Violência
Brasil bate recorde de mortes violentas intencionais, segundo Anuário do FBSP
Os dados são do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (9).
10/08/2018 às 08h29, Por Maylla Nunes
Acorda Cidade
Em 2017, o Brasil teve o maior número de mortes violentas intencionais da história: foram 63.880 casos. O crescimento foi de 2,9% em relação a 2016. Os dados são do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (9).
O maior número de homicídios em intervenções policiais foi na cidade do Rio de Janeiro. Em 2016, foram 504 casos. Já no ano passado, o número saltou para 527. Em segundo lugar está São Paulo, que passou de 438 mortes para 446.
O especialista em segurança pública Luis Sapori defende que o governo invista em prevenção, evitando o contato dos jovens com o crime.
“A melhor maneira de fazer isso é através de projetos sociais, educacionais, principalmente esportivos, culturais, artísticos, mobilizando a sociedade civil, mobilizando a parceria de organizações não governamentais para que nessas regiões de maior vulnerabilidade social, a gente possa oferecer a esse adolescente uma alternativa de inserção social que não seja pelo crime.”
Sapori defende ainda o trabalho de investigação e inteligência da polícia. Essa é uma linha seguida por vários presidenciáveis. Henrique Meirelles, do MDB, defende um trabalho mais direcionado da polícia.
“Equipamento das policias, aumento do número de policiais e, de fato, uma ação vigorosa das forças de seguranças de todas as cidades. Juntamente com um sistema de informações e, também, com o policiamento de fronteiras e tudo mais. Em resumo é um conjunto de ações do Estado visando garantir a segurança de todos.”
O candidato Ciro Gomes, do PDT, também acredita no uso da inteligência contra organizações criminosas.
“Quero mexer com crime organizado, eu acho que a União federal tem que assumir a responsabilidade por reprimir o crime organizado. A minha ideia não é de aparato, eu desconfio pela minha experiência que esse negócio de cercar a Rocinha com Exército, dando bala perdida matando criança pobre, é só pra inglês ver, é só pra fazer cena pra TV, isso não resolve coisa nenhuma. O que resolve é inteligência, você cirurgicamente chegar com o comando e retirar o camarada, aquele que você identificar”.
Já Geraldo Alckmin, do PSDB, defende tratamento aos usuários de drogas e combate ao tráfico.
“De um lado foco na dependência química, que é doença, como é apendicite, como é pneumonia, você precisa tratar as pessoas, dar a mão. E de outro lado combater o traficante: tráfico de drogas e tráfico de armas”.
Os casos de estupros no país também cresceram. Em números absolutos, o estado de São Paulo ocupa o primeiro lugar, com 11.089 casos, mas a maior variação percentual foi em Roraima: entre 2016 e 2017, os estupros aumentaram mais de 131%.
Os estados registraram ainda 82.684 pessoas desaparecidas. Dessas, 53.525 foram encontradas, ou seja, 64%. Em 2016, o índice de resolução era de 34%.
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