Saúde
Médica alerta para importância de exames cardiológicos em crianças
De acordo com a especialista, hoje em dia existe o teste do coraçãozinho, que foi liberado pelo SUS desde 2014 e é obrigatório fazer nas maternidades.
09/07/2018 às 14h51, Por Kaio Vinícius
Laiane Cruz
Uma a cada 100 crianças nascem com cardiopatia congênita. Por ano, cerca de 28 mil crianças nascidas no Brasil são cardiopatas, representando 1% da população brasileira. A médica cardiologista pediatra Renata Mendonza falou ao Acorda Cidade sobre o que pode provocar a doença e a importância do diagnóstico precoce em bebês.
“A cardiopatia congênita é qualquer alteração na estrutura do coração ou dos grandes vasos. É congênita quando o bebê já nasce com esse problema de coração. Além das cardiopatias congênitas, existem as adquiridas, como a miocardite, que é quando um vírus, por exemplo da gripe, atinge o coração, tem a doença de Kawasaki também, que é infecciosa, e a febre reumática, bem comum aqui na Bahia”, informou.
De acordo com a especialista, hoje em dia existe o teste do coraçãozinho, que foi liberado pelo SUS desde 2014 e é obrigatório fazer nas maternidades. Em Feira de Santana, pelo SUS, o teste pode ser feito em todas as maternidades. “Ele ajuda a fazer o diagnóstico precoce, e antes do bebê apresentar sintomas, conseguimos diagnosticar as cardiopatias congênitas críticas e aí já iniciar a medicação e a regulação para cirurgia”, explicou.
Renata Mendonza ressalta ainda que o teste do coraçãozinho deve ser feito logo porque a criança com cardiopatia congênita crítica começa a descompensar geralmente entre três e sete dias de vida.
“O que acontece é que esse bebê já está em casa, pois em geral recebem alta entre 24 e 48 horas de vida, quando estão bem e não estão sentindo nada. Quando chega no terceiro dia o bebê descompensa e pode ter risco de morte imediata. Quando a gente diagnostica antes, o bebê não descompensa, a gente começa a medicação e faz a regulação para cirurgia cardíaca”.
Ela esclarece que as cardiopatias congênitas podem ser causadas por algumas medicações, como o lítio, algumas infecções como a rubéola, mas a maioria é de origem genética e está fora do controle da mãe. Outro fator também é a diabetes gestacional, que está muito associada à cardiopatia congênita, e o controle adequado da diabetes faz com que o bebê nasça sem problema de coração.
O principal tratamento do bebê cardiopata, segundo a médica, atualmente, é a cirurgia cardíaca pediátrica, mas há também o cateterismo, e alguns casos o controle pode ser feito via medicação.
Grupo de risco
As mulheres que compõem o grupo de risco, conforme a cardiologista, são as mães diabéticas, aquelas que fizeram a morfológica e o bebê apresentou alguma alteração, aquelas que têm outros filhos ou são cardiopatas, pois têm um aumento de dez vezes de chances de ter um bebê cardiopata e as mães acima de 35 anos.
Já os sintomas, a médica relata que cansaço para respirar na hora que mama, suar muito, pneumonia, infecções respiratórias, baixo ganho de peso, e pele arroxeada, são alguns dos sintomas.
“O exame ecofetal é um exame importante durante o pré-natal e faz o diagnóstico das cardiopatias congênitas críticas, e torna possível planejar o nascimento em um local onde o bebê tenha cardiologista pediátrico e quando possível até já faça a cirurgia cardíaca”, disse.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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