Bahia

Entre 2016 e 2017, Bahia tem maior aumento do país no número de pessoas que trabalham nas ruas

Entre 2016 e 2017, o trabalho na rua cresceu proporcionalmente mais entre as mulheres do que entre os homens, na Bahia

16/11/2018 às 11h40, Por Andrea Trindade

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Em 2017, as ruas (vias ou áreas públicas) eram o local de trabalho de 274 mil pessoas de 14 anos ou mais de idade na Bahia. Esse contingente foi recorde para o estado, o maior desde 2012, quando se iniciou a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). Foi também o segundo maior do país, abaixo apenas do total de São Paulo (284 mil pessoas).  Estas informações constam no módulo temático "Outras Características do Mercado de Trabalho 2012-2017", da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo dos “trabalhadores de rua” cresceu 26,2% em relação a 2016, o que representou, em um ano, mais 57 mil pessoas nessa situação, na Bahia. Foi o maior aumento em termos absolutos do país e o segundo maior em termos percentuais, abaixo apenas do Amapá (+54,8%), que teve um crescimento absoluto significativamente menor (+6 mil pessoas).

O crescimento do número de pessoas trabalhando nas ruas, na Bahia, entre 2016 e 2017, se concentrou fora da capital. Salvador, que já havia registado uma forte expansão desse grupo de trabalhadores entre 2015 e 2016 (de 32 mil para 61 mil pessoas), teve uma leve redução em 2017, para 58 mil pessoas.

Além disso, o trabalho nas ruas na Bahia cresceu proporcionalmente mais entre as mulheres do que entre os homens. O número de mulheres de 14 anos ou mais de idade que tinham as ruas como local de trabalho aumentou 33,2% no estado, passando de 78 mil para 104 mil, entre 2016 e 2017. Já o contingente masculino aumentou 22,3%: de 139 mil para 170 mil.

Assim, em 2017, na Bahia, o trabalho em vias ou áreas públicas era mais representativo entre as mulheres (6,4% das que estavam ocupadas trabalhavam nas ruas) do que entre os homens (5,4%). No estado como um todo, 5,8% das pessoas de 14 anos ou mais de idade que trabalhavam o faziam em vias ou áreas públicas. Essa participação cresceu em relação a 2016 (era de 4,3%) e foi mais que o dobro da nacional (2,8%).


 

Formalização tem ligeiro aumento entre trabalhadores por conta própria e empregadores, na Bahia

Se por um lado, entre 2016 e 2017, aumentou o número de pessoas trabalhando nas ruas na Bahia, por outro também houve, no estado, ligeiros aumentos da formalização tanto dos trabalhadores por conta própria quanto dos empregadores. Embora discretas, essas expansões foram no sentido contrário aos movimentos verificados no Brasil como um todo, onde os percentuais de formalizados caíram em ambos os casos.

Em 2017, 1 em cada 3 pessoas ocupadas na Bahia trabalhava por conta própria (1,8 milhão de pessoas ou 30,0% do total). Era uma participação superior à média nacional (25,3%), mas que, diferentemente do que ocorreu no país como um todo, teve uma pequena redução em relação a 2016 (quando era 31,3% ou 1,9 milhão de pessoas).

Do 1,8 milhão de trabalhadores baianos por conta própria, 184 mil tinham registro no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) em 2017 (10,2%), uma taxa de formalização que, embora significativamente mais baixa que a média nacional (18,5%), cresceu em relação a 2016, quando 9,8% dos ocupados por conta própria tinham CNPJ no estado.

Apesar de ter sido um aumento discreto, a Bahia foi um dos sete estados em que a formalização dos ocupados por conta própria cresceu entre 2016 e 2017. No país como um todo (de 18,9% para 18,5%) e em 20 dos 27 estados, houve recuos no percentual desses trabalhadores com CNPJ.

Movimento semelhante se deu em relação aos empregadores.

Na Bahia, em 2017, eles somavam 233 mil pessoas, ou 3,9% do total de trabalhadores do estado. Dessas, 67,8% tinham registro no CNPJ (158 mil em números absolutos). Houve aumento do número e da participação dos empregadores formalizados na Bahia, em relação a 2016, quando 142 mil, ou 66,1% do total ,tinham CNPJ.

No país como um todo a taxa de formalização dos empregadores, embora bem mais elevada que a da Bahia, teve recuo entre 2016 e 2017, de 82,0% para 80,0%. Esse movimento de queda do percentual de empregadores com CNPJ ocorreu em 19 dos 27 estados.

Em 2017, taxa de sindicalização dos trabalhadores cai na Bahia e atinge seu menor patamar (15,4%) desde 2012

Em 2017, o percentual de trabalhadores associados a sindicatos caiu pela primeira vez na Bahia depois de ter crescido seguidamente por três anos (desde 2014) e atingiu seu nível mais baixo desde 2012: 15,4%.

Isso significa que, dos cerca de 6 milhões de trabalhadores do estado, menos de 1 milhão (926 mil) estavam associados a algum sindicato no ano passado. Em relação a 2016, houve redução de 110 mil trabalhadores sindicalizados. Naquele ano, a taxa de sindicalização na Bahia era de 16,9%.

Os recuos no número absoluto de trabalhadores sindicalizados e na taxa de sindicalização na Bahia, entre 2016 e 2017, foram os terceiros mais intensos dentre os estados. No Brasil como um todo, das 91,4 milhões pessoas ocupadas, 14,4% (13,1 milhões) estavam associadas a sindicato em 2017. Em 2016, a taxa de sindicalização nacional era de 14,9%.

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