Feira de Santana

Paciência e detalhes transformam imagens diversas na requintada arte francesa

Quem tem a oportunidade de visualizar um quadro feito com a técnica da arte francesa tem a sensação que está viajando no tempo da imagem.

16/08/2018 às 12h24, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

O artista plástico e servidor público Joeldson Lima Sena, de 72 anos, descobriu os encantos da arte francesa há três anos e meio. Com o objetivo de treinar a mente, ele começou a fazer os quadros e passou também a exercitar a paciência, precisão e coordenação motora. Além disso, toda a beleza dos quadros e o processo criativo, segundo o artista é alimento para a alma e o coração. Puro encantamento e contemplação.

Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade

A arte francesa é uma técnica artística, que apesar de remeter a França, foi iniciada na China. Os chineses a utilizavam em vários trabalhos artesanais e depois a arte foi adotada pelos franceses com mais detalhes e o acréscimo de figuras recortadas. Com o passar do tempo, a arte se expandiu para vários lugares e ganhou vários adeptos e admiradores.

Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade

Sena é uma dessas pessoas que mantém ativa a técnica da arte francesa em Feira de Santana e sua fala expressa de forma singela e sentimental toda a criatividade e elegância que estão mergulhadas nesta arte. Seus quadros apresentam imagens da natureza, animais, mulheres, figuras religiosas e têm relação com sentimentos, afinidades e gostos do artista.

Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade

“Não mexia com arte, mas gostava de observar as coisas, fotografar e apreciar principalmente a natureza. Meu irmão é artesão e um dia ele me pediu ajuda para restaurar algumas imagens de santos. Comecei com isso, depois fui pintando algumas coisas e descobri a arte francesa. Trabalho também com pinturas de imagens, arte de decupagem, sobreposição em gesso e várias coisas que vou fazendo e me dão prazer. As peças vão surgindo a partir das ideias e arte francesa é um trabalho de sobreposição de imagens. Trabalho com várias folhas impressas, recorte e colagem. Os materiais não são adquiridos em Feira de Santana e há necessidade de alguns instrumentos específicos”, conta.

O tempo e a arte

Quem tem a oportunidade de visualizar um quadro feito com a técnica da arte francesa tem a sensação que está viajando no tempo da imagem. A profundidade e a perspectiva de cada figura provocam várias sensações e é como se o quadro estivesse mesmo vivo. Os quadros de paisagens, por exemplo, promovem a sensação de que o expectador está no ambiente e até desfrutando de uma sombra de uma árvore frondoza e ouvindo a melodia da água que corre em um rio.

Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade

Envolvido por todo esse universo Sena explica que faz os quadros com prazer e para ele não existe um tempo ou um prazo para terminar cada obra. Geralmente o trabalho acontece nas suas horas vagas, durante a noite ou aos finais de semana. Cada detalhe, cada recorte tem seu tempo especial. Na arte francesa não há pressa, nem ponteiros, somente o exercício da paciência e contemplação.

O artista relata que conta muitas vezes com a ajuda da esposa pra recortar as figuras. O trabalho é tão minucioso que parece até a montagem de uma máquina cheia de peças pequenas. Cada quadro é um sistema de desenhos, detalhes e uma verdadeira máquina do tempo. O mergulhar na imagem é um fantástico passeio pela imaginação.

Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade

“Quando eu termino um quadro eu me emociono. Fico pensando se fui eu mesmo que fiz e me apaixono pelo resultado. Muitos nascem com um dom, mas ninguém pode se isolar e dizer que não tem dom para nada. Um dom pode ser adquirido, aperfeiçoado e a pessoa pode até fazer melhor do que pensaria que pudesse fazer”, acrescenta.

Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade

Com muita sensatez, Sena acrescenta que o investimento na fabricação de peças em arte francesa não é barato. Ele faz peças para amigos, por encomenda e tem as que são da sua coleção pessoal. Ele lamenta que em Feira de Santana a arte seja pouco valorizada, mas o seu amor pelo que faz o motiva a sempre buscar divulgá-la, realizar exposições e explicar a quem interessar como funciona toda a técnica.

A arte francesa é sem dúvida uma expressão que mexe com os sentidos e nem mesmo a fotografia consegue retratá-la. A visualização ao vivo e a cores é responsável pelas experiências e sensações no contato com a arte e confirmam o que o artista diz.

Foto: Rachel Pinto/Acorda Cidade

“A arte na vida das pessoas está presente, quando, por exemplo, você está com um problema muito grave que não consegue resolver. De repente chega, vê uma paisagem e começa a meditar, olhá-la e assim termina esquecendo um pouco do que sofre. Encontra na arte a solução do problema. Não só na arte, mas até no andar pela rua, pode ver situações, refletir e pensar que você tem problemas, mas há problemas muito maiores nos outros. Eu gosto de parar e admirar a arte, seja um quadro, um lugar, uma paisagem. Se o ser humano puder aproveitar a arte ele resolve muitos problemas da vida”, reflete.

Para contato com o artista e conhecer mais sobre a arte francesa e todo o seu processo criativo o telefone é: (75) 99977-3611.


 

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