Chances de Geddel ser inocentado no caso dos R$ 51 mi são grandes, diz advogado de defesa em Feira

^{Orisa Gomes}

Desde que as leis sejam respeitadas, são grandes as chances do ex-ministro Geddel Viera Lima ser inocentado no caso dos R$ 51 milhões apreendidos em um apartamento em Salvador. A afirmação é do advogado de defesa Gamil Föppel, que esteve em Feira de Santana nesta terça-feira (17), para participar do Encontro do Movimento Renova OAB.

Criminalista e doutor em Direito Penal, Föppel destacou, em entrevista ao Acorda Cidade, que foi dito para a sociedade civil, por exemplo, que havia digital de Geddel no dinheiro, o que garante não ser verdade. “Basta ler o laudo pericial. Existe um fragmento do dedo mínimo esquerdo em um pedaço de plástico, que nem a polícia diz onde estava e que a gente está pedindo para repericiar e não consegue”, argumentou.

Após a denúncia ter sido recebida por uma decisão da turma do Supremo Tribunal Federal, o processo, conforme explicou o advogado, está em fase de instrução, quando as testemunhas são ouvidas. “O que esperamos é que não seja feito nem um tipo de favor. Em bom português, o que se espera é que ele não seja julgado de forma mais branda, por ser um ex-ministro, nem de forma mais grave por ser um ex-ministro. Que seja cumprida a lei”, frisou.

Dono dos milhões

Quanto ao empresário baiano Carmerino Conceição de Souza, que disse que os R$ 51 milhões pode ser dele, Föppel ponderou que não cabe à defesa apurar isso, mas a Polícia Federal. Revelou, entretanto, que o empresário entrou em contato com o escritório dele algumas vezes, mas se recusou a atendê-lo. “Não sei quem ele é, e a única recomendação que dei – ele se diz dono do dinheiro, não sei quem é o dono, só posso dizer que não é de Geddel – foi que procurasse a Polícia Federal, se apresentasse. A partir daí, é um problema que é só dele”.

Punição por mau comportamento

Sobre as punições de Geddel na cadeia por mau comportamento, o advogado faz questão de esclarecer que foi uma punição e não várias, como algumas pessoas entenderam, e disse que ainda não conversou com o ex-ministro após o último episódio.

“Faltando aproximadamente três dias para o julgamento do agravo, que poderia tê-lo colocado em liberdade, coincidentemente ou não foi feita uma busca e apreensão na cela dele e encontraram alguns remédios, que, sem exceção, todos foram prescritos pelo psiquiatra e médicos do presídio, não tem nenhum cabimento ele ser punido por conta disso e não será punido. Existe um processo de apuração em curso para saber se eventualmente houve algum tipo de entrada de remédio, que não houve, porque os remédios já foram analisados pelo próprio serviço médico do presídio. Na sequência, porque tudo em relação a ele ganha conotação de cores mais pesadas, foi feita uma busca e apreensão, porque disseram que teriam encontrado chocolate, pendrive, mas também não são dele, basta ver o laudo de apreensão para ver de quem é. Agora, mais recentemente, ele teve uma indisposição com um guarda penitenciário, se sentiu destratado, não tive condições de conversar com ele ainda sobre isso e a versão do guarda é que ele tinha falado algum impropério ou coisa assim. Não conversei com ele para saber se isso aconteceu ou não. Quem trabalha com pessoas que estão presas, não estou falando que é generalizando, sabe que é fato e notório que as vezes as pessoas que estão presas ficam no limite do abuso de autoridade. Então, se você ouve um impropério também não se pode esperar que você seja um cordeirinho e fique dizendo amém para tudo que se fala”, defendeu.

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Com informações do repórter Aldo Matos.