Eleições 2018

Chapinhas de nanicos aumentaram número necessário de votos no chapão do DEM e fizeram Zé Chico desistir de candidatura

Em entrevista ao Acorda Cidade, ele revelou que o alto custo da campanha e a quantidade de nomes de Feira de Santana que pleiteiam a vaga na Câmara Federal também foram determinantes na decisão.

16/08/2018 às 16h59, Por Brenda Filho

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Orisa Gomes

A formação de chapinhas na proporcional do principal grupo de oposição na Bahia refletiu no número de votos necessários para os que se mantiveram no chapão e fez Zé Chico (DEM) desistir de disputar uma vaga na Câmara Federal. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele revelou que o alto custo da campanha e a quantidade de nomes de Feira de Santana que pleiteiam a vaga – de 10 a 12 – também foram determinantes na decisão.

“Avaliamos bastante, pois Feira já tem há algum tempo uma tradição de não fazer deputados federais, faz um ou dois. Achávamos que nesse momento nosso nome teria um peso maior, até porque tivemos 33 mil votos aqui na eleição de 2014, mas com a entrada de várias pessoas, achei que ia dividir muito, então pensamos como ficariam as coligações”, afirmou.

Segundo Zé Chico, na convenção do DEM a coligação era um chapão, onde o candidato poderia ter 60 mil votos e ser eleito. Quando as coligações foram se desfazendo, todos começaram a se preocupar.

“Na segunda-feira fomos a Salvador, procuramos o candidato ao governo José Ronaldo (DEM) e o próprio ACM Neto (DEM) e fizemos as colocações devidas em função da não participação do nosso nome no pleito de 2018, apesar de sabermos que estávamos bem colocados nas pesquisas, mas não seria irresponsável de colocar os meus amigos em situação difícil. Tanto José Ronaldo quanto ACM Neto insistiram bastante na questão de apoios, mas nessa coligação nossa parece que precisa de mais de 100 mil votos para se eleger. Isso seria um sofrimento muito grande”, frisou.

Sobre o custo da campanha, ele informou que para se embasar, fez um levantamento do valor que vai ser gasto, por exemplo, nas candidaturas para presidente e ficou horrorizado. “Ir para um pleito com essas condições, as chances de êxito talvez fossem mínimas”, acrescentou.

Apoio

Com a desistência de disputar as eleições 2018, Zé Chico disse que tem por obrigação apoiar um candidato do seu partido, o Democratas, que é a vereadora Gerusa Sampaio, mas também tem outra candidata que é a Dayane Pimentel, do PSL, legenda do candidato a presidente Jair Bolsonaro.

Transferência de voto funciona?

Embora muitos políticos falem em transferência de votos e já especula-se a possibilidade dos eleitores de Zé Chico votarem em Dayane ou Gerusa, o próprio afirma que a conquista do eleitor é de cada candidato.

“Acho que é muito difícil. A simpatia que é sua, talvez não seja da outra pessoa. O eleitor vai muito pela apresentação do candidato. Eu, graças a Deus, na minha cidade tive uma votação muito boa, grandiosa, que qualquer um se orgulha, mas dizer que posso transferir um voto é muito complicado. Acho que sai todo mundo nivelado, todo mundo com um voto só que é o seu e vai conquistando outros durante a campanha política, quando vai demonstrando as propostas”, ponderou.

Campanha de Bolsonaro

Questionado sobre o que motivou a escolha do seu nome para integrar a coordenação da campanha de Bolsonaro na Bahia, Zé Chico informou que há cerca de 8 meses recebeu uma ligação do grupo de Bolsonaro e foi convidado a ser candidato a deputado federal pelo PSL, mas ele preferiu permanecer no DEM.

Ao anunciar desistência da candidatura, no dia seguinte recebeu novamente uma ligação com o convite de integrar a coordenação.

“Eu disse que não teria problema, até porque sei que vai ajudar muito [José] Ronaldo na campanha dele. Imagine se ele conquistar os votos das pessoas que vão votar em Jair Bolsonaro e do candidato do PSDB, que é o [Geraldo] Alckmin, ele vai ter uma votação expressiva, principalmente na microrregião de Feira de Santana”, projeta.

Apoio oficial a João Henrique

O fato de o apoio oficial do partido de Bolsonaro na Bahia ser do candidato ao governo João Henrique (PRTB) não vai prejudicar José Ronaldo, na avaliação de Zé Chico.

“Fiz questão de ler a ata que o PSL fez, até porque o PSL quando fez sua convenção Zé Ronaldo participou. A maioria que vai votar em Jair Bolsonaro, naquele momento, colocou a inteira disposição para participar com José Ronaldo. Nós começamos a vislumbrar isso e a ata é clara. Ela se coligou com o PRTB, mas deixa livre as pessoas para votarem em qualquer outro candidato, principalmente que seja o candidato do DEM, José Ronaldo. Isso que me motivou. José Ronaldo concordou e vamos realmente participar dessa campanha, até porque tem alguns pontos no Bolsonaro que concordo muito, que é a família, a segurança e o combate à corrupção”, justificou.

Candidato a prefeito de Feira?

Sobre o futuro político, Zé Chico prefere não entrar em detalhes, por enquanto, mas não descarta a possibilidade de disputar a prefeitura de Feira.

“Vamos esperar essa eleição de 2018 e na política nunca pode se dizer que não vai. Fizemos um trabalho muito bom. Há mais de 30 anos que participo de política, já fui presidente de partido, já fui suplente do senador João Durval, coloquei meu nome à disposição e tive uma excelente votação. Sou filho de Feira e vou votar em candidatos filhos de Feira. Depois que passar 2018 vamos pensar com calma e ver quais são os destinos que vão nos levar a 2020”.

As informações são do repórter Ed Santos

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