Feira de Santana

Em protesto, bancários abrem agências ao meio-dia nesta sexta (10); greve pode ser deflagrada em setembro

Os bancários reivindicam uma proposta completa, que contemple garantia de emprego e melhores condições de trabalho.

09/08/2018 às 17h16, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Todas as agências bancárias da Bahia abrirão a partir do meio-dia, nesta sexta-feira (10). De acordo com Edmilson Cerqueira, diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, a categoria decidiu em assembleia, realizada ontem (8), retardar o atendimento em uma hora como forma de protesto, uma vez que desde julho deste ano os bancários tentam negociar reajuste salarial e manter os direitos adquiridos, porém, segundo ele, a classe patronal propôs repor apenas a inflação de período, que pode chegar até 3%, além de retirar direitos já adquiridos pelos trabalhadores.

Foto: Divulgação/Sindicatos dos Bancários

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) marcou uma nova rodada de negociação para o próximo dia 17 de agosto e caso não apresentem propostas satisfatórias aos bancários, a categoria poderá deflagrar greve a partir de setembro.

Caso ocorra, esta greve poderá ser uma das maiores fortes dos últimos anos. Segundo Edmilson Cerqueira, até mesmo o autoatendimento poderá ser afetado. Ainda segundo o sindicalista, o banqueiro pretende terceirizar os bancários tirando diversos direitos como o plano de saúde e a participação nos lucros.

“Houve várias rodadas de negociação e até agora os banqueiros não apresentaram nada. Pelo contrário, com a reforma trabalhista os banqueiros estão propondo retirar até as conquistas que os bancários alcançaram ao longo destes 50 anos. Eles querem tirar a gratificação semestral dos bancários, a participação nos lucros e resultados, e querem retirar inclusive o plano de saúde. Nos deparamos com um crescimento acima de 30%, de 2017 para 2018, dos lucros dos bancos, promovidos pela categoria que é obrigada a atingir metas, vender produtos, empurrar produtos goela a abaixo aos clientes para garantir esses lucros, e os banqueiros propõem retirar direitos. No último dia 7, eles só apresentaram a inflação do período, uma inflação que pode chegar só até 3%. Observe quanto os bancos cobram de juros de taxa e tarifas; Eles nunca reajustam abaixo de 100%, podem observar. Fora criar várias taxas e todos os dias com um tipo de reajuste. A categoria não vai aceitar isso e vai partir para a luta”, declarou Edmilson ao Acorda Cidade.

Atendimento ao público

Os bancários reivindicam, além do aumento real nos salários, uma proposta completa, que contemple garantia de emprego, melhores condições de trabalho, fim do assédio moral e da pressão por metas, saúde, segurança e igualdade de oportunidades.

De acordo com Edmilson Cerqueira, as demissões e as condições de trabalho têm interferido diretamente no atendimento ao público.

“Com a Lei da Terceirização, os banqueiros querem substituir os bancários por terceirizados. Já têm bancos, como o do Brasil, com agência completamente terceirizadas, retirando o que você sempre teve, que é o seu sigilo bancário, já que podem colocar qualquer um nos bancos para trabalhar. Eles estão fazendo isso para substituir a categoria, criando aplicativos para todo tido de serviço e lucro e não ter atendimento humanizado. Todos os dias clientes reclamam na fila, reclamam de agências que não têm pessoas para atender ao público, reclamam de ter que esperar por duas ou três horas, humilhação, cliente sentado pelo chão… É uma vergonha o que eles estão fazendo. Se não tiver nenhum tipo de avanço e se a Fenaban tentar retirar direitos acho que teremos uma das maiores e mais fortes greves da categoria bancária e nós não sabemos até se o autoatendimento poderá funcionar porque se não tiver pessoas para colocar os caixas eletrônicos para funcionar, para repor o dinheiro, é possível que pare completamente o sistema financeiro do país”, afirmou.

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