas]. É uma doença infecciosa, com a letalidade muito maior, prevenível por vacina”, destacou Luiz Henrique Mandetta.
Para o ministro, os dados disponibilizados pelo governo de Nicolás Maduro não são confiáveis. “Nesse momento de profunda tirania, os números de vigilância epidemiológica, de notificação por doenças do sistema deles praticamente colapsou. Então, nós não temos muitas informações qualificadas sobre o que está circulando e o que pode estar vindo.”
Ainda de acordo com Mandetta, pelo menos um venezuelano atendido pela Operação Acolhida foi diagnosticado com difteria.
O Ministério da Saúde deve lançar, até o fim de março, uma campanha para incentivar os brasileiros a manter em dia o cartão de vacinação.
A doença
Também conhecida como crupe, a difteria é uma doença transmissível aguda, toxi-infecciosa e prevenível por meio de vacina. É causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que se aloja principalmente nas amígdalas, faringe, laringe e nariz. Em casos mais raros, pode ocorrer em outras mucosas do corpo ou na pele.
O principal sintoma é a presença de placas esbranquiçadas que se instalam na região das amígdalas. Em casos mais graves, pode ocorrer inchaço no pescoço, devido ao aumento dos gânglios linfáticos, o que dificulta a respiração.
A transmissão ocorre no contato direto com uma pessoa infectada, por meio da tosse, espirro ou lesões na pele.
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